Capítulo 11

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Elain passou o dia seguinte apresentando Velaris para Jaimie. Ela o levou primeiramente no centro, passando pelas diversas lojas à beira do rio Sidra. Pararam na melhor sorveteria da cidade, e em seguida na floricultura preferida de Elain.

Ela estava simplesmente radiante. De uma forma que não se via há muito, muito tempo.

Ter seu amigo ali, alguém que a conhecia de sua antiga vida, e poder leva-lo para passear por seus cantos preferidos de seu novo lar era extremamente divertido e Jaimie era uma ótima companhia.

- Então me conte, disse Jaimie ainda lambendo sua casquinha de sorvete. – Você e o tal Lucien...

- O que tem ele? – Elain tinha vergonha de conversar com qualquer um sobre seu parceiro, mas com Jaimie era mais tranquilo.

- Bom, se ele é o filho de um Grão senhor então isso o faz príncipe?

- Eer, acho que sim. Mas Lucien é o filho mais novo do senhor da Outonal e ele viveu por muitos anos na Corte Primaveril.

E isso era resumia praticamente tudo o que ela sabia sobre ele.

- E você já conheceu a família dele?

Elain nunca tinha parado para pensar direito sobre Lucien. Como era a família dele, além de Eris? Por que ele tinha migrado para a Primaveril? Ela sabia que tinha sido lá que Feyre o havia conhecido, mas por quanto tempo ele esteve na corte de Tamlin? Afinal, quantos anos Lucien tinha?

- Não. Só seu irmão mais velho Eris. Que se tornará Grão senhor da Outonal.

- Entendi. E como é esse laço de parceria de verdade? Digo, mesmo nas terras humanas escutamos nas rodas de fogueira histórias sobre os feéricos, mas até então eu pensava que era tudo folclore... – Jaimie parou com Elain na ponte do Sidra admirando a vista. – Como vocês souberam que era um laço mesmo?

Elain pensou bem antes de responder a pergunta do amigo. Ela nunca tinha falado sobre isso com ninguém. E pra falar a verdade, evitava ao máximo até mesmo pensar no assunto.

- Na noite em que fui transformada, assim que fui despejada pelo caldeirão... – A pele de Elain começou a esfriar por conta da lembrança. – Lucien tentou ajudar a me levantar e foi aí que nos olhamos. Realmente nos olhamos. E ele foi o primeiro a declarar que somos parceiros.

- Mas você tem certeza? Quero dizer, você também sentiu?

- Sim. Ele falava a verdade. Num primeiro momento eu não havia compreendido. Tudo aconteceu muito rápido. E meu corpo todo mudou depois da transformação. Eu não podia dizer o que era o laço e o que era apenas ser feérica. Quando Mor atravessou comigo junto de Rhys, Cas, Az e minha irmã Nestha, eu percebi um buraco por me separar dele, e em seguida uma presença a mais.

- Presença?

- É difícil de explicar, mas, nos primeiros dias, senti como se compartilhasse minhas emoções com alguém. Como se eu não estivesse sozinha em meus pensamentos... Depois quando Feyre chegou com Lucien eu pude escutar seu coração bater, mesmo a metros de distância.

Elain deixou de fora como o batimento cardíaco do macho acalentava seus sentimentos. De certa forma, apenas saber que o coração estava batendo era motivo de conforto em meio a tanto trauma.

- Deve ser intimidante. Ainda mais quando você está ligada a um quase estranho.

- Sim. Quando ele vai para as terras humanas sinto como se um fio esticasse. E às vezes sinto coisas que sei que não são minhas. Quando estou calma, mas sinto adrenalina do nada ou algo assim. Tenho sonhos esquisitos, com lugares que nunca estive antes, mas que ao mesmo tempo são familiares.

Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora