Capítulo 25

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Elain e Lucien aguardavam ansiosamente num dos poucos sofás intactos, porém, empoeirados da entrada da mansão.

Aguardavam até que Tamlin e seja lá quem fosse aquela mulher estranha com ele, descessem vestidos para recebê-los.

Os dois ficaram em silêncio e enquanto isso Elain deu uma boa olhada no interior daquele cômodo. Ela podia imaginar como fora um dia belo e chique.

A grande parte do mármore agora estava mais escura, como se não tivesse sido limpo há pelo menos um ano. As janelas também estavam todas fechadas trazendo sombra para o interior. E o que ela podia dizer da decoração? Praticamente não havia como se tivesse sido saqueada em algum momento oportuno. Os vasos de flores estavam vazios, apenas cobertos por terra.

Fora uma péssima ideia terem ido até a Primaveril. E também se contasse para Feyre que havia acompanhado Lucien até ali, sua irmã provavelmente daria um chilique e tudo cairia nos ombros de Lucien.

Teria que se comportar, mesmo querendo xingar o próprio anfitrião da casa.

(Lucien).

Lucien balançava a perna direita repetidamente impaciente até que escutou passos decisivos descendo a escadaria colossal.

Tamlin apareceu desta vez mais vestido do que quando atendera a porta, calças e uma bata de linho, ainda descalço. Não chegava aos pés de como se vestia na época de sua glória, mas pelo menos era mais do que apenas uma toalha enrolada na cintura. Ele também descera sozinho, sem a presença da mulher mística.

- E então, a que devo a visita? – Tamlin olhou rapidamente de Lucien para Elain e novamente para Lucien já que Elain mal o olhou nos olhos.

- Você estava dado como desaparecido. – O ruivo respondeu.

- Entao você veio aqui verificar?

- Você não respondia as cartas...

- Já parou para pensar que talvez eu não quisesse ser encontrado?

Elain se remexeu em seu assento. E Lucien continuou:

- E por que não? Aconteceu alguma coisa?

Tamlin deixou escapar um riso supérfluo.

- Está perguntando porque se importa ou porque deve relatórios para o seu novo grão senhor?

Elain fervilhou ao lado de Lucien, não se contendo e respondendo a pergunta de Tamlin.

- E faz difereça? – Elain se levantou, parando de frente para Tamlin. Ela mais se parecia com um chihuahua na frente de um leão, mas não se intimidou, erguendo o queixo alto para Tamlin. – O fato é que Lucien está aqui. Eu quis ir embora no minuto em que ninguém respondeu à porta, mas Lucien foi paciente e determinado. Ele não iria embora daqui até descobrir o que tinha acontecido com você. Não posso dizer que muitos fariam o mesmo, ainda mais se tratando de você, mas aqui estamos. E isso deveria contar muito para você Tamlin.

Pela primeira vez na vida Lucien teve receio até de respirar errado e evocar a ira de sua parceira. Mas também se encheu de orgulho e amor ao vê-la o defendendo assim e ainda contra um Grão senhor. Como jamais ninguém o havia feito. Ou se importado.

Tamlin apenas manteve seus olhos verdes nos de corça, ou chihuahua, de Elain e em seguida falou: - Não tenho mantimentos suficientes para nós todos. Mas está escurecendo, seria mais astuto de nossa parte se fôssemos caçar para o jantar. O que acha Lucien? – Ele finalmente olhou de Elain para o ruivo.

Lucien entendeu aquilo como um convite para que ficassem. Sabia que Tamlin poderia ser orgulhoso. Ainda mais agora que havia perdido tudo. Seria como nos velhos tempos em que caçavam por diversão, porém agora, era por pura necessidade.

Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora