Capítulo 43

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A dor aguda ainda magoa a minhas costas, devido à posição que estou deitada, no que parece ser o porta mala de um carro

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A dor aguda ainda magoa a minhas costas, devido à posição que estou deitada, no que parece ser o porta mala de um carro. Pelo tempo que pude contar, já tem pelo menos quatro horas que estou assim e não parece que terei muita mudança, já que o veículo em que estou permanece em movimento há um bom tempo.

Todo o período em que aqui estou, tento manter a calma, fazendo os exercícios de respiração que fazia com meu irmão e depois com Heitor, em nossa casa, além de tentar manter minha mente focado no que eu queria. Sempre que uma crise era iminente, por conta da ansiedade por alguma situação específica, os exercícios me ajudavam bastante.

Fora que manter minha mente pensando que logo eu e meus filhos seremos salvos por Heitor, me deixa mais calma ainda. Sei que pelo tempo que estou neste veículo já deve ter percebido que sumi e já deve estar a minha procura. Não há nada que me faça desacreditar que meu marido não cumpriria a promessa que fez a mim. Nada!

Passo a mão em minha barriga, acalmando meus meninos que desde a hora que fomos levados da clínica não pararam de mexer. Apesar de ter sido acertada com alguma coisa em minha cabeça, que causou o meu desmaio, acordei com eles chutando muito e isso me fez sentir que não estava sozinha. Comecei a fazer o que Heitor costuma fazer quando eles se agitam assim, que é conversar com eles, mas não obtive o resultado esperado, já meus filhos não pararam de se mexer.

Acho que só deve funcionar com a voz do pai.

Falando nele, que saudade eu estou sentindo! Heitor é meu mundo especial, onde eu posso simplesmente ser quem sou e fazer apenas o que gosto e não sofrerei qualquer recriminação por isso. Sinto-me confortável ao seu lado, verdadeiramente livre e amada. Hoje eu entendo que tudo que passamos foi necessário para o que estamos vivendo como um casal hoje. E está muito bom do jeito que está.

A descoberta de sua outra vida não me fez temê-lo. Imagino que não seja nada fácil para ele também passar por tanta situação que a máfia deve lhe impor e ainda assim ter de ser um homem que trabalha, é filho responsável, marido atencioso e agora um pai que zela, cuida e protege os seus. Meu marido é um super-herói para mim sim, pois já me resgatou uma vez e fará isso novamente.

Enquanto divagava, meu corpo vai para frente, logo que o veículo para. O silêncio do lado de fora se desfaz assim que a mesma voz que ouvi mais cedo ressoa. Descobri, com isso que me aconteceu, que nunca estamos completamente seguros e qualquer cuidado ainda é pouco. E isso é mais uma lição que levarei para minha vida.

- Vamos senhorita, saia! - Um homem com uma jaqueta jeans e barba rala fala.

- Não sou senhorita, sou senhora Fontinelly e sugiro que me leve de volta para casa, pois meu marido logo chegará aqui. - Digo firmemente, apesar de evitar olhá-lo nos olhos.

- Ora, ora se não temos uma debilóide bravinha aqui! - A voz de quem eu já esperava ressoa atrás de mim, causando-me um frio na espinha. Kassandra passa ao meu lado, sorrindo de forma que parece se sentir bastante vitoriosa com o que está acontecendo. - Então quer dizer que a imbecil está mais valente.

HEITOR FONTINELLY-TRILOGIA IRMANDADE III (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora