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OS cobra kais e seu sensei tinham aparecido no treinamento dos presas de águia e quase começaram uma briga, mas Kreese disse que só queria conversar com Johny e, de acordo com meu pai, ele estava desesperado em fazê-lo voltar para o Cobra Kai.  Johny disse que não voltaria pra lá tão cedo, nem se o pagassem.
O Sr. LaRusso tinha voltado de cidade e também tinha reaberto o dojô, então tecnicamente agora era uma guerra tripla. Na minha opinião, Johny e Daniel deveriam formar uma aliança e se unir contra Kreese, já que ambos os odiavam, só que os adultos provavelmente eram cabeça-duras demais pra isso.

Eu estava indo com mamãe buscar Robby, já que ele sairia do reformatório hoje, e quando chegamos lá, vimos Daniel e Johny discutindo e Robby observando os dois, até que os dois adultos se tocaram que o garoto estava vendo e pararam.
Sai do carro quase correndo com Eliza e nos aproximamos do trio.

- Eu te disse que não queria que viesse. - disse Robby para Johny.

- Você é meu filho, eu quis vir.

- Eu também. - diz LaRusso

- Nem vem, estou aqui por sua causa.

- Sai que está magoado, mas fiz o melhor por você. - Robby revira os olhos - Quero que saiba que estou aqui.

- Sempre terá um lar no Miyagi-Do.

- Ou comigo. - diz Johny.

- Os dois. - fala Robby - Fiquem fora da minha vida.

Mamãe decide finalmente se intrometer.

- Robby, querido. - ela chama - Vamos?

Robby olha feio pra Johny e Daniel enquanto passa por eles, e quando se coloca ao lado de mamãe, ele sorri para mim e pra ela.
Eliza olha feio para os dois mais velhos.

- Enquanto não resolverem essa rivalidade ridícula de vocês dois, estão proibidos de ver o Robby. - ela diz.

- Ele é meu filho. - lembra Johny.

- Se quiser ir à justiça, fique a vontade, mas eu tenho certeza que seu caso não vai ajudá-lo muito, Johny. Vamos, Robby, Lily.

Dou um leve sorriso para Daniel e Johny e sigo mamãe. Eu e Robby colocamos a mão na fechadura da porta do banco da frente.
Ele me olha.

- Eu acabei de sair de um reformatório.

Respiro fundo, erguendo as mãos em rendição.

- Justo.

Mamãe entra no banco do motorista e sorri.

- Vamos pra casa.

* * *

DEMETRI tinha me arrastado para o treino dos Miyagi-Do e era isso que eu estava fazendo agora, escutando o senhor LaRusso falar e pensando no quão puto meu pai iria ficar se eu descobrisse que eu estava aqui. Eu tinha prometido a mim mesma que iria parar com o karatê, mas eu sentia muita falta e esperava que esse tipo de karatê do Miyagi não fosse tão violento quanto o do Cobra Kai.

Falando em Demetri, ele e a Yas estavam ficando há uns dias e eu só descobri porque vi os dois quase se comendo em um canto da escola.
Eu estava feliz pelos dois.

James e Mary tinham voltado a se falar, o garoto me prometeu que era totalmente platônico mas eu podia ver faíscas saindo dos olhos de ambos quando eles se encaravam. Era frustrante.

- Continuem, vamos lá. - diz LaRusso.

Ele tinha colocado a gente para fazer repetições de movimentos de defesa.

- Vamos, Chris, você sabe os movimentos.

- Estou tentando acompanhar.

Demetri, agora já sem gesso, estava fazendo os movimentos todos errados, me fazendo fazer uma careta.

- Você gostou de ter seu braço quebrado? - pergunta Daniel - Porque se continuar se defendendo assim, vai voltar a usar gesso.

Uau, pesado. Eu não esperava isso do Daniel.
Aparentemente sua esposa, Amanda, também não, pois estava com boca aberta em choque.

- Pessoal, vamos fazer uma pausa, tudo bem? - ela diz. - Tem chá gelado é limonada lá dentro.

O grupo começou a se dispersar.

- Caramba, estou tão cansado. - disse Chris.

- Nem me diga. - resmungo - Não treino karatê há tanto tempo.

Chris faz uma careta.
O povo do Miyagi não era exatamente meu fã já que eu treinava no Cobra Kai e sou filha de Johny, mas pelo menos me aceitaram no treinamento hoje.

- Isso daqui é uma delícia. - disse Demetri, tomando do chá gelado - De que é?

Antes que Sam fosse responder, escutamos uma conversa vindo do campo. Aparentemente era um dos organizadores do torneio regional e ele estava falando que o comitê tinha decidido que não iria ter mais torneio devido aos acontecimentos dos últimos tempos.
Assim que o cara do comitê foi embora, todos olharam para Sam e ela foi falar com Daniel. Eu sabia que o torneio era importante para a maioria dos meus amigos e esperava que eles conseguissem dar um jeito nessa bagunça.

* * *

ESTAVA sentada na minha cama mexendo no computador quando escuto uma porta batendo. Tiro os fones de ouvido e franzo o cenho, estranhando a violência.
Abaixo a tampa do computador e o deixo de lado, saindo do meu quarto e parando na porta de Robby, batendo nela.

- Robby? - chamo.

- Me deixa em paz. - ele manda.

Reviro meus olhos, abrindo a porta do quarto. Robby estava deitado na cama e me olha com raiva.

- E se eu estivesse me masturbando?

- Prefiro arriscar. - digo - O que rolou?

Robby mordeu a bochecha.

- Vi Sam e Miguel juntos. Por que você não me contou?

Balanço a cabeça.

- Eu... não sabia. Não acredito que Miguel não me contou.

- É, bom ver como estão suas amizades. - ele resmunga.

Robby fica num silêncio suspeito.

- Não é só isso. - percebo - O que mais?

- Você sabe que não tenho que te contar tudo, certo?

Cruzo os braços. Robby suspira.

- Eu entrei no Cobra Kai.

Arregalo meus olhos, ficando tensa. Ando rápido até a cama de Robby e me sento na beirada.

- Robby...

- Não precisa surtar. - ele diz - Só entrei lá por causa das coisas que aconteceram.

Pra se vingar de Johny, Daniel e Sam. Traduzo mentalmente.

- Mesmo assim, Robby, é perigoso.

- Eu não vou virar um babaca. - ele promete.

Consigo sorrir, empurrando o ombro dele.

- Você já é um babacão.

Robby sorri, me empurrando de volta.
Eu sabia que Robby conseguia se cuidar, mas também sabia o quão manipulador Kreese podia ser, e esperava que meu irmão conseguisse não cair na lábia dele, já que qualquer coisa que eu falasse não iria impedir o garoto de se juntar ao Cobra Kai.

DUMB BLONDE [Falcão - Eli]Onde histórias criam vida. Descubra agora