capítulo 63

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Jane Browm

Com a aproximação do nosso casamento, me irritou a aparição de repórteres, querendo entrevistas, e até uma revista famosa, querendo me colocar na capa, a noiva do ano.

Não gosto desse tipo de holofote, não quero ser o centro das atenções, já basta não poder fazer nada sem que apareça em algum site de fofoca.

Ontem eu estava louca para comer um podrão, simplesmente parei na calçada próximo à empresa, e pedi um, como sempre fiz.

Sou um ser humano comum, normal, qual o problema de comer na calçada? Fotos e mais fotos em sites de fofocas, só viram o Gustavo e o ketchup que pingou na manga da minha camisa de seda.

E agora só faltam apenas três dias.

Oliver, me disse que isso tudo passará, e eu só tenho que ter paciência. E esse é o problema, paciência não é uma coisa que costumo ter, mas por ele, estou me esforçando muito.

Batidas na porta

— Entre. _ disse

— Oi, Jane, tem uma reunião em vinte minutos, no restaurante do hotel, Vila Real. _ Mariana, abriu uma fresta da porta e disse

— Obrigada. _ havia me esquecido por completo. Peguei minha bolsa e corri.

Gustavo não estava na recepção, não posso esperar por ele, é uma reunião importante, preciso fechar esse contrato.

— Mariana, peça para o Gustavo ir me encontrar no hotel? _ ela assente, e eu sigo para o elevador.

Oliver Zahar

Vi o semblante de desgosto de Jane, assim que abriu o notebook, hoje de manhã. Mas assim que me aproximei, percebi o motivo, fotos dela com Gustavo na calçada comendo um lanche.

Se tivesse previsto, teria derrubado o site. Como já fiz com muitos outros. Malditos paparazzis.

— Mariana, já chegou uma encomenda para mim? _ abri a porta, e sem querer dei um susto nela, que parecia flertar com Gustavo.

— Eu, eu acho que deve estar na recepção, lá embaixo. _ assenti. É uma coisinha para animar Jane, sei que não é o suficiente, mas já a distrai.

— Vê se chegou, e me entregue em mãos. _ ela assentiu e eu voltei a fechar a porta.

Voltei aos documentos e projetos.

Passado meia hora, Mariana não me deu resposta se chegou a minha encomenda.

— Mariana, o que houve com minha encomenda? _ Gustavo estava debruçado sobre seu balcão, e sorria para ela, que se levantou as pressas e se virou para mim

— Senhor Zahar, Gustavo fez a gentileza de ir até lá embaixo buscar. _ ela pegou a caixa e me entregou.

Fui direto a sala dela, abri a porta, mas ela não estava. Onde se meteu?

— Viu Jane, Mariana? _ ela pareceu lembrar de algo, e ficou assustada

— Ela acabou de sair, tem uma reunião importante no restaurante do hotel, pediu para Gustavo ir ao seu encontro, me desculpe, por favor. Eu esqueci, completamente!

_ meu coração disparou, e eu encarei Gustavo, que foi em direção ao elevador, o acompanhei

— Eu te pago, para não a deixar sozinha, se algo acontecer a ela, porque você quer foder minha secretária...

_ ele ficou desconfortável, minha vontade era de jogar ele pela janela

...

Jane Browm

Almoço de negócios, a única parte legal da reunião, é quando o contrato é assinado e os velhos chatos vão embora, e eu posso comer. Eles assinaram até rápido, não precisei elaborar muito, foi fácil.

— O que faz aqui? _ Mari fica feliz em me ver, e eu a convido a se sentar

— Não, tá doida, mulher, se o Victor, me ver, arranca meu coro. _ ela está no salão, hoje é a garçonete, ela costuma fazer de tudo por uma hora extra.

— Faz tempo que não te vejo, bom, vi você no Instagram, na página de fofoca. _ revirei os olhos. Odeio que meus amigos me vejam assim;

— São um bando de desocupados, você recebeu meu convite de casamento? _ ela sorriu, e olhou para os lados

— Muito chique, nem sei se vou ter roupa para isso. _ toquei seu braço

— Não seja besta de não ir, eu vou me casar! _ seu sorriso se alargou. E ouvi uma tosse forçada atrás de mim.

— Está sendo paga para servir mesas, não para bater papo, Mari! _ a cobra peçonhenta de Victor, chamou a atenção dela. Atiçando minha deusa que estava tão calma ultimamente.

— Está sendo bem atendida? Senhorita! _ disse entre dentes, o fitei e sorri

— Muito bem, obrigada, mas prefiro que ela me sirva, não quero ter uma indigestão _ ele bufou alto, girou em seus calcanhares e saiu do salão

— Adorei! _ conversamos mais uns minutos, e ela voltou ao trabalho. Também não quero causar problemas.

Sai do restaurante do hotel, estava a algumas quadras apenas, mas resolvi tomar um cappuccino, na cafeteria que amo, já faz tempo que não vou.

E tem tempo que não fico sozinha de verdade. É até estranho, ver pessoas indo de um lado para o outro.

— Oi, camareira! _ Megan, toda sorridente, se aproximou que nem vi. Puxou uma cadeira e se sentou.

— Depois sou eu a sem classe. Quem te convidou para sentar, plastificada? _ Seu sorriso morreu e a ira tomou conta de sua face.

— Então, o que você quer? _ indaguei a loira aguada que estava me encarando com olhos que tenho certeza que se tivesse poderes me fuzilaria.

— Vou ser direta com você, uma oferta em dinheiro, apenas saia do meu caminho.
_ eu ri segurando-a minha barriga

— Não tem dinheiro no mundo, para fazer eu me afastar dele. _ ela não perde a pose, mas percebi que ela ficou frustrada com minha resposta. É louca, só pode.

— Sua resposta é não? _ Arqueei minha sobrancelha, e a encarei o mais sarcástica que consigo, e é muito

Ela ergueu a cabeça, como se tivesse cumprimentando alguém, e quando me virei, um homem estava atrás de mim.

— Eu tentei ser razoável, mas você é como uma barata, que não morre. Então, meu bem, liquidarei você eu mesma, já que Otto e Maurício não conseguiram. _ O cara segurou me braço e me fez levantar

— E se gritar, ou fazer qualquer escândalo, aquele fedelho do Arthur, vai morrer, tenho um amigo cuidando dele também. _ diz e se vira e caminha rebolando enquanto o cara, que tenho impressão de conhecer, me conduz atrás dela

SOS JANE BROWMOnde histórias criam vida. Descubra agora