Quarenta e dois

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- Seu pai já foi? - perguntei, assim que percebi que Rodolffo entrava no nosso quarto, com as mãos no bolso da bermuda e um sorriso sutil nos lábios.

- Foi, deixou um abraço pra você.

- E o que ele queria? - estava curiosa, pela feição do meu sogro, fiquei bem preocupada sobre o que ele queria falar com o filho.

Rodolffo caminhou calmamente até mim na cama, deitando no meio das minhas pernas, apoiando a cabeça no meu peito. Automaticamente minhas mãos foram até os seus cabelos escuros e macios, fazendo um carinho de leve nos fios e o vendo fechar os olhos e suspirar.

- Alguns assuntos da empresa, mas o principal é que ele quer que a gente se case logo. - respondeu manhoso, aproveitando o carinho que fazia em seus cabelos.

- Ele disse isso?

- U-hum... quer que a gente marque a data, disse algo sobre estarmos vivendo em pecado. – ele deu uma risada baixa ao dizer a última frase, e não me contive e acabei rindo também.

- Deixa ele saber que a gente tem pecado todos os dias, muitas vezes até mais de uma vez por dia. – disse divertida, e logo Rodolffo veio cheio de safadeza, tocando e beijando meu seio.

- Vou pro inferno feliz. – ele disse levantando minha blusa e puxando meu sutiã, deixando meus seios livres para seus beijos.

- Não fala isso. – o repreendi, mas sem conseguir conter um gemido quando ele chupou um dos meus mamilos. – Vou marcar a data.

- É a hora certa de desistir, caso não queira se casar comigo. - Rodolffo disse, antes de assoprar de leve meu mamilo, para depois voltar a chupá-lo, fazendo todo o meu corpo se contorcer e um gemido escapar dos meus lábios. - Vai querer mesmo casar comigo, gostosa?

- Sim. - respondi num gemido.

- Então marca logo a data, que já estou ansioso para a nossa lua de mel.

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Izabella estava com milhares de ideias na cabeça, de como poderia ser o casamento, até mesmo os modelos do vestido. Eu nem me importava com isso, por mim poderia ser uma cerimônia intima e sem muitas frescuras, mas sei que minha cunhadinha morreria se eu não a deixasse me ajudar a planejar esse casamento.

Ela já quase me matou, quando soube que marquei o casamento para daqui há seis meses, disse que não teríamos tempo o suficiente, e já estava enlouquecida correndo atrás de estilistas que pudessem desenhar o modelo perfeito para o meu vestido.

Chegou até a cogitar que fôssemos para Miami para isso, o que eu achei um exagero.

Ficamos quase o dia inteiro envolvidas em assuntos do casamento, ela me mostrava animada artigos de decoração, e fotos de vestidos de noiva, ela estava tão empolgada que até parecia que era ela quem iria se casar.

- Marquei com a cerimonialista, ela vai nos atender no final da semana. – ela disse depois de encerrar a chamada telefônica. – Temos muitas coisas para fazer e muito pouco tempo pra isso.

- Bella, eu não ligo de ter um casamento mais simples, eu só quero me casar com seu irmão. – disse simplesmente e minha cunhada sorriu.

- Ele disse a mesma coisa. – ela contou e eu sorri satisfeita, sabendo que nós dois pensávamos igual a respeito disso tudo. - Vocês dois são a coisa mais linda do mundo, e vão ter um casamento lindo também.

- Tudo bem, você tem meu aval para fazer tudo conforme desejar, confio no seu bom gosto.

- Juli, você acabou de criar um monstro. – Izabella disse, me arrancando uma risada sincera.

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Meu professor passou um trabalho em dupla, cada dupla ficaria responsável por uma obra literária e no final teríamos que fazer uma dissertação. Minha dupla ficou com Dom Casmurro, já li no ensino médio, mas precisei comprar outra cópia e reler para o trabalho.

Combinei com a minha dupla de nos falarmos por vídeo chamada e definir as coisas mais importantes do trabalho. Dessa forma só precisaríamos nos encontrar, caso fosse estritamente necessário.

Estava com o notebook aberto numa chamada de vídeo com o Kaíque, enquanto líamos juntos e debatíamos as partes que gostaríamos de destacar no nosso trabalho, quando Rodolffo chegou.

- Oi. – ele disse seco, passando o olhar do notebook até mim, antes de enrijecer os maxilares, e eu sabia que ele deveria estar puto, mesmo que não houvesse motivo para isso.

- Oi, amor. – respondi amorosa, como sempre, tentando mudar seu humor, mas ele permaneceu do mesmo jeito, parado igual dois de paus à minha frente, e cada vez mais sério. Me virei para Kaíque, sorrindo sem graça, e resolvi me despedir. – Podemos continuar amanhã? Já estou um pouco cansada.

- Claro, Ju. Vou terminar de ler o livro, e fazer mais algumas pesquisas. Terminamos amanhã.

- Ok.

- Beijo, tchau. – ele disse antes de desligar, enquanto eu apenas acenei.

Me levantei do chão, já indo até o meu noivo ciumento, e lhe dando um beijo demorado nos lábios, mas nem isso tirou o bico de descontentamento.

- Quem é esse cara?

- Um colega da faculdade, estamos fazendo um trabalho juntos. – quis logo esclarecer, mas ele apenas ergueu uma sobrancelha.

- Por que escolheu um homem pra fazer o trabalho com você?

- Não foi escolha minha, as duplas foram sorteadas e eu saí com ele.

- Eu não tô gostando disso, Juliette.

- Ei. – disse, passando os braços em volta do seu pescoço, e ficando nas pontas dos pés para alcançar seus lábios. – Larga de besteira, é só um amigo da faculdade, confia em mim.

Enchi seu rosto de beijos, tentando tranquilizá-lo, fazendo com que ele entendesse que ele era o único na minha vida, e eu não tinha o interesse de ficar com mais ninguém além dele.

- Ele não fica se engraçando pra você não, né? – ele perguntou e eu mordi os lábios para não rir, ele ficava muito fofo quando estava com ciúmes.

- Não, marrentinho. – me aproximei do seu ouvido e sussurrei. – Eu sou sua, bestão.

Rodolffo agarrou minha cintura, me abraçando forte, antes de suavizar a feição e me dar um beijo tórrido.

Mesmo que isso tenha me incomodado no início, eu só queria ser dele, de qualquer forma.

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