capítulo 23

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Quase fiz uma besteira, quando aquela desgraçado pôs suas mãos em torno dela, quase bati o carro propositalmente. Ainda bem que não, ela confia em mim, a ponto de entrar em um carro comigo dirigindo.

— Calma, farei o que quiserem. _ disse usando minha voz mais confiante. Mas estou apavorado, não sei o que querem.

Ela olha para mim, e eu sinto um aperto ao ver seus olhos marejados.

— Pare no próximo posto. Encha o tanque.
_ordenou, e assim fiz. 

— Preciso entrar para pagar_ disse e observei os lábios de Jane se mexerem em um "fuja", jamais a deixaria nas mãos desses homens sozinha.

— A sua namorada fica, se fizer alguma coisa idiota, ela dança gostoso para a gente _ disse e a vi estremecer. Assenti e fui ao caixa. Peguei uma água para Jane, paguei e voltei.

Voltamos para a estrada, já faz quatro horas de viagem. É madrugada e Jane acabou dormindo, encostada no vidro.

Observei pelo retrovisor um deles dormir, enquanto o que estava atrás de Jane verificava a munição de uma arma.

O que estava atrás de mim, não o via pelo pequeno espelho.

Jane começou a se mexer, e me olhou com súplica.

— Preciso ir ao banheiro _ disse. E percebi uma pequena movimentação no banco de trás.

— Preciso parar _ digo e olho para o homem que está atrás de Jane. Ele assentiu e gesticulou para eu encostar. Ao longe avistei a luz de um posto de combustível, guiei o carro até o estacionamento.

— Levo a gatinha. Não se preocupe, eu trago ela inteira _ ele pisca para mim e fecha a porta _ meu desejo era de socar sua cara _ ele abre a porta dela e ela desce, acompanhado do outro rapaz.

— Tudo bem? _ inquiro e ela forçou um sorriso assim que assentiu

— Sua garota é gostosa, tem sorte cara _ ouço a voz vir de trás, o homem que não vi o rosto, seu boné tampava seu rosto. Fiquei em silêncio.

— No respeito, mano, ela não parece ser do tipo fresca _ apertei forte meu maxilar, não posso provocá-los

— Nós só queremos a caminhonete. Se vocês se comportarem, serão livres ao amanhecer. _ suas palavras, não diminuiu minha tensão. Três homens armados no banco de trás, não ajuda. Me lembro de meus amigos, estavam felizes na saída do cinema, e bandidos como esses destruíram a vida deles.

Alguns minutos, os três voltaram para o veículo. Jane dessa vez foi conduzida ao banco de trás. 

— Deixe-a ao meu lado? Estamos cooperando! _ encaro o homem que creio estar no comando. Ele ponderou e entrou no banco da frente, tomando o lugar de Jane.

— Vamos! _ me encarou com raiva, encostando a mão no cós da calça.

Dirigindo por quase nove horas, estou exausto, é quase cinco da manhã e estamos próximo à fronteira. Creio que usaram meus documentos de aluguel do veículo para entrar. 

Suas palavras na igreja não me passaram despercebidas. Ela havia dito algo que agora parecia mais relevante do que nunca. Mesmo no meio dessa situação perigosa, o pensamento de Jane foi gravado na mente dele.

A estrada escura parecia interminável enquanto o carro avançava em direção à fronteira. A presença constante dos homens no banco de trás mantinha uma atmosfera tensa e opressiva. O homem que parece estar no comando permanente vigilante, ocasionalmente dando ordens e observando cada movimento.

Jane estava ao lado dele agora, mas seu olhar era direcionado para fora.

Os primeiros raios de luz da manhã provocaram a riscar o horizonte, lançando uma luz fraca sobre a estrada. O homem no banco da frente parecia mais relaxado, talvez devido à aproximação da fronteira.

Quando finalmente avistei as luzes da ponte da fronteira à frente. Era a nossa chance de escapar dessa situação angustiante. Tentei manter a calma enquanto os guardas se aproximavam do carro. O olhar atento dos homens armados no banco de trás me fazia sentir como se estivessem lendo meus pensamentos, e eu me esforçava para não deixar transparecer o medo que sentia.

Seguimos adiante, e por vinte minutos no País, onde estacionei fora da área de movimento, longe das lojas. Fomos colocados para fora, sem nenhuma palavra.

— Parece que eles estão nos deixando ir. Mas, Jane, eu prometo que vamos até a delegacia assim que pudermos e contaremos o que aconteceu.

Ela assentiu, ainda visivelmente abalada. Olhamos ao redor e percebemos estarmos em um local isolado. 

— Ei, está tudo bem? _ Perguntei a Jane, abraçando-a com força.

Ela soluçou, seus olhos marejados encontrando os meus. 

— Sim, estou bem. Só estou aliviada por estarmos bem. Não sei o que teria acontecido se você não tivesse agido com tanta calma.

— Você também foi incrível, Jane. Fico feliz por você estar bem. _ a aperto mais uma vez, e a sinto se acalmando. Ela se solta depois de alguns minutos.

— Vamos, acho que já é hora de irmos embora daqui _ digo, olhando para a estrada. Segurei sua mão, e começamos a caminhar.

— Acho que estamos seguros agora, não acha? — perguntou Jane, olhando para frente, as lojas estavam próximas.

— Espero que sim. Creio que acabou, mas estou feliz por sobreviver a isso junto de você. _ disse e vislumbrei um sorriso

— Quero um aumento! _ Jane diz e me encara com aquele olhar sapeca. Que mulher maravilhosa! Sorri para ela, sentindo-me grato por dar tudo certo.

— Acho que você tem um argumento bastante convincente agora. Diga ao seu chefe: "Olha, chefe, eu sobrevivi a uma situação de sequestro, acho que mereço um aumento!"

Ambos rimos, sentindo o alívio de poder fazer piadas sobre a situação agora.

_ Jane Browm, uma mulher incomparável.

SOS JANE BROWMOnde histórias criam vida. Descubra agora