DUMB BLONDE [Falcão - Eli]

15.

15.

ESTÁVAMOS no lugar onde Falcão fazia tatuagem para ele retocar seu falcão — já que seu cabelo agora estava vermelho — e ele falou que faria uma nova tatuagem, uma surpresa pra mim.
Eu estava sentada no sofá de espera, enquanto navegava pelo Twitter quando Falcão finalmente sai da sala de tatuagem, sem camisa.
No seu peito, tinha uma flor, um lírio.

Me aproximo dele, deixando a revista de lado.

- Isso é pra mim? - pergunto.

- Talvez.

Passo o braço pelo pescoço dele e Eli se inclina para baixo, nossos lábios se selam com facilidade e perfeição de tanto que nós nos beijávamos.

- Você pode... hã... fazer cardio ou tem que esperar algum tempo? - pergunto.

- Posso fazer cardio a vontade.

Os olhos de Falcão estavam carregados de segundas intenções.

- Hey, patetas. - ele chama Mané e Traste - Peguem minhas coisas, estamos indo.

* * *

EU estava puta com Johny.
Ele foi burro o suficiente para colocar John Kreese como sensei e se isso continuasse, eu com certeza iria sair do Cobra Kai. Eu odiava aquele cara com todas as minhas forças e me recusava a ter aula com ele.
Falando nos dois, eles estavam lutando e mostrando para gente alguns movimentos no tatame. Kreese prende Johny num mata-leão.

- Prestem atenção. - Johny diz - Ele pegou meu pescoço, e eu, o cotovelo dele. Se eu tentar sair...

- Eu aperto e apago ele. - diz Kreese.

- Se tento a costela... - Johny dá uma cotovelada na costela de Kreese - Ele deixa o peito aberto. Duas opções difíceis. O que você faz?

Ninguém responde.
Johny dá uma rasteira em Kreese, se livrando do mata-leão, e ele cai no chão.

- Esquece as consequências e parte para cima.

- Você pode se machucar, mas quem fica parado não ganha.

- Você escolhe, toma uma atitude, e aposta tudo.

Depois do treino, a panelinha do Cobra Kai + Moon decidimos que iríamos para o mesmo restaurante de sempre onde comemos os nachos de vitória quando vencemos o torneio.
Eu estava sentada entre Moon e Falcão, olhando o Instagram junto de Moon quando ela para em uma foto de Yas.

- Oh meu Deus, tenho um biquíni igual ao da Yas.

- Fala que ela pode ficar na França. - resmunga Aisha.

Tory pega um gelo do copo e joga em Miguel, que estava em outra mesa mexendo no notebook.

- Ei!

- Oops, deve ter escapado da minha mão. - ela diz.

Tory se levanta e anda até Miguel.

- Dez pratas que ele está fazendo algo relacionado à Sam. - diz Falcão.

- Vinte pratas que é sobre karatê. - retruco.

- 'Tá rolando alguma coisa entre aqueles dois? - Moon me pergunta, acenando com a cabeça para Tory e Miguel conversando.

- Ainda não, mas vai rolar.

- Tomara que role pra ele desencanar da Sam. - bufa Falcão.

- Ela 'tá bem chata esses dias. - admito - Até surtou quando a gente se encontrou.

- Verdade. - concorda Aisha - Acho que ela está com ciúmes da Tory.

- Eu tenho certeza.

Falcão olha para a mesa de Traste e Mané, então ele pega uma batatinha e come.

- Vai lá. - eu o incentivo.

Hawk aperta os lábios.

- Já volto.

Sorrio quando ele sai da mesa e vai até os novos... amigos. Moon me olha curiosa.

- Acho que nunca te vi tão feliz com alguém. - ela diz - O que é um milagre porque você é obcecada por red flags ambulantes.

- O que? Não sou não.

- É sim. - diz Aisha - Até eu sei que seus namorados eram os piores, é legal que você encontrou um cara como Falcão.

Dou de ombros, eu era mesma sortuda por ter ele.

* * *

EU ia matar o Eli.
Ele tinha falado alguma coisa sobre detonar Demetri e saído do restaurante, e desde então ele não estava me respondendo e nem atendendo minhas ligações e isso já fazia mais ou menos duas horas. Ou seja, ele estava fazendo merda.
Moon me mandou uma mensagem — já que ela tinha ido embora e levado Aisha — dizendo que talvez eles poderiam estar no shopping e é pra lá que eu estava indo agora. Estacionei meu carro no lugar vazio mais perto da entrada e entrei no shopping, com celular na mão tentando ligar para Falcão.
Imagine minha surpresa ao chegar na praça de alimentação e dar de cara com uma luta de karatê entre Sam e Robby contra o Cobra Kai, que eram tipo, sete pessoas. E eles estavam ganhando.

Respirei fundo, me apoiando numa pilastra e ficando quietinha no meu lugar esperando a luta acabar. Porque quando a luta acabasse eu iria acabar com a raça de Falcão.
Vejo a hora exata que Robby dá uma bicuda na cara de Falcão e ele cai no chão e faço uma careta, sentindo um pouco de pena. A luta tinha acabado.

Me aproximo do trio, que se coloca em posição de defesa, e reviro os olhos.

- Relaxem, não sou burra de lutar contra vocês dois. - ergo as mãos - Só vim pegar meu namorado. Robby, uma ajudinha?

Robby, como caríssimo irmão que era, me ajudou a colocar Falcão no meu carro. Me despedi do garoto com um toque de mão e levei Falcão para sua casa.
Para tirá-lo do carro foi mais fácil, já que ele estava um pouco mais acordado do que antes, e dei graças a Deus que a mãe dele não estava em casa. Peguei a chave de casa no bolso dele e abri a casa, deixando Eli no sofá.
Peguei uma bolsa de gelo e coloquei na boca dele, Eli resmungou alguma coisa, completamente consciente dessa vez.

- Valeu. - ele disse.

Dei um tapa no rosto dele, jogando a bolsa de gelo longe. Eli me olha em choque.

- O que foi isso, maluca?

- Isso foi pelo Demetri! - grito - O que estava pensando? Ele é seu amigo!

- Ele é um nerd!

- Você era um nerd! - retruco - Eli, você era um nerd.

Eli desvia o olhar.

- É Falcão.

Hesito, ficando mais tensa. Então eu ri, pegando minha bolsa para sair.

- Onde você está indo?

- Embora. - admito - E Falcão, eu não vou voltar.

- Você 'tá terminando comigo?

- Eu te falei que se você aprontasse mais uma isso iria acabar! - exclamo - Eu não sou babá de ninguém, Falcão, muito menos sua.

- Então é isso? Vai jogar o que nós dois temos fora por causa dele? Por causa de um nerd?

- Não é por causa dele, é por sua causa! - respiro fundo, tentando permaneces calma - Falcão, eu amo isso. - aponto pro seu cabelo - E eu amo as tatuagens, mas eu não amo um valentão.

Falcão fica sem palavras. Coloco minha bolsa no ombro e saio da casa dele.
Assim que chego no carro, foi partida e vou até minha casa. Só quando estou na garagem deixo as lágrimas caírem, e elas vem com tudo.