capítulo 56

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Oliver Zahar

— Familiares de Jane Browm _ a cirurgiã saiu pelas portas duplas, a que acolheu Jane assim que chegamos.

— Ela só tem a gente! _ Rachel se apressou em responder

— Ela está fora de perigo, como foi ferimento por arma branca tivemos que fazer uma incisão de quinze centímetros no abdômen dela, foram três entradas, uma no rim direito e uma no fígado, a outra não pegou em nenhum órgão vital.

— Fizemos os reparos, e com as transfusões, ela está se recuperando bem. Logo iremos diminuir os sedativos e acordada-la do coma induzido.

_ respirei pela primeira vez, me joguei de joelhos no chão e chorei como uma criança.

— Está ouvindo, Oli? Ela vai ficar bem!
_ Pedro e Rachel se abaixaram e me abraçaram.

A primeira vez que a vi, fiquei muito assustado. Ela estava pálida e gelada,
suas unhas estavam pintadas de vermelho, agora estão livres de esmalte.

Está sem seu relógio branco e nem sua pulseira de coração colorido, no pulso esquerdo.

Seus brincos de argolas com pedrinhas de pérolas, não estão presos em sua orelha.

Os dias se arrastaram, mas ao menos enquanto pude ver ela. Mesmo ligada a tantos aparelhos, não queria deixá-la só. Não parecia certo, mas a visita na UTI só dura uma hora na parte da manhã e uma hora na larga da tarde.

Revezo com Rachel, já que se não fizesse ela iria arrancar minha cabeça.

— Bom dia! _ Hoje diminuímos os sedativos, para ver como ela irá reagir.

— Que bom te ver doutora. Quero uma consulta com um cirurgião plástico. _ ela me olhou estranhando o pedido

— Quero que ela tenha o mínimo possível, de recordações dessa merda toda. _ ela criou os lábios e assentiu

— Vou ver o que posso fazer. Se tudo caminhar como espero, ela irá para o quarto em cinco dias. _ eu sorri, feliz pelas boas novas

E esses dias passaram a passos lentos, mas ver ela sem os tubos em sua garganta, que fazia seu trabalho de respirar, foi maravilhoso.

Ela está grogue pelos sedativos. Não diz coisa com coisa.

— Quero ver a Cecília e o Miguel, quando você vai trazer meus filhos? Estou com saudades dos pirralhos.

_ eu seguro sua mão, sorrindo como um bobo, as enfermeiras estão acreditando que temos mesmo um casal de gêmeos de dois anos.

— Amor, vamos fazer todos os bebês que você quiser. Miguel, Cecília, Angel, Lucas, Eduardo. Eu prometo.

_ ela sorriu e me puxou para mais um beijo

— Você promete? _ eu a beijo e assinto várias vezes

— Claro que prometo, amor! _ ela ri alto

— Eu sabia que você não era tão babaca, eu queria ter te agarrado naquele dia que te vi no banheiro do hotel, amor. Você estava uma delícia só com aquela toalha.

_sorri como o bobo apaixonado que sou, e as enfermeiras, que ao invés de trabalhar, ficavam ouvindo as histórias da minha namorada maluca

— Eu também queria ter te dado uns pegas naquele dia, você que estava linda, como sempre. _ disse e ela começa a bocejar, ela vem e vai. É assim que estamos funcionando.

— Oliver, tudo bem. Amanhã Jane vai para o quarto! _ sorrio feliz, a tortura de ficar uma hora por dia com ela está acabando.

— Que bom, essa foi uma das melhores notícias que você me deu, obrigado doutora, por tudo. _ agradeci a mulher que salvou minha futura esposa, segurei a mãos que abriu e tocou nos órgãos de Jane, e os consertou

— Eu já deixei todas as minhas especificações com a direção do hospital. _ soltei sua mão e ela nos deixou, ainda tenho vinte minutos para assistir Jane dormir.

...

— Boa tarde. Gostaria de falar com o delegado Murilo Estevão. _ na delegacia, pela quarta vez, mas dessa vez, ele me chamou.

— Diga que é, Oliver Zahar, ele me pediu que viesse até aqui.
_a atendente assentiu e se levantou e entrou na porta atrás dela.

Estou ansioso. Além da polícia, tenho mais cinco detetives particulares em busca de qualquer informação do desgraçado.

Ele queria assassinar Jane, não foi tentativa de assalto, ou nenhuma outra merda.

— Boa tarde. _ nos cumprimentamos e ele me chamou até sua sala.

— Me deparei hoje com um detetive seu, Marcos Vinicius. Ele estava seguindo a mesma pista que eu, só não o prendi por sua causa.

_ se tivesse prendido, eu teria pago sua fiança, está perto pelo que entendi. Estou ansioso pelo fim desse pesadelo.

— E então? _ ele abriu uma pasta e me entregou.

— Este é o Maurício Nunes. Já emitimos a ordem de prisão. Ele é conhecido por realizar serviços do tipo, é um assassino conhecido.

_ disse, e não sei o que um assassino conhecido faz fora da prisão, deviam prender um tipo desse e jogar a chave fora. Mas conheço bem o poder judiciário.

— Ela é uma estudante de direito, sabe se trabalhou em algum caso? _ esfreguei a mão no rosto exasperado, mais perguntas era isso que ele queria

— Ela estava apenas estudando, havia um caso, sim, mas de peculato. Ela não se envolveu, estava estudando para fazer um trabalho sobre o caso.

_ele crivou os lábios, e me encarou alguns segundos

— Você tem algum inimigo? Desafeto, ou ex maluca? _ele me perguntou e eu me assustei, não pensei por nenhum segundo que eu seria o motivo de alguém machucar ela

Passei os nomes de Thomas e Megan, e os motivos. Falei também sobre Rodrigo, não havia cogitado, mas mesmo assim, citei.

Voltei para a empresa, vovó tem me ajudado, mas não posso deixar de lado minhas obrigações.

— Mariana, traga os documentos do hotel da Austrália. _ passando pela sua mesa, a peguei no celular, enviando mensagem. Ela não me viu aproximando, e se assustou, e enfiou o celular no bolso.

Não sou um general, nunca chamei a atenção de Danielle pelo uso de celular no trabalho. Sei o quanto hoje em dia é importante, se manter conectado a alguém, ainda mais agora.

Ela bateu na porta, e esperou que eu a mandasse entrar.

Entrou com cara de assustada, como se estivesse com medo. Colocou a pasta em cima da minha mesa, e esperou que eu dissesse alguma coisa.

— Se sente Mariana. _ ela se sentou, ainda assustada. Deve estar esperando uma bronca, parece uma criança na sala da diretora.

— Vamos passar a agenda de hoje. _ ela desbloqueou a tela do tablet e começou.

— A senhorita Jane, ela está bem? _ assenti, elas mal se conheceram, mas Jane a achou fofa, como ela mesma disse.

— Marcos Vinicius, está marcado para o horário de almoço, não se importa? O senhor disse que quando ele quisesse, eu deveria agendar com urgência.

_estava louco para ter dele também, tudo o que não que o delegado não me disse.

SOS JANE BROWMOnde histórias criam vida. Descubra agora