A mulher se aproximou do rapaz devagar, não queria assustá-lo, por alguma razão desconhecida se sentiu bem em ver que ele cumpriu com a sua palavra de esperá-la, mas se sentiu um pouco mal em vê-lo adormecido em pé, estava tão exausto. Ela fica alí por um tempo, observando sua face despreocupada e relaxada. Heiko desperta ao se sentir observado, seus olhos encontraram os de Frieda e ele lentamente processa a presença dela, chega a se questionar se não estaria sonhando, e assim que descobre estar de volta a realidade ele a segura pelos ombros e a olha toda a procura de ferimentos ou sinais de que se envolveu em alguma luta, apenas após ter certeza de que a mulher estava bem é que relaxou um pouco, mas parecia zangado.
– O que houve? – Frieda estranhou a reação e brusca mudança de humor do mais jovem.
– Onde você esteve? – Inquiriu sem rodeios.
Frieda estava confusa.
– Eu estava lá dentro, entendo que tenha esperado algumas horas, mas acho que era normal demorar um pouco. – Tentou trazer um pouco de razão para a mente do amigo.
Heiko ficou em silêncio um pouco, ele verificava o rosto da mulher em busca de algo que denunciasse que ela estava brincando.
– "Horas" você diz? – Falou suavemente. Ele começava a entender o que estava se passando. – Frieda, você sente que ficou algumas horas lá dentro? – Demandou.
– Sim, eu tive que andar por muito tempo no escuro e depois esperar bastante até que algo acontecesse. – Elucidou. – O que foi? – Inquiriu, algo de errado estava acontecendo?
– Frieda, não foram horas que você passou lá dentro. – Disse ele. – Foram quatro dias. Eu fiquei sem saber o que fazer, muitos acreditavam que você já tinha morrido.
– Mas você cumpriu a sua promessa e me esperou, acreditou em mim. – Falou. Preferiu guardar para si a surpresa quanto a diferença do tempo. – Isso é o que importa.
Heiko sorriu.
– Não é? – Ele levou uma das mãos até a nuca, se sentiu elogiado.
– Lamento tê-lo feito esperar tanto. – Falou a mulher.
– Não esquente quanto a isso. – Garantiu. – Mas e Você, não se sente cansada ou com fome? Se sente diferente.
– Na verdade eu me sinto exatamente como quando entrei, não sinto que algo mudou. – Respondeu. Ela fez uma pausa e Heiko permitiu que a mulher levasse seu tempo. Frieda pensava sobre sua conversa com a divindade. – Tem uma coisa que eu preciso fazer e para isso terei que ir para Regen. – Concluiu.
Heiko demorou a responder, pareceu considerar algumas coisas.
– Eu vou com você. – Disse ele.
Frieda o encarou.
– Tem certeza? – Havia um certo mistério por trás de sua questão. É provável que Heiko tenha entendido que Frieda já tinha percebido que ele não gostava de falar sobre o lugar onde tinha nascido e que deduziu que ele não desejava voltar para lá tão cedo.
– Também não posso viver fugindo do passado para sempre, confio em você o bastante para revelar mais sobre mim agora. – Falou ele.
– Então lidere o nosso caminho de volta, eu o seguirei.
Heiko se aproximou de Frieda e sem nenhuma explicação ou justificativa a abraçou delicadamente, olhando-o agora o rapaz parecia cansado, ele não parecia ter repousado uma vez sequer desde que Frieda voltou naquele estado do campo de batalha. O jovem demonstrava solidariedade quanto ao que Frieda teria que vivenciar em Regen, porém parecia ter mais por trás de suas ações, é provável que tivesse a ver com aquilo que ele mais desejou em toda a sua vida e o motivo pelo qual se apegou a Frieda tão cegamente e tão rapidamente.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantasyQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...