Capítulo 21

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Não acredito que estou aqui, contra a minha vontade, dois imbecis que faltavam tirar o pal para fora para ver de quem é o maior, agora estou eu aqui passando frio, já que faz 12.º, acostumada com o calor do rio, estou congelando.

— Que cara é essa, linda Jane? _ Thomas cheio de graça. Minha vontade é de voltar para o jato da empresa, mas não, tenho que enfrentar isso, minha deusa, que me auxilie a não tacar minha mala na cara desse imbecil.

— Me dê isso _ minha mala foi tirada das minhas mãos, e o terno de Oliver foi jogado em meus ombros

— Que isso?_ indaguei assustada, e ele ignorou

— Prefere congelar?_ disse seco, se afastando, em direção ao check-out, eu que não vou contestar, estou morrendo de frio, mesmo agasalhada

Chegamos ao hotel, que fica em uma avenida movimentada, pelos mapas que estudei, ela corta a cidade com acesso fácil a muitas rodovias.

Perto tem estádio de futebol, e do andar em que estamos, não preciso pagar ingresso, muito refinado, não vejo obras a se fazer, apenas a faxada, já que o nome será mudado, e a pintura nova será muito bem recebida.

Claro, se finalizar a compra. Ouço batidas na porta. Não me lembro de pedir serviço de quarto.

— Aceita uma bebida? Só para aquecer _ Thomas invade meu quarto, assim que abro a porta.

— Não me lembro de convidá-lo! _ digo ainda com a porta aberta

— Tomei a liberdade de trazer um whisky, ajuda a esquentar _ revirando os olhos internamente, fecho a porta e me sentei de frente a ele

— Não gosto _ sou mulher, gosto de bebidas doces, não tenho dúvida de que seja um otário

— Vamos ver seu frigobar _ ele se levantou e abriu o mesmo, e vasculhou, eu já havia tomado um refrigerante assim que cheguei

— Pode misturar, com um refrigerante, o que acha?_ perguntou, e me levantei e fechei o frigobar

— Não, obrigada, já conheceu as dependências do hotel? _ Estou tentando ser educada

— Vi que tem sauna, que acha de ir comigo? _ não consegui disfarçar a surpresa, meus olhos saltaram

— Chame o CEO, Oliver tem muito mais a conversar com o senhor _ minha deusa está praticamente surtando agora. Ele pareceu coçar a garganta.

— Aceita jantar comigo hoje? _ sorri e coloquei minhas mãos na cintura

— Sim, claro, já está no Itinerário, vamos todos jantar no restaurante do hotel _ ele me encarou de um jeito estranho

— Você é durona, mas isso te deixa mais linda _ disse e se levantou, caminhou até a porta e abriu e se virou para mim

— Adoro um desafio _ e saiu com um sorriso idiota na boca, que me irritou

— Quem ele pensa que é? _ rio sem humor. Devo atrair esse tipo.

— Já passei por tanta coisa na minha vida, para um mauricinho mimado que nunca deve ter recebido um não dá mamãe, acha que pode me levar para a cama fácil assim!

_ minha deusa está de esmalte novo, doida para arranhar. Ouço batidas na porta do meu quarto de novo, ando até ela muito mais irritada.

— Escuta aqui, imbecil, eu... _ as palavras morrem ao perceber que na porta em minha frente Oliver, com as mãos em defesa

— Calma, eu só vim avisar que cancelei a reunião online que teríamos, em vinte minutos, agora estou indo _ disse e se virou para ir, mas segurei seu braço

— Desculpa, esse imbecil, não era para você _ ele arqueou a sobrancelha e me encarou com aquele azul mágico radiante, seus olhos brilhavam

— Como assim? _ Indagou, e eu dei de ombros e estendi o braço, fazendo sinal para entrar

— Nada, não, quer tomar um whisky? _ disse quando me deparei com a garrafa do idiota em cima do frigobar
— No meu quarto não tinha isso, você pediu? _ neguei, e servi um copo para ele

— Meu primo, ele tentou falar com você? _ indagou, parecendo um tanto desconfortável

— No coquetel, mas seu avô evitou uma cena _ disse e o encarei enquanto sorvia de uma vez o líquido âmbar

— Ele irá ficar longe _ disse, e eu assenti e me sentei

— Eu não tive tempo e nem coragem, mas obrigada _ ele me lançou um olhar confuso

— Sabe, aquele dia, você cuidou de mim, poderia ter ligado para a Rachel, e ido embora _ disse colocando os pés-descalços no sofá

— Eu nunca faria isso _ não sei o que senti, mas me arrepiei toda, mesmo estando com o quarto quente devido ao ar-condicionado. Ele sorriu e respondi com um sorriso que não consegui conter.

— Então, nós estamos liberados hoje _ disse mudando de assunto, e desviando de seus olhos

— Almoça comigo? _ Seu convite veio em boa hora, já que estou com fome

— Você paga! _ ele sorriu, afirmando

P.O.V. Oliver Zahar

Adoro vê-la comendo, parece uma criança com o doce que mais gosta, e

— Não vai comer? _ sua voz atraiu minha atenção para seus olhos, será que ela me viu encarando sua boca carnuda?

Não, não reparou, ou possivelmente jogaria isso na minha cara.

— Vou, sim, só me distrai _ disse e voltei a comer, mas sua naturalidade perto de mim, me deixa confortável

— Pensei que me odiasse, por que está sendo legal comigo? _ ela disse e sorriu, e eu encarei confuso, como eu a odiaria?

— Não, eu não a odeio, de onde tirou isso? _ ela revirou os olhos, e foi muito sensual. O que estou pensando? Preciso parar com esse tipo de pensamento.

— Você foi um boçal comigo

_ disse e me lembro bem de tê-la tratado algumas vezes como um idiota. Fui babaca.

— Me desculpe, é que não tinha te visto comer ainda _ ela riu alto, e tapou a boca com vergonha do som bonito que fez

— Não me faça rir assim em público, e sempre que quiser pagar comida para mim, estou disponível

_ disse e enfiou uma garfada de uma dos quatro tipos de lasanha na boca

E fez seu eventual bico enquanto mastigava, porra, fiquei duro só de vê-la mastigando, tenho que parar com isso, ela é proibida para mim. Como paro isso?

— Tenho que jantar com o trio pateta? _ questionou e pareceu lamentar quando afirmei, e encarou a mesa um pouco desolada

— O que está te incomodando? _ ela olhou rapidamente para mim, o que me deixou em alerta

— Nada com que tenha que se preocupar, chefe _ disse divertida, e sorriu

— Quer dar uma volta na cidade? Podemos aproveitar que a tarde está mais quente, nem tremeu quando saiu do carro _ ela sorriu e assentiu, e deu sua última garfada de lasanha.

Saímos do restaurante e seguimos o GPS, que nos levou ao parque do Ingá, como é chamado, um lugar lindo, com um pequeno lago cheio de peixes, demos ração para eles, vimos uns macaquinhos peludos como ela disse, saguis.

— Tira uma foto comigo? _ queria marcar esse dia em meu calendário, eu nunca a vi tão alegre e sorridente, e gostei de ter meu dedo nisso

— No seu iPhone, porque o meu, Motorola, vou ficar feia _ ela se aproximou de mim, e colou seu rosto no meu.

— Impossível, nada no mundo faria você ficar feia _ disse e senti que ela prendeu a respiração, e corou suas bochechas sem maquiagem. Perfeita.

_ bati umas três fotos, na terceira ela encarava meu rosto e a proximidade me fez sentir seu hálito de uva, o sabor do suco que acabou de beber. Adoro uva.

SOS JANE BROWMOnde histórias criam vida. Descubra agora