DUMB BLONDE [Falcão - Eli]

49.

49.

EU e Eli saímos correndo em direção a briga e chegamos lá junto de Miguel e Robby.

- Sabia que o Silver tinha trapaceado e não fez nada? - escuto Sam falando quando me aproximo.

- O que? - pergunto em voz alta, e as duas se viram para mim, dou um passo à frente - Do que estão falando?

- Você não perdeu as regionais. - Sam diz, apontando acusadoramente para Tory - Diga pra ela!

- Você não sabe como é lá! - tenta Tory - O que eu tive que passar.

Sam ignora, atacando a garota com ódio.

- Minha família está sofrendo por sua causa! - diz Sam.

Miguel e Robby se colocam entre as duas.

- Ela está de conchavo com o Kreese esse tempo todo! - acusa Sam.

Robby olha magoado para Tory.

- O que?

- Por que só falou agora? - pergunta Sam - Você é covarde!

- Sam! - repreendo - Já chega!

- Você vai ficar defendendo ela? - Sam está em choque - Depois de tudo que ela te fez? Ela é um monstro!

Aquilo abalou Tory, deu pra ver pela sua expressão.

- Vá se foder, LaRusso. - diz Tory - Eu sabia que isso era um erro.

E dito isso a loira foi embora para um lado e Sam para o outro.

- Sam! - diz Miguel.

- Tory! - tenta Robby.

- Você sabia disso? - pergunto a Robby, me aproximando.

- Não. - ele nega - Não tinha ideia.

* * *

DESCOBRIR que você ganhou um torneio que achou que tinha perdido e ficou super insegura atoa por dias era um baque em tanto.
Eu descobri que Silver, além de pagar o juíz para ganhar o campeonato, incriminou Kreese para que ele fosse preso. O cara era mais louco do que estávamos pensando.

Bert iria tentar fazer o Arraia falar já que eles eram amigos e Robby tinha ido - contra a minha vontade - para o Cobra Kai ver se conseguia servir de exemplo para os outros alunos, para eles verem como aquele lugar era tóxico. Eu duvidava que isso fosse funcionar e achava a ideia perigosa, mas óbvio que meu irmão não me ouviu.

Enquanto nós adolescente cuidávamos desse problema, meus pais, Carmen, os LaRusso e Chozen tinham saído para comemorar a gravidez de Carmen. Eu achava injusto porque queria estar com eles, mas tínhamos coisas mais importantes para resolver.

No momento, todos estávamos na porta de Arraia.

- Oh, é uma armadilha. - diz Arraia - Até você, Bertus?

- Sai dessa. - manda Eli - Sabemos que Kreese não te bateu.

- De acordo com meu depoimento, ele me bateu, sim. Leiam os arquivos do caso.

Arraia estava prestes a fechar a porta mas Sam o interrompe.

- Você mentiu no depoimento, e mentiu pro meu pai, mas não vai mentir pra gente.

Entramos na casa de Arraia sem ele poder nos impedir.

Nos sentamos na mesa em frente à ele e Demetri começou com a interrogação.

- O que aconteceu aquela noite? Quem te bateu? - perguntou.

- Como é, Bert? - Arraia olhava para o loiro.

- Olhe pra mim. - manda Demetri.

- Como é apunhalar alguém pelas costas e ver o sangue da pessoa escorrer?

- Céus, já chega! - exclama Eli - Chega de jogos!

Arraia hesita.

- Meu pai sofreu muito por causa do que você e o Silver fizeram. - começa Sam - E muitas pessoas vão sofrer se você não fizer nada.

- Mas, se eu contar o que aconteceu, ele vai descobrir. Não posso. Não é tão fácil assim, gente.

Ficamos em silêncio por um momento, deixando Arraia lidar com seus sentimentos.

- Espere. - ele fala como se tivesse tido uma ideia - 'Tá, estou fazendo essa campanha de RPG...

- Não temos tempo pra isso. - diz Miguel.

- Espera. - diz Eli - O que acontece na campanha?

Vejo onde Arraia quer chegar e deixo um suspiro de alívio sair de dentro de mim.

- Certo. Então, era uma vez, um monge anão que era membro da guilda mais irada do território. Ele foi banido por causa do politicamente correto, mas, assim que pagou sua pena, ele voltou. Porém, a guilda estava sob nova liderança e o monge foi proibido de voltar, e de uma forma bem grosseira, saibam disso.

- O que o monge fez? - perguntou Demetri.

- O monge fez um pacto com com um rei de cabelo prateado para derrubar o líder atual. Em uma manhã, antes dos guerreiros chegarem, o rei golpeou o monge. Várias vezes. Várias vezes. O líder acabou sendo incriminado pela agressão e foi aprisionado por isso. Assim, o rei de cabelo prateado assumiu a guilda.

- E você... - Demetri se corrigiu - O monge anão voltou para a guilda?

- Sim, com benefícios. - adivinhou Eli, olhando ao redor.

- Por que não conta o que aconteceu? - pergunta Miguel.

- Ele não quer perder os benefícios. - suponho.

- Não! Não. Eu... O monge abriria mão de tudo que recebeu se pudesse, mas o rei de cabelo prateado quase matou o monge. Ele podia tê-lo matado! E por que? Para ter poder. Então sim, o monge tem medo do que o rei faria para manter o poder. O monge só queria volta para a guilda porque ele achou que poderia ser... um guerreiro nobre e honrado. Como a Lily, o Falcão, a Samantha e todos vocês. Mas ele não tem nobreza nem honra. E nem é um guerreiro, ele só joga com eles o dia inteiro. O monge só está assustado. Não posso. Desculpa.

- Ótimo, obrigado por nada. - diz Sam, saindo brava da casa do Arraia que chorava.

Miguel foi atrás dela e eu troco um olhar com Eli.
Eu gostava muito de ambos, mas eles juntos não iria dar boa coisa.