O amanhecer chegou rapidamente, logo a hora de levantar da cama se apresentou, estranhamente Frieda conseguia dormir mais e mais a cada vez que ganhava um novo irmão, os pesadelos se tornaram mais escassos e deram lugar a noites de sono sem quaisquer sonhos. Ela acordou antes dos outros irmãos como sempre, Frieda se sentou na cama e esperou que Erna também levantasse, enquanto fazia isso aproveitou para meditar um pouco, já faziam alguns dias que ela sentia uma inquietude sem motivo aparente, ela sentia sua nuca coçar e uma movimentação estranha em seu núcleo, o que poderia ser? Era como se algo estivesse se desenvolvendo, crescendo, evoluído dentro do núcleo dela. Algo novo, algo que não estava lá antes ou se encontrava dormente, ela já havia sentido uma coisa semelhante no episódio em que Heinrich foi atacado na praça do vilarejo no dia do seu aniversário, aquilo que ela sentiu depois de reduzir um Haidu a nada com um poder emprestado, mas desta vez estava um pouco diferente, não parecia ser algo emprestado.
Frieda abriu os olhos ao perceber que alguém se movia ao seu lado na cama, Erna estava acordada, era chegada a hora de trocar de roupas. Parecia ironia da vida, mas o que Frieda tinha de proficiente em aprender nos livros, nos treinos físicos e no entoar de orações, ela carecia quando o assunto eram tarefas básicas como vestir a roupa, pentear o próprio cabelo e calçar os próprios sapatos. A genialidade que ela tinha em combates era discrepante em relação a tarefas simples do dia a dia, Frieda sempre acabava precisando do auxílio de Erna até para arramar os cadarços de seus calçados, em vista disso, ela acabava tendo que esperar até que Erna despertasse todos os dias para que enfim pudesse trocar de roupas e pentear o cabelo.
Quando todos já estavam de pé foram tomar o café da manhã, ninguém fez nenhum comentário sobre o fato de Ralf ter dormido no chão. Aquele seria o primeiro dia em que Ralf começaria a frequentar a guilda, primeiro Heinrich o levou até a ala médica para que ele fosse avaliado, constataram que estava tudo bem com seu corpo e que estava tudo bem para ele começar o treinamento. Como não sabia ler e aprendeu a escrever somente o seu nome, teria que começar no mesmo nível que os gêmeos. Quanto a Heinrich, teve que enfrentar o longo sermão e gritaria de Benno, o homem não podia acreditar na imprudência de Heinrich, mas após cerca de duas horas de berros finalmente se acalmou e aceitou o novo integrante da família de Heinrich, Já Griselna o poupou do sermão, segundo ela, Heinrich já teria ouvido o suficiente para repreender até a sua quinta geração.
Enquanto seus filhos treinavam, Heinrich pegou várias missões pequenas, isso lhe garantia que ele pudesse ficar mais tempo com os filhos e até mesmo lhe permitia treinar com eles, mas ele só estava fazendo isso até que uma nova missão de rank B à S surgisse, essas eram as missões que envolviam Haidu e em algumas delas, vários usuários de heilig tinham que formar times para o combate ( no caso de missões de rank A ou S), após concluir a missão os envolvidos dividiam a recompensa entre si. Até que uma missão de recompensa significativa surgisse, Heinrich trabalhava em menores.
Antes que pudessem se atentar ao tempo, já haviam se passado dois meses desde que Ralf entrou para a família, ainda que se fizesse de difícil ele aceitou que os documentos fossem oficializados um mês e meio após ir morar com a família. As crianças haviam avançado bem nesse período, Leon, Leona e Ralf já tinham sido introduzidos a aula de orações, Felix seguia em velocidade na sua tentativa de alcançar Erna e Frieda, ele já tinha alcançado um ponto em que conseguia entoar, mesmo que por apenas dois minutos, uma oração que o fazia levitar e até mesmo voar um pouco. Ver aquilo só fez a inquietude dentro de Frieda se agitar ainda mais, ela não parava de prestar atenção nas coisas que eram ensinadas ao Felix até mesmo se pegava simulando em sua cabeça como ela realizaria aquelas coisas, ela também queria voar. Felix percebeu a inquietação dela e lhe prometeu que assim que ele ficasse mais forte a levaria para dar um passeio com ele pelos céus.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantasyQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...