- Eitaaa... que gato. – elogiei, quando vi Rodolffo terminar de vestir o smoking, preciso dizer que ele ficou ainda mais gostoso de gravata borboleta. – Tu vem sempre por aqui? – brinquei e ele deu uma risada.
- Moça, eu sou comprometido e minha mulher é braba. – dei uma risadinha e me aproximei dele.
- Tá lindo, visse. – selei nossos lábios e ele me puxou pela cintura, colando nossos corpos. – Sem safadeza, eu ainda preciso me vestir.
Me soltei dele, e retirei o meu roupão, ouvindo um assovio dele que me fez rir e rolar os olhos. Eu decidi me arrumar no hotel mesmo, fiz meu cabelo e minha maquiagem, e Rodolffo disse que fiquei mais linda do que todas as vezes que Kiara me arrumou.
Ela que não ouvisse isso.
- Você vai usar esse vestido? – ele perguntou ao me ver colocar um vestido de renda, pela cara que ele fazia não parecia estar muito satisfeito com a minha escolha.
- Sim, me ajuda a fechar o zíper. – caminhei até ele e me virei de costas para que ele me ajudasse a fechar o vestido. – Por que está com essa cara? Não gostou?
- Tá gostosa, mas tá mostrando muita pele esse trem aí. – ele disse e eu dei uma risadinha.
O vestido era preto e longo, de alças finas e modelo sereia, o busto era com bojo, e ele era todo transparente e rendado, só possuía forro na parte da frente e na parte de trás, as laterais eram peladas e por isso não podia usar calcinha por baixo.
Ele continuava com a cara amarrada enquanto calçava minhas sandálias de salto. Assim que terminei, me olhei no espelho e joguei meu cabelo de lado, deixando meus cachos caírem como cascata na lateral do meu rosto.
Minha maquiagem estava muito bonita, optei por destacar meus olhos e nos lábios passei um batom nude e um pouco de gloss.
- Você vai sem calcinha mesmo? – ele perguntou baixinho, passando as mãos pelos meus quadris.
- Uhum. – murmurei enquanto terminava de me ajeitar, e o ouvi suspirar.
- A gente não precisa ficar muito tempo nessa festa, não é? – dei risada da sua pergunta, do jeito que era já estava pensando em safadeza, e me virei para ele.
- Vamos logo.
Saímos do hotel e o motorista já nos esperava na portaria. O local da festa não era muito longe e chegamos rápido. Haviam muitos fotógrafos na entrada e aquilo sempre me causava um pouco de apreensão.
Rodolffo entrelaçou nossos dedos quando saímos do carro, vi vários flashes em nossa direção e ele ao perceber meu desconforto apertou mais forte a minha mão para me dar segurança. Precisamos parar e pousar para algumas fotos, mas foi coisa rápida e logo entramos.
Vários dos convidados já estavam lá, todos vestidos impecavelmente, enquanto transitavam pelo salão com suas feições esnobes e segurando taças de espumante.
- Quer beber alguma coisa?
Pensei por um momento antes de aceitar, não era o ideal beber de barriga vazia, mas com certeza precisaria de bebida para aturar as conversas entediantes das esposas dos amigos de Rodolffo.
- Claro.
Rodolffo parou um dos garçons e pegou uma taça de champanhe para mim e um copo de whisky para ele. Antes de voltar a me dar a mão e caminhar até um grupinho que me lembrei ter conhecido no baile em Goiânia.
Conversamos por um tempo, eu me forçava a parecer interessada no assunto e podia ver pela cara de Rodolffo que ele fazia o mesmo, o que me fez morder os lábios para reprimir um sorriso. Uma música gostosa começou a tocar, e mal percebi quando meu corpo começou a mexer ao som da música.
- Quer dançar? – Rodolffo perguntou me dando a mão e eu sorri.
- Não tem ninguém dançando, amor. – respondi ao olhar para o lado, mas ele estalou a língua e deu de ombros.
- Vamos assim mesmo.
Caminhamos até o centro do salão, ainda me sentia um pouco envergonhada de começar a dançar, enquanto todos estavam com cara de quem acabaram de engolir uma meia suja.
Rodolffo passou os braços pela minha cintura, enquanto envolvi o pescoço dele com os meus braços.
Não entendia inglês, mas a música parecia ser romântica, e eu apoiei minha cabeça em seu ombro, enquanto dançávamos colados como se nada mais no mundo importasse.
"E eu desistiria da eternidade para te tocar
Porque eu sei que de alguma forma você me entende
Você é o mais próximo que estarei do paraíso
E eu não quero ir para casa agora
E tudo que posso sentir é este momento
E tudo que posso respirar é a sua vida
E cedo ou tarde isso acabará
Eu só não quero sentir sua falta esta noite
E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Quando tudo é feito para ser quebrado
Eu só quero que você saiba quem sou
E você não pode lutar contra as lágrimas que não virão
Ou o momento de verdade em suas mentiras
Quando tudo se parece como nos filmes
É, você sangra apenas para saber que está viva
E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Quando tudo é feito para ser quebrado
Eu só quero que você saiba quem sou."
Quando terminamos nossa dança, vários outros casais já tinham se juntado na pista de dança, e dançavam juntos a outra música que começava.
- Quer ir embora? – ele perguntou no meu ouvido. - Acho que a gente vai se divertir mais no hotel, comendo alguma coisa gostosa e fazendo amor.
- Eu adoraria uma pizza bem grande. – respondi e ele deu uma risada alta e escandalosa.
- Então vamos.
Nos preparávamos para sairmos, quando fomos abordados por uma mulher mais velha. Era alta e loiro e tinha os olhos verdes. Usava um lindo vestido discreto em tonalidade rosa chá.
- Vocês formam um casal lindo, vocês pareciam flutuar na pista de dança. Todos comentavam isso, fico feliz que finalmente entrou nos eixos Rodolffo. – a senhora sorriu gentil.
- Obrigada, Angela. – ele agradeceu. – Acho que não te apresentei minha noiva formalmente, essa é a Juliette. - sorri assim que ele me apresentou. - Essa é a Angela, mãe do meu amigo Gustavo.
- Prazer, querida. – ela disse, se aproximando para me dar dois beijos no rosto. – Sou Angela Dumont, querido, venha conhecer a noiva de Rodolffo. – senti um arrepio na espinha ao ouvir o sobrenome, e senti meu coração parar quando o marido da senhora gentil se virou, e eu pude ver o seu rosto.

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Vendida
FanfictionUm momento de dificuldade, às vezes faz com que a gente tome atitudes precipitadas e estúpidas. Fui em busca de um sonho, uma oportunidade de ouro para me livrar das dívidas adquiridas pelos tratamentos da minha mãe, mas fui enganada. O conto de fad...