capítulo 55

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Oliver Zahar

Danielle colocou uma jovem para o seu lugar, mas não é a mesma coisa. Estou praticamente ensinando tudo, e não é prático. Ela disse que a menina era competente e prendia rápido.

Ela já era uma funcionária, era operacional, trabalhava na limpeza do prédio. Acredito que ela possa aprender, ainda é jovem.

— Mariana, venha à minha sala. _ a chamo pelo interfone. Ela bate na porta e já a abre, alguns segundos depois, outro costume que não gosto.

— Espere que eu fale para a senhorita entrar, não entre sem permissão. _ ela sorri sem graça.

— Desculpa, é que o senhor me chamou, pensei poder entrar. Se quiser, posso sair de novo _ ela já ia saindo

— Calma Mariana, não é para tanto, vem, se sente aqui. _ ela fechou a porta com o tablet nas mãos e se sentou

— Não vai mais acontecer. _eu sorri, ela é uma jovem simpática e simples. Bem-educada. O tipo que pedi para Danielle.

Repassamos minha agenda do dia, e bisbilhotei a agenda de Jane. E ainda bem que fiz isso, vi que iria ter uma reunião em um restaurante japonês, com um arquiteto.

Refiz minha agenda toda, só para estar lá para quando ela saísse. Levarei minha garota para comer alguma coisa, sei que nem água ela consegue engolir quando sente cheiro de peixe.

Já disse para ela recusar, ou pedir para mudar o local, mas ela prefere não comer enquanto conversar sobre negócios. Não gosta muito de comer com estranhos.

Estou no bar do restaurante, assistindo ela em sua reunião, eles estão todos comendo na mão dela. Ela é muito boa em tudo que faz.

E quando digo tudo, é tudo mesmo. Nunca em toda minha vida recebi um oral que me fez uivar como um lobo em dia de lua cheia, ela faz umas coisas com minhas bolas que parecem que vão explodir de tanto tesão.

Eles pediram a conta e estão se despedindo, um deles o senhor de mais idade deixou um beijo em nas costas de sua mão, ela sorriu. Minha garota.

Eles estão todos sorrindo, inclusive ela, mas assim que seus olhos me viram, o meu sorriso, o que ela guarda só para mim, está ali. É meu, exclusivo meu.

Ela se apressou em se despedir e seus passos em minha direção, foram interceptados por um homem, que se colocou em sua frente.

Eu já estava de pé, para ir de encontro a ela, estava a uns cinco passos dela, o homem passou adiante dela, e quando a vi de novo. Ela estava com a blusa branca de seda com manchas vermelhas. Sangue?

Ela colocou a mão no abdômen e olhou assustada para mim. E caiu.

— Não, meu Deus, chamem uma ambulância!_ corri em sua direção, ouve gritaria e correria no restaurante, me deitei em cima dela para proteger cada pedacinho de seu corpo.

— Vou morrer? Por que fizeram isso comigo? _ ela me pergunto, e eu não tenho essas respostas. Ela está com as mãos no abdômen, me encarou com o rosto molhado das lágrimas grossas que caíam de seus olhos

— Não, eu não vou deixar. Você ainda não teve nenhum dos meus filhos e nem conheceu nossos netos.

_ disse e ela sorriu, mesmo com a dor que sei que ela está sentindo.

— Chamei uma ambulância, já está a caminho! _ o gerente do restaurante estava com o telefone ele sua mão, e andava de um lado para o outro

— Quero as imagens do seu circuito interno de segurança. Vi só as costas do cara que fez isso. _ disse e ele foi para uma sala no final do corredor

— Eu te amo, não deixa de amar de novo por isso viu. _ tinha tanto sangue, uma poça grande se formando mesmo eu pressionando a ferida. Ela estava quase perdendo a consciência.

— Não faz isso comigo, fique acordada, não feche os olhos, não feche os olhos, Jane Browm, está me ouvindo?

_ me desesperei. Nem ouvi a sirene da ambulância, os paramédicos tiveram que me tirar de cima dela para atendê-la, eu sei que é para o bem dela, mas parece ser a última vez que a tenho em meus braços.

No hospital, estava sentado do lado de fora, por não sei quanto tempo. Pedro, Rachel e vovô chegaram, mas não consegui falar com eles.

Eu não tenho forças para ser nada agora, nem irmão, neto ou cunhado, agora sou o filho da puta que teve o amor morrendo em seus braços.

Minha roupa está com o sangue dela, minhas mãos estão com o sangue dela.

— Cara, eu trouxe roupa, vem tomar um banho. Aqui mesmo no hospital, a gente não vai embora. _ Pedro tenta pela enésima vez, mas dessa vez cedo, sem forças.

Meu irmão tirou minhas roupas e esfregou meu corpo, eu fiquei encarando o chão enquanto o sangue de Jane descia pelo ralo.

Ele me secou e me vestiu, me sinto um inútil. Eu não pude fazer nada, ela estava a cinco passos, cinco passos. Mas pelo menos eu vi o rosto do infeliz.

Paguei muito dinheiro para o gerente, para ter as imagens da cara do desgraçado que ousou tocar no meu sol.

Voltamos a sala de espera, o cheiro pelo menos está melhor. Mas ainda vejo o sangue dela em minhas mãos, vejo seus olhos assustados quando percebeu o que estava acontecendo.

Por que alguém faria isso a ela?
Quem a queria morta?
Quem seria capaz de fazer uma atrocidade dessas?

São perguntas que gostaria muito de fazer ao cara do restaurante.

— Familiares de Jane Browm. _ uma enfermeira anuncio, ela estava com uma prancheta em suas mãos.

— Aqui! _ Pedro ergueu a mão e ela se aproxima.

— Nos fizemos três transfusões na paciente, mas a cirurgia é extensa. Vocês são doadores? Precisamos de O-?

_ eu e Pedro, nós nos levantamos e fomos com a enfermeira para a sala de coleta.

Seu sangue em minhas mãos, meu sangue em suas veias.

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