Capítulo 26

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(Elain)

Assim que Elain viu as figuras de Tamlin e Lucien se dispersando no meio da floresta, ela virou-se para dentro da casa para ajudar a outra hóspede de Tamlin a preparar a mesa para o jantar.

Elain ignorou a pontinha de insegurança que surgiu ao pensar em entrar na cozinha daquela mansão praticamente abandonada e dar de cara com aquela sujeita arisca, mas respirou fundo se anunciando:

- Olá... – Elain percorreu seus olhos de corça pelo espaço pouco iluminado.

- Oi. – A voz da mulher em resposta.

- Er... Tamlin me disse que eu poderia ajuda-la com a preparação da me...

- Não preciso de ajuda.

Silêncio. Elain engoliu em seco.

- Eu insisto. – Elain procurou pelos pratos. - Quero ajudar mesmo assim.

A mulher a olhou com surpresa. Se queria rebater não o fez, e Elain se sentiu grata por isso. Estava finalmente aprendendo a se impor.

- Você é a irmã da ex-noiva de Tamlin não é?

Elain sentiu um arrepio frio no pescoço ao ouvi-la se referindo de Feyre como ex noiva de Tamlin. Pela Mãe, como ela era grata por Feyre ter feito a escolha certa. Por ter encontrado Rhysand. E por ter encontrado um lar que realmente a fazia feliz.

- Sim. – Foi tudo o que Elain conseguiu dizer.

- Você e suas irmãs foram transformadas em feéricas. – Não era uma pergunta, percebeu Elain.

"Sim, contra nossa vontade. Por culpa do desprezível do feérico que você com certeza está trepando." – Pensou Elain enojada.

- Isso.

- Sente falta de sua vida humana?

Fazia um bom tempo que ninguém perguntava isso. Se a mulher tivesse perguntado talvez há seis meses atrás a resposta seria fácil. No intanto, desde que Lucien não desistira de se aproximar de Elain, desde que haviam se conhecido de verdade e sua vida feérica tomado um novo sentido, a resposta havia mudado.

Sentia nostalgia de suas memórias humanas. Principalmente as com o seu pai e com suas irmãs, mas fora isso...

- Na verdade não. – Elain tentou limpar um copo com o pouco de água que caía da torneira. – E você? – Ela tentou desviar o assunto para o da outra fêmea. – Você não é feérica, é? Quero dizer, você tem as orelhas pontudas, mas o resto... – Elain se enrolou com as palavras. – Não me parece feérica.

- Julgou certo. – A mulher respondeu friamente.

"Espero que Lucien esteja tão preocupado comigo nessa mansão sozinha com ela a ponto que esteja correndo de volta".

- Eu sou uma espectro do mar. – A mulher revelou. – Não sei se você sabe o que significa, mas julgou certo. Não sou feérica, mas também não sou mortal.

- Sirena né?

- Sim.

- Prazer Elain. – Elain guardou todo o pavor da revelação do que a mulher era de verdade, e extendeu a mão segura de si.

A espectro olhou de Elain para sua mão por um segundo pensando se deveria, mas apertou a mão da fêmea. Sua mão era fria e firme, seus dedos eram longos e ásperos, como se de certa forma fosse coberta por uma camada fina de escamas. Sirena cheirava a água doce.

Elain não se intimidou.

- Por que está aqui com Tamlin?

Talvez a pergunta tivesse soado surpresa demais, mas já era tarde demais.

Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora