Capítulo 57

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Oliver Zahar

Me encontrei com o detetive em um restaurante próximo ao prédio do meu escritório. Já estava angustiado para saber o que o detetive descobriu.

— Agora me diga o que o delegado não me falou.
_ ele sorriu e abriu uma pasta e me entregou.

— O vagabundo é daqui, tem mulher e uma filha. Ele está escondido, o último endereço é na rocinha, mas a esposa se mudou recentemente. A casa está ocupada por outra família. Estou rastreando o paradeiro da mãe, pela filha. Talvez ele esteja com elas.

_ assenti. Eu disse querer saber de tudo. Cada passo, e pago muito dinheiro por isso, os outros quatro detetives até agora, só me tiraram dinheiro.

— Ótimo. Obrigado, e qualquer coisa, me avise imediatamente. _ ele assentiu e nos despedimos. Fiquei encarando a cara do desgraçado, na foto do arquivo.

Quem te pagou? Quem teria coragem de fazer isso com ela?

...

Hoje será um bom dia, o melhor em dias. Jane vai sair da UTI, e vai para o quarto. Ainda um pouco sedada, mas não a ponto de inconsciente, vinte três horas por dia.

Quando entrei, Rachel estava sentada ao lado da cama. Jane estava dormindo, e Rachel olhava para ela sem nem notar minha presença.

— Oi... _ disse sussurrando e toquei seu ombro. Rachel estava com os olhos lacrimejando, limpou antes de olhar para mim.

— Ela perguntou de você, foi a primeira coisa que fez quando abriu os olhos. Ela não sabe o que está acontecendo. _ os olhos tristes de Rachel me diz que está sofrendo tanto quanto eu.

— Quem teria coragem de fazer uma coisa dessas? Que monstro faz isso? _ ela perguntou, e seus olhos se inundaram de novo.

— Não sei, mas seja lá quem for. Pagará caro por isso. _ prometi a mim mesmo. Tê-la em meus braços, esvaindo em sangue, nunca em um milhão de anos, vou conseguir apagar o sentimento e nem a imagem.

— Você acha que alguém ainda quer machucar ela? Por isso colocou uma sentinela na porta? _ assenti. Não correrei riscos, de jeito nenhum.

— Vou proteger nossa garota. _ ela me abraçou apertado, e chorou

— Obrigada, Oliver. Obrigada por ser tudo que ela precisa. Ela te ama. _ ela disse fungando, Rachel ama minha garota. Não tenho dúvidas disso.

— Amo essa cabeça dura, foi difícil fazer ela se apaixonar por mim, mas agora que consegui. Não vou a lugar algum. _ ela me soltou e olhou para meu rosto e sorriu

— Você é igualzinho ao seu irmão, não é? _ meu irmão, todo certinho, que não queria relacionamento. Queria se casar com a medicina. Que não precisava de família, e agora o que mais quer é fazer um irmão para o Arthur. É, acho que sou.

— Talvez. _ respondi, mas não consegui ser convincente. Ela pegou sua bolsa e seu celular.

— Você tem certeza que vai passar a noite aqui? _ questionou antes de encostar na maçaneta

— Estou louco para passar a noite com a minha garota. _ disse e pisquei um olho para ela, que sorriu e assentiu antes de sair do quarto.

Me sentei na cadeira onde Rachel estava, e segurei sua mão. Não estava gelada, seu rosto estava corado. Ela está comendo a comida do hospital, ou não teria vindo para o quarto.

Não a vi comendo, mas tenho certeza que houve reclamação, ou ela nem sabia o que estava engolindo.

Ela se mexeu um pouco e em questão de minutos, abriu os olhos.

— Oliver, você veio? _ eu me levantei, para não deixar ela se esforçar. E a abracei.

— Desculpa não estar aqui quando abriu os olhos hoje. _ queria ter chegado mais cedo, mas estava ansioso para descobrir o máximo possível

— Você está aqui agora. _ ela me abraçou e eu cheirei seu pescoço.

— Minha barriga está dolorida, o que aconteceu? Não entendo o que houve. Foi um assalto?  Só me lembro dos olhos dele e de sentir algo entrando em mim. _ coloquei minha mão sobre a dela, que está onde foi a cirurgia.

— O importante é que você está aqui e está bem. _ beijei sua testa e ela fechou os olhos

— Odeio esses remédios, só quero dormir o tempo todo. _ reclamou, e senti falta disso.

— Amor, você dorme e se recupera. _ Olhei em seus olhos

— Mas preciso fazer xixi. Não quero que você me veja usando o pínico. _ eu ri. Nunca me incomodaria nada nela.

— Me mostre, eu te ajudo. _ ela me olhou com aquele olhar que se tivesse segurando o tal pinico na mão, tacaria em mim sem dó.

— Chama a enfermeira. _ fui até o banheiro, ignorando seu pedido, e vi o tal pinico, parece uma fruteira de inox

— Você é maluco mesmo. _ puxei o lençol e ela estava sem nada, apenas uma camisola que cobria seus seios.

— Nossa, estou no paraíso _ ela riu, e colocou a mão na barriga. Me arrependi por causar dor

— Desculpa. Agora eu vou erguer sua bunda, e encaixar. Aí você pode fazer xixi. _ arrumei tudo, foi facil. Ela é leve. Só que ela ficou olhando para mim, e eu para ela, e nada.

— Amore mio, vai até lá fora. Não consigo fazer isso com você aqui. _ ela apontou a porta e eu saí como ela me pediu, dei um tempo a ela, deve ser complicado depender de alguém mesmo que seja temporário.

Bati na porta e ela disse que eu podia entrar, fui até ela e tirei o pinico e levei para o banheiro. Voltei com lenços umedecidos e fiz sua higiene. Confesso que meu pau ficou duro, e muito.

— Você é doido, sabia? _ ela disse e eu sorri. Ela fez isso comigo.

— Sou doido por você. _ me sentei na cadeira ao seu lado e ela estava linda, Rachel deu um jeito em seu cabelo, já que estava todo bagunçado, as enfermeiras lavaram, pentearam e fizeram trança. Ela odeia prender o cabelo, sempre gostou deles soltos.

Fiquei encarando minha garota, assisti hoje ela comer, ela jantou reclamando uma sopa de legumes, sem sal e sem tempero, como ela disse, sentiu até falta das minhas saladas.

Ver ela comer e reclamar, foi como sentir um gostinho do retorno a rotina, e isso foi bom pra caralho.

Ela dormiu em seguida, velei o sono dela, durante toda a noite ela dormiu tranquilamente, sem pesadelos aparentemente.

Em uma semana ela sai, vai para minha casa, não deixarei ela sozinha nunca mais.

Uma semana para o detetive descobrir mais alguma coisa, sobre o desgraçado.

SOS JANE BROWMOnde histórias criam vida. Descubra agora