Capítulo 13

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Jurian não estava brincando quando havia dito que era possível encontrar bebida "de gente grande" nas terras humanas.

Eris, Lucien e Jurian caminharam pela antiga vila de Elain recebendo muitos olhares. Uns curiosos, outros de desdém...

Um feérico ruivo por si só já chamava a atenção, agora dois afastavam qualquer humano que cruzava com eles. Jurian continuou nada intimidado, cumprimentando até alguns dos locais com um leve aceno de cabeça.

Lucien observou a vila, tentando imaginar como seria a vida de sua amada Elain antes de ser transformada. Será que ela andava por aquele centro? Comprava naquelas vendas?

Ele podia imaginar que mesmo Elain ainda humana deveria ser linda e disputada antes mesmo de Graysen chegar.

Jurian virou num beco no qual Lucien jamais perceberia caso não o estivesse seguindo. Ele bateu duas vezes na porta de um beco sem saída, que em seguida foi aberta no trinco.

O homem, que Lucien percebeu ser humano, espiou pela fresta.

- Sim?

- Olá.

- Ah, Lorde Jurian. – O homem abriu a fresta. – Já ia te mandar embora sem o código da semana.

Jurian sorriu cordialmente.

- Trouxe companhia.

Assim que Jurian deu um passo para o lado, Lucien jurou que o homem tinha congelado de medo.

- C-claro. – Ele afastou-se da porta. – Sabe o caminho senhor.

Lucien conhecia bem o guerreiro para saber que Jurian não demoraria muito até conhecer cada canto daquela vila. A população e até mesmo a turma da pesada com a qual um humano comum não se meteria. Ele tinha que dar o crédito a Jurian, o homem sabia como estreitar laços e agir calculadamente em qualquer cenário.

Jurian guiou Eris e Lucien para dentro do espaço bagunçado, mas em seguida desceram as escadas onde começaram a escutar uma música bastante animada.

- Que tipo de lugar é esse, Jurian? – Eris perguntou impaciente.

- Como eu disse, não é em qualquer esquina que se encontra bebida feérica. – Ele abriu uma segunda porta revelando seu interior.

Lucien assim como seu irmão, ficou incrédulo ao constatar aquele bar.

Era um espaço amplo, com várias mesas espalhadas. A grande maioria das pessoas que ali estavam eram humanos. Bebendo, fumando e jogando. Mas Lucien reparou que tinha pelo menos dois grupos nos cantos de semi-feéricos. O que eles estavam fazendo ali Lucien não soube dizer. Também haviam algumas humanas acompanhando os homens, e algumas delas estavam desacompanhadas dançando no palco praticamente nuas.

- Como eu havia dito anteriormente, - Jurian indicou a mesa onde eles poderiam se sentar. – Depois da queda do muro, muitos humanos migraram para Prythian, mas também há alguns semi-feéricos que cruzam pra cá. O custo de vida aqui é bem mais barato, como vocês devem saber.

- Então é um bar ilegal? – Eris deu uma olhada por cima da fumaça do tabaco das mesas próximas.

- Eu não diria ilegal. – Jurian indicou ao garçom que assentiu para ele. – Mas é um espaço onde as duas culturas se encontram sem barreiras, sem politicagem. – O garçom trouxe a garrafa e deixou na mesa. – Um dos poucos pelas redondezas possíveis de encontrar bebida feérica. Por isso aproveitem. Pode ser fatal se ingerida demais pelos humanos.

- E aqui está você. – Eris riu.

-Você já deveria saber Vanserra, que não sou de arregar. – Jurian serviu a bebida para os ruivos.

Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora