capítulo 59

96 6 0
                                    

Foram meses loucos, Oliver não queria esperar. Ele queria se casar comigo o mais rápido possível. O convenci esperar ao menos três meses, o qual é o mínimo para a organização de um casamento.

- Está tão linda! _ ficou incrível, você está linda com esse vestido!

Rachel diz para o vigésimo vestido da sétima loja, só está semana.

- Esse é realmente um vestido, mesmo muito lindo _ Mariana, que está comigo em sua hora de almoço hoje, também concorda.

- A senhorita não gostou desse também, né? _ a vendedora, que está com mais uns quinze vestidos, mas não gostei de nenhuma das opções que ela me mostrou.

- De verdade, não! _ estou frustrada! Não, encontro algo que diga. Vou me casar com esse vestido!

- Temos mais dois ateliês para visitar, tenho certeza que vai encontrar o seu vestido. Se tivéssemos tempo, dava para fazer um, mas querem se casar mais rápido que o flash!

_ Rachel até está tentando, mas acho que estou complicando esse lance de madrinha para ela.

- Está grávida? _ a vendedora, intrometida, se enfiou na conversa, mas ficou com vergonha depois que a pergunta escapou de sua boca. Me identifiquei um pouco, boca cérebro, muito perto.

- Não, só com pressa, meu noivo é maluco! _ respondi entrando no vestiário, para me livrar do vestido tomara que caia com pérolas e manga tule.

Voltamos para a empresa, escolta das pelos, meus seguranças, B1 e B2, eu brinco chamando eles assim, mas sei que a função deles é garantir minha segurança.

Encontrei Oliver na sala de reuniões, com os acionistas e os advogados, reunião sobre um processo que a empresa está sofrendo na Índia. Um prédio adquirido caiu, no meio da reforma. Cinco pessoas morreram.

Na minha opinião deveria ter demolido, mas quem estava tratando sobre isso era Thomas, na época.

A reunião longa, muitos detalhes sobre os documentos e processos. Um abacaxi gigante.

- Não via a hora desse povo chato sair, só para poder beijar a boca da minha noiva! _ Oliver, me abraçou e me beijou assim que o último advogado saiu. Suas mãos passearam pelo meu corpo.

Me arrepiei toda, ainda mais sentindo sua ereção contra meu abdômen.

- A homem, não faz isso comigo. _ disse e ele esfregou um pouco mais

- Você faz isso comigo! _ alguém bateu na porta, e Oliver olhou para o teto, frustrado. Bufou e esfregou as mãos no rosto.

- Entra! _ enquanto arrumava a calça, Mariana entrava com o telefone em mãos.

- É uma ligação para Jane, é da Austrália, diz que é urgente. É um tal de Otto! _ me sentei na cadeira sem respirar.

Oliver Zahar

Praticamente tomei o telefone das mãos de Mariana. Jane estava branca, feito um papel, queria acudi-la, mas queria saber quem estava querendo brincar com uma coisa tão séria.

- É melhor ter um advogado muito bom, se quer começar a brincar com isso! _ disse ao telefone, mas quem quer que seja, não estava mais na linha.

Devolvi o aparelho para Mariana, e fiz sinal para nós deixar a sós. Me abaixei em sua frente.

- Amor, olha aqui para mim. _ segurei seu rosto com as minhas mãos e olhei em seus olhos, ela estava longe, com certeza com medo.

- Amor, isso é uma brincadeira, uma de péssimo gosto. Eu vi, Otto no necrotério, eu fiz o reconhecimento. Ele está morto. _ ela parecia não estar me ouvindo.

- Amor, amor, eu estou aqui. _ ela pareceu me ver e lágrimas começaram a cair de seus olhos

- Não acredite em nada disso, por favor. Sei que é mentira. Acredite em mim. _ ela assentiu e me abraçou

- Odeio me sentir assim. _ confessou afundando o rosto em meu pescoço

Ela estava tão bem, não tinha episódios há muito tempo. Não estava mais pisando em ovos com ela.

Quem faria uma brincadeira maldosa dessas?

Meu primo era um homem doente, mas era minha família. Não gostaria que tivesse o fim que teve, mas foi como ele que buscou seu fim.

- Me leva para casa, não quero mais ter nenhuma reunião ou provar vestidos! _ tremendo ela me disse, se levantando.

- Vem, vou pedir pizza com bastante mussarela e bacon para minha boneca comilona! _ disse e ela sorriu. Odeio ver seus olhos tristes, mas amo que seja eu a deixá-los alegres.

- B1 e B2 vão ganhar pizza? _ como ela chama seus seguranças. Ela não queria no começo, mas acabou aceitando, ainda mais depois que mostrei as filmagens do atentado.

A pista do vagabundo esfriou, a família sumiu. Então, tudo que posso fazer, farei, a segurança dela é tudo para mim.

- Levo uma para eles também. _ digo e ela sorri, ela os trata como se fossem da família, e eu não esperaria nada menos dela.

Saímos da empresa, e seguimos direto para casa. Ela veio morar comigo, ela até cogitou a morar no apartamento de Danielle e Luciana, que fica perto da empresa, mas depois do que houve, a chamei para morar comigo. Já queria há um tempo, só fez com que eu criasse coragem.

- Adoro ver você comendo! _ ela está sentada no chão com as pernas abertas, de camisola, sem sutiã. Equilibra uma fatia de pizza nas mãos, mordeu a ponta e o queijo está ligando a fatia e a boca por um fio.

- Você me acha sexy? _ ela parte o fio e o coloca na boca. Foda-se, claro que acho isso sexy, quando ela dorme bêbada ela ronca, eu acho isso sexy

- Isso com certeza é fofo, é como ver como nossos filhos vão comer, quando tiverem dois anos! _ eu ri alto. E ela pega um guardanapo amassado e joga em mim. E ri. Mas de repente fica seria, não entendi, ela parou de comer e se endireitou ao meu lado.

- Eu não havia pensado muito nisso, mas, você quer filhos? _ fiquei assustado, sempre brinquei com ela em relação a isso, mas nunca falamos realmente disso

- Sim, claro que sim, mas só se você quiser. _ ela olhou para mim, e seus olhos se encheram de lágrimas. Não compreendi, doeu vê-la triste

- E se eu não puder ter filhos?_ sua pergunta saiu engasgada com dor em cada uma das palavras

- Amor, calma, nós não sabemos! _ ela me encarou e lágrimas grossas mais caíram

- Oliver, me fala uma vez que a gente se preveniu? Quando a gente usou camisinha? Eu não tomo pílula desde os meus vinte um anos. Eu não posso ter filhos, senão eu já teria ao menos um!

_ ela me deixou de queixo caído, é verdade, nós nunca usamos camisinha, nem sabia se ela tomava ou não pílula, eu sou um péssimo namorado, mas me ocorreu algo.

- Mas e se o problema for eu? E se os meus peixinhos não souberem nadar? Por que tem que ser você? Eu também sou um fator aqui, amor!

_ ela me encarou alguns segundos, como se pensasse que sou um ET ou algo assim

- Vamos marcar uma consulta amanhã, veremos os meus peixinhos e os seus ovinhos. Se está tudo certo, está bem?

_ela assentiu e bebeu o restante de seu suco, é, pois é, consegui fazer ela abolir o refrigerante. E ela até gostou.

SOS JANE BROWMOnde histórias criam vida. Descubra agora