Apesar dos soldados ainda estarem arriscando suas vidas para proteger o povo, sua impotência diante dos Haidu era extrema, as pessoas continuavam a morrer. Como era esperado, humanos comuns não eram capazes de fazer frente aquelas criaturas monstruosas não importava o quanto fossem fortes.
Quando Frieda chegou ao segundo Haidu ela não o atacou de imediato, primeiro o analisou em busca de uma abertura fatal que desse fim a tudo de maneira rápida e eficiente. A fera se encontrava muito ocupada contemplando com satisfação o trágico cenário diante de si, como quem observa a bela pintura feita por suas próprias mãos. Sua aparência causava desconforto, ele tinha cerca de dois metros e meio de altura, a parte inferior de seu corpo era semelhante a de uma serpente com duas caudas, o seu dorso exibia uma coluna exposta com mais vértebras que um humano possuía, o tórax e o abdômen estavam abertos na vertical e as parte das costelas se projetavam para fora como dentes longos e afiados em uma boca enorme, a cabeça tinha um formato semelhante a de um cone, na ponta ficavam as cavidades nasais e uma boca humanoide sem lábios com dentes de tubarão pequenos, e a região das orelhas se projetava para atrás com a forma de mãos humanas que se enrolavam na parte de trás da cabeça como se fossem cinco chifres finos emaranhados. A besta possuía olhos bem pequenos e pretos sem esclera. O Haidu em questão certamente era de classe um e eliminá-lo sozinho não seria algo simples ainda que ele estivesse alheio a chegada da jovem.
Frieda também observou a presença de dois transformados, eles corriam de forma desajeitada em perseguição aos civis, colocando a garota em um impasse. A jovem teria que decidir entre atacar primeiro os transformados e abrir mão do elemento surpresa contra o Haidu, ou atacar o Haidu sem garantias de que conseguiria acabar com ele rapidamente e consequentemente abandonar aqueles que certamente seriam mortos pelos transformados nesse meio tempo. Evidentemente a segunda opção era a mais racional, mas... racionalidade sempre foi o ponto forte de Erna.
A garota avançou sobre os despertos em velocidade, contava com a sorte para que o Haidu ficasse pelo menos um pouco atordoado ao ver os dois transformados serem obliterados sem chance de revide.
– Sacré un viratis! – Entoou Frieda e atingiu o primeiro, então se moveu no limite de sua velocidade e girando sua Guan Dao ela atacou o segundo transformado. – Paven Viraturios!
O Haidu se agitou, ele bem sabia que não era um humano desperto qualquer que conseguia entoar tantas orações enquanto lutava daquela forma, entretanto, ciente de sua própria força, a criatura optou por se colocar em posição defensiva em vez de recuar e repensar sobre o que deveria fazer. É provável que o Haidu tenha sido levado a crer que Frieda simplesmente o atacaria de frente, uma vez que ela não havia hesitado contra os transformados, a criatura certamente assumiu que ela era, exclusivamente, um guerreiro do tipo ofensivo.
– Daren un Brandt! – Rogou a jovem mais uma vez enquanto avançava para cima do Haidu, porém, contrariando as expectativas da criatura, não foi uma oração de ataque destrutivo aquilo que ela lançou.
O Haidu se debateu em confusão quando correntes surgiram a partir do círculo sagrado e o envolveram em um instante. Frieda tinha ciência de que não o eliminaria com um único golpe, ela estava decidida a continuar a entoar orações atrás de orações sem dar tempo a criatura de usar heilig. A mulher precisava acabar com aquilo de uma vez, o tempo de uso da oração "Teran uni Wanderfalke" ( Mergulho do Falcão peregrino) estava acabando, e mantê-la ativa enquanto entoava outras orações por todo esse tempo não era tarefa fácil, sem contar que ainda haviam outros Haidu com os quais ela teria que lidar.
– Paven Viraturios!
Frieda lançou a Lâmina explosiva antes de alcançar a criatura, seu plano era lançar um ataque de média-longa distância e então um ataque corpo-a-corpo na sequência, mas assim que ela começou a entoar a oração, o Haidu murmurou algo em linguagem sagrada e uma barreira o defendeu do golpe. A Lâmina explosiva atingiu a barreira do Haidu e tanto ela quanto a barreira se dissiparam, sem dar tempo para raciocínio, a criatura já estava murmurando outra vez e Frieda teve que se defender contra um ataque de água.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantasíaQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...