A missão chegou através de uma ave mensageira, a forma como foi escrito e a velocidade com que chegou denota urgência, o mais intrigante é o fato dos oito filhos terem sido designados para a mesma missão, mas como o Meister não foi escalado, entenderam que não deveria ser uma ameaça impossível para eles, o tio Benno jamais os colocaria em uma missão suicida. Os preparativos foram feitos às pressas, o grupo partiria para uma cidade que ficava a apenas um dia de viagem a cavalo dali, se fossem a toda velocidade, não haviam mais detalhes sobre a missão, mas supunha-se que alguns Haidu foram vistos nas imediações da cidade e devia existir ameaça de ataque. De todo modo, no nível atual de poder dos filhos do Meister isso sequer representava um problema.
Naquela noite todos foram dormir mais cedo, logo após o jantar, e acordaram antes do sol raiar, vestiram roupas que facilitam a movimentação e o trabalho, e apanharam suas armas enquanto Heinrich preparava os cavalos, prendendo zelosamente as selas, os sacos com as refeições de cada um de seus amados filhos. Frieda apanhou e verificou sua espada embainhada e prendeu ao cinto, Leona foi apanhar sua alabanda, Ralf embrulhou a sua lança para chamar menos atenção, assim como os demais, Johann apanhou a sua clava, Erna pegou seu par de lâminas curtas e prendeu na cintura, assim como Frieda ela usava uma capa para mantê-las escondidas, Hansel tinha recebido um par de foices de cabo curto, Leon retirou o seu machado de debaixo da cama e Felix já estava com o arco em mãos.
O grupo saiu da casa e se posicionou um ao lado do outro na frente dela, aguardavam pacientemente até que Heinrich viesse até eles, beijando suas testas e lhes abençoando como sempre fazia antes que cada um deles fosse para uma missão.
– Que Ismar os proteja e os mostre o sul e o leste, a fim de que vocês possam retornar para casa em segurança, meus filhos. – Disse Heinrich.
– Se Ismar for com a gente, quem vai zelar por você, meu pai? – Perguntou Felix.
O homem bagunçou os cabelos do filho mais novo.
– Eu ficarei bem, desde que vocês estejam bem.
Frieda analisou o pai por um momento, ele seguia muito bonito, mas era evidente que a idade estava se abatendo sobre ele. A ideia de que ele perderia sua jovialidade em algum momento pesou em sua cabeça e ela se entristeceu um pouco.
– Minha filha. – Disse Heinrich para a Frieda. – Está pensando demais outra vez? Sei que a sua mente vive inquieta e cheia de barulho, mas tente relaxar um pouco, vai fazer bem para o seu coração. – Aconselhou. – Vão e voltem bem, não quero ver um único arranhão em vocês. – Falou ele.
Dito isso, os filhos começaram a montar nos cavalos, mas Frieda parou um pouco antes de subir na sela, deu meia volta e surpreendeu o pai com um abraço apertado.
– Eu te amo, papai. – Disse ela.
– Eu te amo, filha. – Falou ele. – Cuide dos seus irmãos enquanto eu não estiver e voltem todos vivos. Não importa o que aconteça, vocês precisam voltar para mim. Você promete?
Frieda olhou para os outros, todos já tinham subido nos cavalos, eles olharam para ela de volta e sustentaram o olhar. Ela voltou a olhar para seu pai.
– Eu prometo. – Frieda lhe ofereceu um raro sorriso.
Heinrich ficou encantado.
– Acho que vai chover. – Provocou ele rindo.
Frieda se virou e marchou de volta para seu cavalo, ela subiu na seu pai acariciou o rosto do animal enquanto ela subia, eles se entreolharam, o homem se afastou e Frieda instigou o cavalo a se mover sendo acompanhada pelos demais. Eles cruzaram o vilarejo em trote acelerado, se despedindo de quem aparecia pela frente com uma aceno. Em poucos minutos passaram pela entrada do Vilarejo e aceleraram a toda velocidade deixando a segurança de casa para trás.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantasiQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...