Dezessete

796 79 21
                                    

Na hora marcada, Lúcia avisou que a Kiara, maquiadora e cabeleireira que o Rodolffo agendou, havia chegado. Eu estava de banho tomado e cabelos lavados para adiantar seu trabalho.

Ela começou pelos meus cabelos, escovando os fios antes de modelá-los com cachos, e depois iniciou a maquiagem.

Conversamos muito durante o processo, e foi legal poder conversar com outra pessoa. Sentia falta das minhas amigas e ter alguém para desabafar, claro que eu não poderia contar nada a Kiara, mas pelo menos troca de experiência pela profissão, poderíamos ter.

Depois de pronta, ela me levou até o espelho, e eu me surpreendi um pouco quando vi meu reflexo. Não estava acostumada a usar maquiagem tão forte, e Kiara fez uma maquiagem linda, destacando meus olhos com sombra marrom e delineado esfumado, além de cílios postiços, e nos lábios ela colocou um batom vermelho vivo, que deixou meus lábios ainda maiores e mais desenhados.

- Você está linda. – ela elogiou e eu sorri. – Quer ajuda para se vestir?

Eu ainda não havia olhado meu vestido, vi apenas a caixa que Lúcia deixou em cima da minha cama. Caminhei até ela, e abri a embalagem, encontrando um vestido verde esmeralda, todo cravejado de pedrinhas brilhantes.

Com a ajuda de Kiara, eu me vesti e no meu corpo, pude reparar os detalhes do vestido. Ele era de alças finas, o decote era avantajado, quase chegando em meu umbigo, deixando a curva dos meus seios aparecer. Era longo, e no lado direito, havia uma enorme fenda que chegava até o meu quadril e minha coxa aparecia quando eu andava.

Calcei as sandálias, e agredeci a ajuda de Kiara, antes que ela fosse embora.

- Você está linda, querida. – Lúcia disse gentil e eu sorri em agradecimento. – Sr. Matthaus já te aguarda lá embaixo.

- Obrigada, Lúcia. Já vou descer.

Ela se retirou, e eu me olhei no espelho por mais um tempo, antes de tomar coragem e deixar meu quarto.

Desci as escadas devagar, estava com medo de tropeçar no vestido e cair, quando chegava ao fim dela, Rodolffo se levantou e estendeu a mão até mim. Ele estava lindo, num terno todo preto.

- Você está linda. – ele me admirou por um tempo e eu senti minhas bochechas corarem. – Tenho um presente para você.

Ele disse, e pegou uma caixinha de veludo azul marinho, quando ele abriu, pude ver um belíssimo colar com um pingente de esmeralda. Rodolffo tirou a joia da caixa e se posicionou atrás de mim, colocando o colar em meu pescoço.

- Agora está perfeita. - ele fez um carinho em minha bochecha e selou nossos lábios. - Vamos?

- Sim.

Estranhei quando ele procurou por minha mão, mas permiti que ele entrelaçasse nossos dedos, era um contato íntimo e por um momento pensei que talvez ele pudesse estar sentindo algo por mim. Caminhamos juntos até o carro, e vi que Ricardo já estava parado ao lado da SUV, com a porta traseira aberta.

Rodolffo permitiu que eu entrasse antes dele, e me mantive em silêncio, olhando pela janela durante todo o percurso. Ainda estava chateada com ele. Ele, porém, não tirava os olhos de mim, e eu já começava a sentir desconcertada com isso.

Ao chegarmos no evento, vi um tapete vermelho, rodeado de fotógrafos para todos os lados, o que me fez ficar apreensiva. Não estava acostumada a isso.

- Não fica nervosa, vamos passar bem rápido. – ele segurou minha mão e beijou a ponta dos meus dedos. – Você está mesmo linda. – ele voltou a me elogiar, se inclinando e dando um beijo suave em meus lábios.

Ricardo abriu a porta, e Rodolffo me puxou para que saíssemos do carro. Logo os flashes começaram a ser disparados, o que me causou certo desconforto. Mas ele logo passou a mão pela minha cintura, me conduzindo pelo tapete vermelho.

Ouvi algumas pessoas perguntarem meu nome, onde nos conhecemos e há quanto tempo estávamos juntos, mas como prometido por Rodolffo, passamos rápido pelo tapete vermelho e ele não respondeu a nenhuma das perguntas.

O salão de festas estava cheio, e era bem elegante. Olhando em volta, percebi que haviam alguns famosos também presentes no evento. Rodolffo voltou a entrelaçar nossos dedos, caminhando comigo pelo evento e me apresentando a algumas pessoas.

Conheci alguns investidores da sua empresa, e esposa de alguns deles. Ainda me sentia deslocada, e não entendia metade do que falavam. Era tudo muito fora do meu mundo.

Em determinado momento, Rodolffo cochichou no meu ouvido que precisava ir ao banheiro. E eu fiquei conversando com algumas das esposas, enquanto ele não voltava.

Um garçom passou servindo bebidas, e por insistência das mulheres, acabei pegando uma taça de champanhe, mesmo não tendo costume de tomar bebida alcoólica. O assunto já não me agradava, e comecei a ficar impaciente com a demora de Rodolffo, e resolvi sair a sua procura.

VendidaOnde histórias criam vida. Descubra agora