Capítulo 60

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Jane Browm

Nunca pensei sobre isso. Ter uma família, antes, ter uma família, não estava em meus planos.

Quando perdi a minha família, pensei que seria sozinha para sempre. E estou eu, aqui, na sala de espera de um consultório, obstétrico.

Saindo daqui, Oliver tem uma consulta com o urologista.

A estranha ligação de ontem, me assustou, mas sei que não é possível. Oliver e o senhor Zahar cuidaram de tudo em relação ao enterro de Otto. Ele estava lá quando desligaram os aparelhos.

— Jane Browm. _ a secretária de Antoni Garcia, um obstetra dos mais conceituados no Rio de Janeiro, e pelo consultório, caro também. Me chama e nos conduz, pelo corredor, até sua sala.

Ela abre a porta de vidro branco, com um sorriso bonito, e nos indica para entrar.

A consulta foi demorada, ele me fez muitas perguntas, tipo, qual meu tipo de alimentação, meus hábitos noturnos, se eu consumia bebida alcoólica, tipos de medicação eu já tomei, ou se eu tomava e quais, e por aí foi.

E a cada pergunta eu via que as respostas, não eram as melhores. Eu nunca me cuidei de verdade.

Ainda mais nos últimos cinco anos, aí sim fui ladeira a baixo, remédio para dormir com álcool, e comia qualquer coisa.

Tinha ligado o botão de autodestruição, e nem ligava para nada disso.

O momento em que Oliver entrou em minha vida, eu mudei muita coisa, e eu sei que nem de perto é o ideal.

— Então, senhorita Jane. Vamos fazer alguns exames, aí, sim, posso ter um prognóstico. _ ele digitou alguns minutos no teclado do seu notebook. Minhas mãos estavam suadas, e eu as esfregava uma na outra.

Oliver segurou minha mão e eu olhei para ele. Ele estava sorrindo, e isso me acalmou, seus dedos se entrelaçando aos meus, e foi desacelerando meu coração que parecia estar em uma maratona.

— Alguns exames devem ser feitos em jejum, e tem duas ultrassonografias também. Investigaremos tudo, não se preocupe, pode não ser nada. Pode pegar com a minha secretária na saída, os pedidos dos exames.

_ nos despedimos e saímos dali com os papéis.

Direto para outro consultório, dessa vez, as perguntas foram para Oliver, mas as respostas totalmente diferentes, ele sempre praticou esporte, se alimentou bem, e não tomou nenhum dos medicamentos fortes que eu.

O exame que o médico pediu a ele, era os de praxe de sangue, e o espermograma. Ele entrou em uma sala, para se masturbar para gozar num potinho.

Ele saiu vermelho, eu o esperava na recepção.

— Que injusto! _ eu disse a ele, e ele me olhou estranhando, com certeza.

— O que, amor? _ segurou em minha mão para irmos embora para casa

— Meu exame é um cano na vagina, e o seu é se masturbar? Cadê a justiça nisso?
_ele beijou minha cabeça e riu, enquanto saíamos da clínica

— A meu amor, se quiser te faço gozar a noite toda! _ um casal passava por nós, e nos ouviu, acabaram rindo

— Rachel disse que está com problemas para encontrar um vestido. É o vestido mesmo? _ ele abriu a porta do carro, e eu entrei, ele olhou em volta e deu a volta e entrou.

— Não sei, todos que provei, não me vi com ele, entrando com ele na igreja. _ ele ligou o carro e eu vi ele balançando a cabeça, negava algo a si mesmo.

— Acho que não é o vestido. São seus pais, eu já esperava algo assim, conversei com um terapeuta, amor. Casar é um passo grande. Se quiser, podemos adiar. _ eu toquei em sua mão, enquanto ele digiria

— Não, por favor. Quero muito isso, quero me casar com você, quero muito ser sua esposa. _ ele olhou para minha mão, e para mim.

— Tudo bem, você quem decide. Se você estiver vestida com um saco de arroz, eu me caso, ainda será a noiva mais linda do mundo! _ diz e volta rápido os olhos para o trânsito

Tenho exatamente um mês, para escolher o vestido. A festa, uma organizadora profissional, que já organizou festas para a empresa, foi requisitada para colocar em prática o que queríamos, que é uma festa familiar.

Família e amigos, apenas os mais íntimos, uma cerimônia simples e discreta, mas com o luxo que meu noivo representa.

Eu sei, é muito doido. Mas a mistura de dois mundos totalmente diferentes resultou em um amor além da medida.

Rachel e eu combinamos de ir a uma loja, que Bruno indicou, a que sua namorada trabalha.

— Prometo, que se não encontrar um, vou enlouquecer uma costuma com um pedido maluco. 

_ disse a uma Rachel, que estava garimpando entre os mais variados vestidos nos cabides, com mais três vendedoras, uma delas Valéria, a namorada do Bruno, o chefe da segurança.

Elas separaram muitas vestidos, eu provei todos, mas não gostei de nenhum. Não parecia certo, eu me casar com nenhum deles.

— Espera, tem um lá no estoque, é um modelo exclusivo, mas nunca foi usado, a noiva encomendou, mas acabou escolhendo um outro vestido.

_ me sentei, de calcinha e sutiã, já frustrada, não quero ser uma noiva chata, eu não sou assim. Acho que Oliver tem razão, é psicológico. Esses vestidos são lindos. Minha mãe iria fazer o meu vestido, era o sonho dela.

Ela voltou com o vestido embalado em uma capa preta.

Quando ela o abriu, meus olhos pousaram no lindo vestido, se encheram de lágrimas, eu chorei.

— É ele, esse é o meu vestido! _ Rachel estava me espelhando, duas bobas. Valéria se emocionou, enquanto segurava o vestido.

— Era para ser seu! _ ela tirou do cabide e me ajudou a vestir, e serviu como se tivesse feito sob medida.

— Era para ser seu! _ ela tirou do cabide e me ajudou a vestir, e serviu como se tivesse feito sob medida

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