45.

1.5K 114 1
                                    

45.

JOHNY me chamou para sair, então eu decidi que iria no restaurante italiano marcado com ele. Imagine minha surpresa ao chegar lá e dar de cara com Robby.
Dou de ombros, ele devia ter só esquecido de me avisar, e me sento ao lado de Robby. Eu não estava achando nada fora do comum até Miguel chegar no restaurante.

- Vou adivinhar: o pai de vocês te convidaram?

- Sim. - responde Robby.

- E não disse que eu viria.

- Não.

Robby estava mais mal-humorado que o usual hoje devido ao término com Tory. Eu queria muito falar com a garota só não sabia como poderíamos conversar depois de tudo que aconteceu.

Meu irmão e Miguel se levantam prestes a ir embora quando Johny chega e os faz sentar mais uma vez. Eu sou a primeira a me pronunciar.

- Então, eu entendo porque eles estão aqui, mas por que eu estou aqui?

- Porque somos uma família. - responde Johny.

Miguel revira os olhos e Robby suspira incrédulo.

- 'Tá, eu menti pra trazê-los aqui. Depois do que eu vi no parque, vocês não viriam de boa vontade. Sei que estão de mal-humor porque seus namoros acabaram.

- Nossa, eles já tem tanto em comum. - murmuro.

- Como a viagem pro México pareceu ser um começo, pensei em fazermos outra viagem.

Respiro fundo, vendo a confusão que Johny estava fazendo.

- Uma viagem? - pergunta Robby - A um shopping em Chatswood?

- Seu corpo pode estar num shopping, - um cara chega falando - mas suas papilas gustativas farão uma viagem ao velho continente. Ele sabe do que estou falando.

- É. - responde Johny alegremente.

- Não importa aonde vamos. O berço do prazer culinário aguarda. Querem o fettucine alfredo? Vamos para a Roma. O ravioli? Vamos para Toscana. Mas vamos voltar para comer lasanha de chocolate, que, como beisebol e o refrigerante no copo de dois litros, só tem nós EUA.

Miguel balança a cabeça e Robby olha para o cara com cara de tacho.

- Vou trazer grissinos fresquinhos. - o garçom diz e se afasta para nos dar privacidade.

- Qual é! O cara se esforça, e vocês continuam bravos?

Ergo a mão.

- Eu não estou brava.

Robby revira os olhos.

- Não estou bravo com isso. - diz Miguel.

- Grissinos não vai resolver isso. - concorda Robby.

- Vocês nunca comeram o grossinho daqui. Uma mordida, e vão esquecer dessa briga.

- Nunca vou esquecer. - diz Miguel.

- Nem eu. - concorda Robby mais uma vez.

E dito isso os dois se levantam e vão embora, me deixando sozinha com Johny e os grissinos.

* * *

JOHNY tinha tentando fazer com que Robby e Miguel tivessem uma ligação por fazer um scape room com os dois, dessa vez ele não me chamou. Obviamente seu plano não tinha dado certo.
Agora ele estava fazendo seu último apelo para as coisas darem certo e eu queria ver o que Johny iria aprontar dessa vez, por isso me encontrava do lado de fora do residencial onde ele e Miguel moravam sentada numa cadeira observando tudo quando Johny usa uma buzina para chamar os meninos.
Ambos saíram de casa.

- Vocês dois fiquem ai.

- Você 'tá brincando?

- Eu não tenho tempo pra--

- Silêncio! - grita Johny, interrompendo os garotos - Querem continuar com essa treta? Beleza. Sejam homens. Parem de falar e usem os punhos.

- Quer que façamos o que? - pergunta Robby.

- Lutem. - arregalou os olhos pela fala do homem - Sem pontos, sem tatame. Lutem até cansar.

- Aqui? Agora? - pergunta Miguel.

- Johny, você tem certeza disso? - pergunto preocupada.

- Absoluta. - meu pai responde - Então, vocês vão lutar ou era só conversa fiada?

- Para mim não.

Sinto meu estômago revirando de nervoso.

- Nem pra mim.

- Ok, podem começar.

E assim os dois o fazem.
Johny fica provocando os dois enquanto eles lutam pois eles estavam pegando leve um com o outro e de repente uma batalha começa.
Miguel cai, Robby leva um chutão na cara, os dois estavam indo com tudo e acabaram começando a subir a escada para o outro andar. Johny tenta pará-los mas nenhum dos dois escuta e eu estou prevendo uma merda quando Johny finalmente começa a subir as escada, Miguel está batendo em Robby e posso jurar que ele vai derrubar meu irmão do segundo andar quando ele para.
Eu solto um suspiro aliviada, me sentando novamente para recuperar do susto. Os dois conversam sobre os acontecimentos, pelo menos um acontecimento bom do dia, mas isso não me deixa menos brava.

Johny desce com os dois pelas escadas e eu puxo ambos pelo pescoço para lhes abraçar.

- Puta merda! - reclamo ao me separar deles, e soco o peito de cada um com força - Nunca mais me assustem desse jeito de novo.

- Perdão. - Miguel sorri.

- É, foi mal. - Robby pisca pra mim.

- Então, acabou? - pergunta Johny - Estão de boa?

Ambos os garotos afirmam.

- Graças a Deus. Se ainda se odiassem quando o bebê chegar...

Johny para de falar. Eu já estou sorrindo.

- Bebê? - pergunto - Carmen está grávida?

- É, vamos ter um bebê. Íamos contar juntos. Finjam surpresa.

- Puta merda! - exclama Miguel alegremente.

Nós três abraçamos Johny em conjunto.
Acho que nunca sofri um misto de emoções tantas vezes em apenas alguns minutos.

Naquela noite nós jantamos todos juntos na casa de Carmen, ele comprou mais grisinos e os comemos com leite com chocolate. Foi uma refeição deliciosa.

DUMB BLONDE [Falcão - Eli]Onde histórias criam vida. Descubra agora