08.

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08.

NA semana seguinte, tudo parecia estar na mais perfeita ordem.
Robby estava trabalhando para os LaRusso e tinha se afastado daqueles amigos esquisitos dele. Miguel tinha arrasado no encontro com a Sam, que tinha me procurado e explicado tudo que tinha acontecido, eu contei para Moon que contou para Yas mas a loira não ficou muito satisfeita com a explicação, diferente de Moon que achou que fez bastante sentido. Johny tinha conseguido inscrever o Cobra Kai no torneio do All-Valley. Por último mas não menos importante, eu estava namorando um menino incrível.

Eu e Falcão podíamos ser considerados um clichê. A loira burra patricinha e o "bad boy" namorando.
Eu gostava da nossa estética juntos.

Ah, claro. Mamãe tinha chamado Robby para almoçar aqui em casa hoje e ele tinha chegado antes dela terminar o almoço, então ele foi ajudá-la com a comida enquanto eu arrumava a mesa.
Demoraram só dez minutos para eles terminarem o risoto de camarão, então logo estávamos sentados juntos na mesa rindo.

- Então, tenho algo para contar. - falo.

- Vish, isso nunca é bom. - mamãe dá um gole de vinho.

Quando eu tinha doze anos, mamãe me fez prometer que eu só beberia a partir dos dezesseis anos, e eu tinha cumprido minha parte do acordo. Até os quinze anos não coloquei uma gota de álcool na boca, mamãe não gostava que eu bebesse, mas ela preferia que eu a contasse quando bebesse do que a assustasse indo parar no hospital.

- Eu estou namorando. - confesso.

Robby se engasga com a comida e toma um gole de água para amenizar.

- Como é que é? - a voz do garoto soa mais fina que o normal.

- O nome dele é Eli, Eli Moskowitz. Mais conhecido como Falcão.

- Aquele bonitinho do dojô de Johny? - pergunta Eliza - Ele não parece ser flor que se cheire, filha.

- Ele está no Cobra Kai? - Robby faz uma careta - Ainda não sei porque você simplesmente não sai de lá, Johny está te pagando?

- Não, mas é tipo um trabalho, então eu gosto.

- Você só está gostando de "trabalhar" porque nunca fez isso na vida. - retruca Robby - Mas voltando ao assunto, quando eu vou conhecer esse cara?

- Se Deus quiser, nunca. - sorrio para ele - Esqueceu que ninguém sabe que sou filha de Johny? Como eu explico para as pessoas que tenho você?

Robby dá de ombros.

- Se vira, eu quero conhecer esse cara.

- 'Tá. 'Tá. Um dia eu apresento vocês dois.

- Bom mesmo, feiosa.

* * *

NA sexta da semana seguinte, o povo do Cobra Kai decidiu que iríamos no cinema, mas escolhemos um filme qualquer para ver pois assim ficaríamos conversando e teriam menos pessoas junto da gente.
Miguel estava contando das suas desventuras no relacionamento com a Sam enquanto Falcão jogava pipoca nas pessoas do cinema.

- Não paro de pensar no que o sensei disse sobre o pai da Sam. - diz Miguel.

- O sensei e o pai da Sam tem uma rixa. O que isso tem haver com você? - pergunta Aisha.

- Tenho que soletrar para você? O pai da Sam odeia o Cobra Kai. Sou parte do Cobra Kai. Então, por extensão, o pai da Sam vai me odiar.

Rio da situação triste do meu amigo.

- Você 'tá ferrado.

- Por que você não se preocupa? Ela é sua amiga, o pai dela poderia muito bem te odiar.

- Eu não estou namorando a filha dele. E ele já me conhecia antes, é diferente. - dou de ombros, me aconchegando no peito de Falcão.

- Ela 'tá certa. - diz Falcão - Você é um nerd.

- E não é só na minha cabeça. - continua Miguel - A Sam ficou estranha uma vez quando o pai dela chegou.

- Olha, conheço o Sr. LaRusso desde a terceira série. É um cara muito legal. Só tem que conversar com ele.

- Ainda nem fui convidado. Ela deve ter medo de me apresentar.

- Cara, vá até lá. É uma jogada de alfa. - diz Falcão.

Eu reviro os olhos.

- Não sei se é "uma jogada alfa" mas é meio arriscado aparecer assim do nada. - falo, me virando para Falcão - Falando nisso, meu irmão e minha mãe querem te conhecer.

- Nossa, eu estou louco para conhecer seu irmão misterioso. É aquele que nasceu exatamente um mês antes de você?

- Esse mesmo. Ele mandou eu te apresentar.

Falcão sorriu, me dando um beijo na bochecha.

- Vamos marcar então. Inclusive, depois do cinema vamos lá pra casa?

Franzo os lábios.

- Pra conhecer sua mãe?

Eli balança a cabeça, então se aproxima do meu ouvido, colocando o meu cabelo para trás.

- Ela saiu, a casa vai ser só nossa.

Arregalou os olhos animada e olho para ele sorrindo.

- Promete?

Falcão sorri.

- Prometo.

Dito e feito.
Depois do cinema, Falcão e eu fomos para a casa dele no meu carro. A casa de Eli era bastante confortável, tinha um andar e o quarto dele era... bom, normal.
Ele me olhou de cima a baixo.

- Você não está desconfortável com essas roupas?

- Mais ou menos. - confesso.

Eu estava de saia jeans e um cropped rosa, além de saltos no pé.
Eu sempre andava de salto.

Eli abriu a porta do guarda-roupa dele e jogou um blusão para mim.
Tirei meu cropped, ficando só de sutiã preto e saia, e coloquei a blusa, tirando a saia. Eli se aproximou, me segurando pela cintura e me dando um beijo nos lábios.

- Você fica linda com minha blusa.

Ergo uma sobrancelha.

- Acho que isso é um pouco de possessividade.

- Orgulho. - ele corrige - Acho que o Eli de alguns meses atrás nunca imaginou que estaria namorando com uma das rainhas da escola.

Coloco meus braços em volta do pescoço de Eli, dando um beijo em seus lábios.

- Você me tem agora, sou todinha sua. - prometo.

Eli sorri.

- Vem, vamos fazer alguma coisa saudável e leve - ele acrescenta - Pra gente comer.

A frase fez meu coração aquecer, então eu segui Falcão — Eli — até a cozinha e nós preparamos um subway caseiro.

DUMB BLONDE [Falcão - Eli]Onde histórias criam vida. Descubra agora