Capítulo 44

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Oliver Zahar

Ela está inconsciente há pelo menos três dias, Otto está hospitalizado, em estado grave, mas depois do que fez, é pouco, a polícia australiana não é conhecida por ser violenta, mas no caso como o dele, a ordem é atirar para matar.

— Boa noite. _ A enfermeira entrou e adicionava uma seringa de medicamento a pulsão que estava na veia da mão dela

— Quando ela vai acordar? _ Não aguento mais essa maldita espera, a angústia está me matando. O médico não disse nada.

— Não sabemos ao certo, mas ela está bem. É bom ela descansar, passou por um momento muito delicado. _ Medo de como ela estará após acordar. A enfermeira saiu nos deixando a sós.

— Jane, Jane, como isso foi acontecer com você? _ disse frustrado, encarando o rosto sem nenhuma expressão. 

— Eu me pergunto o mesmo! Me diga Oliver. _ A voz do meu avô ecoou atrás de mim. Me virei e o assisti. Ele entrou e se sentou no sofá, tão exausto quanto eu, ele viajou por pelo menos trinta horas até aqui.

— Otto saiu do controle, ele queria ela de volta nem que fosse morta. Vovô, ele ia atirar na cabeça dela, e iria ir com ela!

_ Ele passou a mão no rosto, frustrado e respirou fundo

— O que fiz de errado com ele? _ Pareceu que se perguntava, triste e suas olheiras me mostram que não descansa há um tempo

— Vovô, não se culpe, ele está donte! Não teria como prever uma coisa como essa. _ Ele me encarou um tempo, e pareceu que uma ideia surgiu, ou seria uma questão?

— E como soube? O que faz aqui? Eu não estou entendendo nada! _ Respirei fundo e me aproximei e me sentei ao seu lado

— Jane e eu. Bom, Jane e eu, estamos, sabe? _ Não sabia como dizer, não temos nada oficial, mas estava nos planos

— Não, não sei! Seja claro. _ Ele arqueou uma sobrancelha grisalha e muito inquisidora, me lembro de quando criança temia esse olhar. Respirei fundo. 

— Estamos juntos, não é sério, ainda! _ Surpresa em seus olhos arregalados, o deixei sem fala por alguns segundos

— Era ela, aquele dia na sua casa? _ Assenti. E ele ficou chocado.

— Seu primo, sabia? _ Neguei, pois, sei que se ele soubesse teria atirado em mim.

— Por Deus, vocês vão me dar um infarto uma hora dessas! _ Ele encostou as costas no sofá e olhou para Jane

— E como ela está? _ me virei e seu rosto sereno de pele de marfim, estava pálida e o cano em seu nariz, parecia ser algo mais serio, sentia um perto toda vez que via a enfermeira enfiar alguma seringa com alguma coisa nele.

— Ela vai ficar bem, é muito mais forte do que parece! _ Não sairei do lado dela, para garantir isso.

— O senhor viu Otto? _ Não tive coragem de ir até a UTI, me irrita saber que ele está no mesmo hospital que ela

— Ainda não, como não vimos que ele poderia chegar no ponto que chegou? _ Me sentei ao seu lado e segurei a mão, delicada e envelhecida de meu avô

— Como iriamos prever algo que nunca teríamos coragem de fazer, fomos criados para amar, digo isso por experiência própria, o senhor fez um ótimo trabalho nos criando.

_ Meu avô fechou os olhos e chorou em silêncio

— Se Otavio não estivesse no volante naquela noite, ele faria um trabalho melhor! _ disse em meio as lagrimas.

— Vovô, ninguém faria um trabalho melhor, ele tem problemas, já mostrava sinais, mas ignoramos por amá-lo. Pare de se culpar!

Ele ficou em silêncio e observava Jane, que não se movia, estava presa dentro de sua cabeça. Não gosto de imaginar o tamanho do medo que sentiu. Odeio Otto por fazer isso a ela, e me odeio por não conseguir prever nada dessa situação. 

— Já tomou providências quanto a Thomas? _ Assenti. O vagabundo tentava deixar a ilha quando foi detido.

— Ele já foi desligado, se é isso que quer saber. E está preso, aqui, o que é bom. As leis daqui são mais severas quanto a premeditação e tentativa de homicídio. Se Otto escapar dessa, pode pegar uma pena mais longa por premeditar, e Thomas por ajudá-lo.

...

Jane Browm 

Ouvia vozes, mas meus olhos estavam pesados, sentia uma ardência na mão. Minhas pálpebras estavam fechadas, mas via a claridade de onde estava.

Levei a mão no rosto e senti a mesma ser puxada, abri os olhos abruptamente e Oliver estava muito próximo de mim. 

— Mas o quê? _ A realidade me atingiu, isso é um quarto de hospital. EU levei um tiro! 

_ Comecei a me apalpar assustada, procurando o ferimento. As mãos de Oliver seguraram maus braços.

— Você está bem, não está ferida. _ respirei fundo, ele me soltou, e chorei, com as mãos no rosto. Senti alguém se aproximar, e era uma enfermeira que estava injetando algo no meu soro. 

— O que aconteceu? Me fala! O que aconteceu? _ depois que ela saiu, Oliver estava em pé, ao lado da cama, braços cruzados e uma mão no queixo. Ele se aproximou no mesmo momento.

— Acabou! Você está bem, e meu primo não fará mau a mais ninguém. _ Assustada, não escolheria outra palavra. 

— Como se foi? O que quer dizer com isso?  Me explica isso! _ exigi

— Ele ficou em coma, o policial acertou a cabeça dele, mas nessa manhã foi declarado morte cerebral. _ disse devagar, e em nenhum momento ele desviou os olhos de mim.

Um misto de dor e alívio. Não consegui pronunciar nenhuma palavra, meus olhos ainda estavam nos olhos de Oliver, ouvia meu coração batendo forte em meu peito.

Ele levantou a mão e limpou meu rosto, não percebi que chorava.

— Vai ficar, tudo bem! _ ele disse, enquanto eu me deitava, ele se deitou na beirada da cama e eu apoiei o rosto em seu peito enquanto ele acariciava meus cabelos. 

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