Jane Browm
Com a aproximação do nosso casamento, me irritou a aparição de repórteres, querendo entrevistas, e até uma revista famosa, querendo me colocar na capa, a noiva do ano.
Não gosto desse tipo de holofote, não quero ser o centro das atenções, já basta não poder fazer nada sem que apareça em algum site de fofoca.
Ontem eu estava louca para comer um podrão, simplesmente parei na calçada próximo à empresa, e pedi um, como sempre fiz.
Sou um ser humano comum, normal, qual o problema de comer na calçada? Fotos e mais fotos em sites de fofocas, só viram o Gustavo e o ketchup que pingou na manga da minha camisa de seda.
E agora só faltam apenas três dias.
Oliver, me disse que isso tudo passará, e eu só tenho que ter paciência. E esse é o problema, paciência não é uma coisa que costumo ter, mas por ele, estou me esforçando muito.
Batidas na porta
— Entre. _ disse
— Oi, Jane, tem uma reunião em vinte minutos, no restaurante do hotel, Vila Real. _ Mariana, abriu uma fresta da porta e disse
— Obrigada. _ havia me esquecido por completo. Peguei minha bolsa e corri.
Gustavo não estava na recepção, não posso esperar por ele, é uma reunião importante, preciso fechar esse contrato.
— Mariana, peça para o Gustavo ir me encontrar no hotel? _ ela assente, e eu sigo para o elevador.
Oliver Zahar
Vi o semblante de desgosto de Jane, assim que abriu o notebook, hoje de manhã. Mas assim que me aproximei, percebi o motivo, fotos dela com Gustavo na calçada comendo um lanche.
Se tivesse previsto, teria derrubado o site. Como já fiz com muitos outros. Malditos paparazzis.
— Mariana, já chegou uma encomenda para mim? _ abri a porta, e sem querer dei um susto nela, que parecia flertar com Gustavo.
— Eu, eu acho que deve estar na recepção, lá embaixo. _ assenti. É uma coisinha para animar Jane, sei que não é o suficiente, mas já a distrai.
— Vê se chegou, e me entregue em mãos. _ ela assentiu e eu voltei a fechar a porta.
Voltei aos documentos e projetos.
Passado meia hora, Mariana não me deu resposta se chegou a minha encomenda.
— Mariana, o que houve com minha encomenda? _ Gustavo estava debruçado sobre seu balcão, e sorria para ela, que se levantou as pressas e se virou para mim
— Senhor Zahar, Gustavo fez a gentileza de ir até lá embaixo buscar. _ ela pegou a caixa e me entregou.
Fui direto a sala dela, abri a porta, mas ela não estava. Onde se meteu?
— Viu Jane, Mariana? _ ela pareceu lembrar de algo, e ficou assustada
— Ela acabou de sair, tem uma reunião importante no restaurante do hotel, pediu para Gustavo ir ao seu encontro, me desculpe, por favor. Eu esqueci, completamente!
_ meu coração disparou, e eu encarei Gustavo, que foi em direção ao elevador, o acompanhei
— Eu te pago, para não a deixar sozinha, se algo acontecer a ela, porque você quer foder minha secretária...
_ ele ficou desconfortável, minha vontade era de jogar ele pela janela
...
Jane Browm
Almoço de negócios, a única parte legal da reunião, é quando o contrato é assinado e os velhos chatos vão embora, e eu posso comer. Eles assinaram até rápido, não precisei elaborar muito, foi fácil.
— O que faz aqui? _ Mari fica feliz em me ver, e eu a convido a se sentar
— Não, tá doida, mulher, se o Victor, me ver, arranca meu coro. _ ela está no salão, hoje é a garçonete, ela costuma fazer de tudo por uma hora extra.
— Faz tempo que não te vejo, bom, vi você no Instagram, na página de fofoca. _ revirei os olhos. Odeio que meus amigos me vejam assim;
— São um bando de desocupados, você recebeu meu convite de casamento? _ ela sorriu, e olhou para os lados
— Muito chique, nem sei se vou ter roupa para isso. _ toquei seu braço
— Não seja besta de não ir, eu vou me casar! _ seu sorriso se alargou. E ouvi uma tosse forçada atrás de mim.
— Está sendo paga para servir mesas, não para bater papo, Mari! _ a cobra peçonhenta de Victor, chamou a atenção dela. Atiçando minha deusa que estava tão calma ultimamente.
— Está sendo bem atendida? Senhorita! _ disse entre dentes, o fitei e sorri
— Muito bem, obrigada, mas prefiro que ela me sirva, não quero ter uma indigestão _ ele bufou alto, girou em seus calcanhares e saiu do salão
— Adorei! _ conversamos mais uns minutos, e ela voltou ao trabalho. Também não quero causar problemas.
Sai do restaurante do hotel, estava a algumas quadras apenas, mas resolvi tomar um cappuccino, na cafeteria que amo, já faz tempo que não vou.
E tem tempo que não fico sozinha de verdade. É até estranho, ver pessoas indo de um lado para o outro.
— Oi, camareira! _ Megan, toda sorridente, se aproximou que nem vi. Puxou uma cadeira e se sentou.
— Depois sou eu a sem classe. Quem te convidou para sentar, plastificada? _ Seu sorriso morreu e a ira tomou conta de sua face.
— Então, o que você quer? _ indaguei a loira aguada que estava me encarando com olhos que tenho certeza que se tivesse poderes me fuzilaria.
— Vou ser direta com você, uma oferta em dinheiro, apenas saia do meu caminho.
_ eu ri segurando-a minha barriga— Não tem dinheiro no mundo, para fazer eu me afastar dele. _ ela não perde a pose, mas percebi que ela ficou frustrada com minha resposta. É louca, só pode.
— Sua resposta é não? _ Arqueei minha sobrancelha, e a encarei o mais sarcástica que consigo, e é muito
Ela ergueu a cabeça, como se tivesse cumprimentando alguém, e quando me virei, um homem estava atrás de mim.
— Eu tentei ser razoável, mas você é como uma barata, que não morre. Então, meu bem, liquidarei você eu mesma, já que Otto e Maurício não conseguiram. _ O cara segurou me braço e me fez levantar
— E se gritar, ou fazer qualquer escândalo, aquele fedelho do Arthur, vai morrer, tenho um amigo cuidando dele também. _ diz e se vira e caminha rebolando enquanto o cara, que tenho impressão de conhecer, me conduz atrás dela
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SOS JANE BROWM
RomanceJane Brown, uma camareira dedicada em um prestigiado hotel cinco estrelas, encontra seu mundo tranquilo e rotineiro virar de cabeça para baixo quando um evento inesperado coloca sua vida em trajetória de colisão com o destino. Enquanto descansa em s...