Seis

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Acordei e sentia dor em todo o meu corpo, a única coisa que se passava na minha cabeça, é que eu precisava urgentemente fugir daquele lugar.

Levantei com dificuldade da cama, e fui até ao banheiro fazer minha higiene matinal, quando terminei, fui até o espelho e me olhei pela primeira vez.

Minha bochecha estava roxa, meus lábios inchados e cortados, tinha hematomas nas coxas e nos ombros, e um grande hematoma em minha costela, esse era o que mais doía.

Deitei novamente, queria tentar dormir o dia todo, meu corpo pedia cama. Algum tempo depois, um homem entrou no quarto, trazendo as nossas comidas.

Sarah pegou a marmita mais do que depressa, abrindo a embalagem e comendo como se não comesse há dias.

- Come. – ela disse, apontando para a minha marmita, que continuava em cima da mesa. – Só fazemos uma refeição por dia, e Arthur odeia desperdícios.

Senti ainda mais nojo dele, como podia existir uma pessoa tão sem escrúpulos assim?

- Não tenho fome. – respondi, me virando para o canto e fechando os olhos.

- Você está brincando com a sorte. – ela me repreendeu, mas continuei como estava.

Sarah terminou de comer, e deixou a embalagem em cima da mesa, disse que logo o Caio voltaria para recolher. Não demorou muito, ele voltou e encontrou minha marmita intocada.

- Se eu devolver sua comida assim, Arthur volta aqui e te bate novamente, toma. – ele colocou a marmita na cama. – Volto em meia hora, coma! – ordenou antes de sair.

- Come um pouco, Ju. – Sarah pediu, e mesmo sem fome, ou até vontade de viver, eu abri a marmita.

Havia um macarrão branco e quase sem tempero dentro, um pedaço pequeno de carne e alguns legumes cozidos. A comida não estava gostosa, mas quando comecei a comer, acho que meu estômago reagiu e percebi que eu estava sim com fome, e acabei comendo todo o conteúdo.

Caio deu um meio sorriso, quando viu que eu comi. Me levantei e escovei os dentes, antes de voltar para a cama e dormir, não tinha muito o que fazer ali mesmo. Acordei quando Arthur entrou no quarto.

- Levanta! – ele ordenou e eu senti todo o meu corpo tremer de medo.

Sem cerimônias, ele levantou minha blusa, vendo os hematomas em meu corpo e o corte no meu lábio.

- Não quis te machucar tanto, mas não me provoque novamente morena. – ele alertou, me entregando uma sacola com novas lingeries.

- Por favor, não me faça fazer isso de novo. – supliquei com lágrimas nos olhos.

- Qual o problema, morena? É só transar. – ele disse como se não fosse nada.

- É que isso é um problema para mim, eu...eu... - gaguejei um pouco, sem saber como dizer que eu era virgem.

Vi seus olhos se iluminarem, num brilho malicioso e um sorriso surgir em seus lábios.

- Não me diga que é virgem? – ele perguntou admirado, levando a mão a boca e depois passando as mãos pelos cabelos loiros.

Eu apenas o encarei, sem dizer uma só palavra e seu sorriso cresceu ainda mais.

- Você é virgem, morena? – perguntou e eu concordei com a cabeça. – Faz alguns meses que não me deparava com uma virgem aqui. – ele disse malicioso. – Tá liberada hoje morena, tenho outros planos para você.

Arregalei os olhos e engoli em seco. Tive medo desses planos que ele disse ter.

- Você loira, tem meia hora para terminar de se arrumar. – ele apontou para a Sarah que assentiu e abaixou a cabeça.

Arthur saiu do quarto, deixando nós duas sozinhas.

- Você não devia ter falado que era virgem. – Sarah disse preocupada.

- O que vai acontecer comigo, Sarah?

- Você vai ser leiloada. – ela afirmou e eu senti meu corpo inteiro se arrepiar.

- Quer dizer que alguém vai me comprar?

- Todas as vezes que aparece uma virgem, eles leiloam. Os homens tem um certo fetiche com isso, e eles costumam pagar muito dinheiro para serem os primeiros homens daquela mulher.

- Eu nunca imaginei perder minha virgindade dessa maneira. – me sentei na cama, apoiando os cotovelos no joelho e colocando minhas mãos na cabeça. – Eles compram apenas minha virgindade?

- Não sei dizer, Ju. As virgens nunca voltam depois do leilão, ninguém sabe bem o que acontece com elas.

- Meu Deus! – eu estava em completo choque. – Eu preciso fugir daqui.

- Você sabe que não tem como.

- Vou fugir depois do leilão, não vou aceitar isso, Sarah. Não posso aceitar isso, preciso lutar.

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