Capítulo 3

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— Bom dia, já disse que adoro quando nossa folga cai no sábado? _ Rachel toda sorridente com a tigela de panquecas na mão, acho que quero dormir mais.

— Gosto de folga, é maravilhoso quando cai no final de semana, com o Arthur, e cadê ele? _ aquele garotinho é o amor da minha vida

— Arthur levantou, comeu e dormiu de novo, ele dormiu bem?

— Ele dormiu bem, sim, mas acordou a hora que chegamos, entrei e coloquei ele para dormir novamente

— O que você achou do Otto? _ interpelou arqueando sua sobrancelha direita

— É gato, mas ele nem é daqui, é um playboy, acha que ele quer o quê? Namorar, noivar e casar? Ele que apenas sexo, e eu não tenho paciência para nada raso, acho que nem para nada sério eu tenho. _

Ela respira fundo, apaga o fogo e me encara.

— Você precisa tentar a terapia de novo, está repelindo todo mundo, não é saudável _ e eu não sei, eu não consigo abrir brecha para ninguém, e não é minha culpa

— É muito caro, nós temos o aluguel, e o dinheiro para a escolinha e o plano de saúde é mais importante _ fora o restante das dívidas

— Agradeço do fundo do meu coração, mas se você continuar assim, não vou pegar mais nenhum misero Dólar, prefiro trabalhar em mais um emprego e ter minha melhor amiga saudável mentalmente _ ela serve um prato e entrega uma panqueca para mim

— Prometo que vou tentar, vou tentar ser mais sociável, vou até ligar para o mauricinho, satisfeita?

_Ela sorri e me entrega o mel.

{...}

— Parque titia, mamãe não quer me levar agora

_ Arthur segurando seu triciclo na porta da cozinha, implorou para Rachel, mas ela hoje é a doida da faxina, não basta fazer isso todos os dias da semana, no emprego, ela ataca em casa também, acordar cedo para faxinar a casa, ela quer fazer tudo como no trabalho, confesso que é muito mais prático, mas é chato, o que tem eu deixar minha cama bagunçada um dia da semana? Ou deixar a louça na lava-louça.

— Rachel, estamos indo ao parque, vê se aparece lá _ digo em voz alta, ela está organizando seu closet, todo final de semana faz isso

— Ebá, mamãe ouviu? _ ser mãe não é fácil, vi minha amiga com 16 anos se virar em trinta para sustentar seu filho, trabalhou de tudo um pouco, hoje constato a força dela, uma guerreira de verdade, seis anos depois de seu pai a jogar na rua por engravidar

— Vem Arthur, a mamãe vai depois _ digo gritando _ sei que ela vai, jamais esse garotinho ficou em segundo plano, para nenhuma de nós duas, mas essas faxinas na parte da manhã, às vezes ela pira.

Caminhei ao lado dele, enquanto ele pedalava seu triciclo, que quando chegarmos lá será abandonado para que ele corra de um brinquedo para o outro, como qualquer criança saudável.

Seus olhinhos brilharam, como se há muito tempo não viesse ao parque, foi mais fofo ainda quando ele me olhou com olhar pidão, para poder largar seu veículo aos meus cuidados para ele correr livremente._ assenti e o vi correr com o mais belo sorriso em seu belo rosto feliz.

— Oi, de novo _ Otto? O encarei assustada.

— Oi, o que faz aqui? _ indaguei com a voz um pouco mais irritada do que eu queria, tenho certeza que minhas sobrancelhas estão se encostando agora

— Calma, eu vim em paz _ ele deu um passo para trás e usou suas mãos como se protegesse

— Vim com Pedro, e trouxe a Karen para o parque que Rachel disse ter próximo da sua casa

SOS JANE BROWMOnde histórias criam vida. Descubra agora