Quatro

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N/A: Oi, minhas leitoras!

Essa fic é bem diferente, né? Sei que algumas podem estar assustadas, mas dêem uma chance, a história vai ser surpreendente. Não vou mentir que o início, talvez cause repulsa em algumas, mas ela não vai chegar a se prostituir (desculpa o spoiler, mas conheço vocês kkkk). Não faria isso com a Jujuba 😘

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Não sei por quanto tempo chorei, até que a porta voltou a se abrir.

- Vista isso, e esteja pronta em uma hora. - Arthur disse firmemente, me atirando uma sacola, e um par de sandálias de salto antes de sair do quarto, na mesma velocidade que entrou.

Abri a sacola, encontrando um conjunto de lingerie, e senti meus olhos se arregalarem.

- Não faça hora, se arrume rápido. – a moça loira que antes dormia na cama próxima a minha, falou enquanto se despia. – Eles não gostam de atrasos.

Eu permaneci imóvel, sem saber direito o que fazer, e vi ela bufar e se enrolar na toalha.

- Qual seu nome? – ela perguntou, enquanto se sentava na cama ao meu lado.

- Juliette. – respondi, olhando seu rosto.

Ela era jovem, talvez alguns anos mais velha do que eu. Seus traços eram bonitos, e combinavam perfeitamente com seus olhos castanho claro, que pareciam até folha seca. Ela tinha uma grande tatuagem em espiral no ombro direito, com palavras que não consegui identificar o que eram.

- Onde eu estou? – quis saber, mesmo que no fundo eu já soubesse a resposta.

- Aqui é uma casa noturna, um prostíbulo. – ela confirmou as minhas suspeitas e eu voltei a chorar, ela segurou de forma carinhosa as minhas mãos. – Me chamo Sarah, sei que é muita coisa para assimilar agora, e sei que está assustada, já estive no seu lugar.

- Meu lugar não é aqui.

- Sei como se sente, mas vai se acostumar. Já estou aqui há três anos, e por experiência própria, não teste a paciência deles, Arthur... ele não vai te perdoar. Se banhe e se vista logo, faça uma maquiagem e esteja bonita.

Havia um pequeno banheiro dentro do quarto, e vi a Sarah entrar pela porta, e ouvi o barulho do chuveiro ao ser ligado. Ela não demorou muito no banho, e eu entrei rapidamente e enquanto eu ainda tomava banho, vi ela já pronta com uma lingerie vermelha e maquiagem forte.

- Juliette, você está brincando com a sorte. Se arrume logo, Arthur não tolera atrasos. – ela me informou e eu desliguei o chuveiro. – Já estou indo para o salão, imagino que ainda não tenha maquiagens, então pode usar as minhas. Está em cima da cama, seja rápida.

- Tenho maquiagens na minha bagagem. – respondi e ela negou com a cabeça.

- A partir de agora, você não tem nada. Eles recolhem nossas coisas, e cobram por tudo o que consumimos aqui, inclusive as lingeries e calçados. Logo terá uma dívida maior do que pode pagar, e ficará presa aqui para sempre.

- Tu nunca tentasse fugir?

- Várias vezes, a primeira vez, Arthur quebrou meu braço, na segunda, fiquei sem conseguir andar por semanas por causa de uma fratura na costela, por fim, desisti de tentar.

Engoli em seco, sem saber o que fazer ou dizer.

- Se arrume. – ela pediu novamente, antes de sair e me deixar sozinha.

Voltei para o quarto, pegando a peça preta de renda e me vestindo. O conjunto era semi transparente, além de bem pequeno. Quando me olhei no espelho, me senti desprotegida.

Soltei meus cabelos e os joguei para frente do meu corpo, tentando tampar meus seios. Não senti vontade de maquiar, não estava com a mínima vontade de me arrumar para esse lugar. Apenas passei um hidratante labial rosado e máscara de cílios.

Calcei as sandálias de salto, e senti um pouco de dificuldade de caminhar com elas, nunca usei saltos tão altos assim antes. Já estava para sair do quarto, quando a porta voltou a se abrir.

- Eu disse uma hora. – Arthur gritou, me segurando pelo braço e me arrastando pelos corredores, até chegarmos ao grande salão. – Me faça ganhar dinheiro, vadia. – ele me empurrou, e eu quase cai em uma das mesas.

O salão estava cheio, vários homens ocupavam as mesas, nas mais variadas idades, mas todos pareciam ter dinheiro. Algumas meninas, estavam sentadas no colo de alguns deles, e beijavam seus pescoços e acariciavam seus membros por cima da calça.

No palco, algumas meninas dançavam, e os homens pareciam se divertir com as suas apresentações.

Cruzei meus braços, quando percebi alguns olhares em cima de mim. Vi Sarah próxima ao bar e caminhei até ela.

- Beba isso, vai ajudar. – ela me estendeu um copo com um líquido transparente e eu aceitei um pouco relutante.

Não tinha tanto costume de beber, mas acho que realmente precisava daquilo, não sabia como seria o resto da noite.

Virei o conteúdo de uma vez em minha garganta, sentindo o líquido queimar, o que me fez fazer uma careta.

- Morena. – Arthur se aproximou. – Cliente.

Olhei assustada para a Sarah, implorando com os olhos para que ela me ajudasse.

- Posso ir no lugar, Arthur. – ela se ofereceu.

- Ele não quer você, foi bem específico. Ele quer ela. – ele sorriu malicioso, e voltou a me arrastar pelo braço.

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