Capítulo 12

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Lucien finalmente havia chegado às terras humanas. Depois de negar o convite para uma noite de vinho na casa de Feyre e Rhysand, o ruivo decidiu retornar para o que quer que o aguardasse com seu grupo de exilados.

Ele teve que atravessar três vezes até conseguir chegar ao destino final. Da Corte Noturna atravessou até a Crepuscular. Uma vez lá atravessou para a fronteira entre a Outonal e Primaveril. Em seguida caminhou mais um pouco até as ruínas da muralha e atravessou uma última vez até a porta dianteira da casa.

Não era fácil, mesmo para um grão feérico, atravessar tantas vezes e em um curto período de tempo. Geralmente ele pernoitava em alguns lugares para fazer a viagem em menos dias. Entretanto, Lucien não queria ficar nem mais um segundo em Velaris, presenciando aquele humano se dando tão bem com sua parceira. Só queria retornar logo a seus novos amigos.

Ao chegar a soleira da porta, Lucien viu Vassa sentada nos degraus do lado de fora aborrecida. Sua feição mudou, se alegrando em ver seu amigo.

- Lucien! – Ela se levantou, indo até ele. – Você voltou.

Lucien ficou surpreso em encontra-la em casa. Geralmente ela estava sempre trabalhando fora, ajudando os humanos necessitados.

- Olá, Vassa. – Ele a abraçou gentilmente. – Onde está o otário do Jurian?

Vassa riu com o deboche.

- Está lá em cima. – Ela apontou para o telhado. – Tentando consertar uma calha. – Lucien escutou Jurian grunhindo de raiva. – Tem chovido muito nos últimos dias. E infelizmente acabou inundando alguns cômodos. Eu falei pro otário – Vassa usou a mesma palavra e tom que Lucien ao se referir a Jurian - Que a calha não ia aguentar, mas ele não me escutou e o pior aconteceu.

- Que ótimo. – Lucien disse irônico. Já se preparando para subir e ajudar Jurian.

- Ah, olha só quem apareceu. – Jurian apareceu do telhado, todo sujo. – O principezinho da outonal finalmente deu o ar da graça. – Ele debochou. – Vai ficar aí parado ou vai servir pra alguma coisa?

Lucien começou a tirar o boldrié e o resto das armas escondidas em suas vestes.

Vassa pegou os equipamentos de Lucien, dizendo: - Vou aproveitar e preparar algo para comermos depois que terminarem.

- Obrigado Vassa. – Lucien disse, já procurando uma forma de subir no telhado.

Lucien subiu com agilidade em uma árvore próxima do telhado leste, e em seguida deu um salto preciso até o topo.

- E aí, muito trabalho na Noturna? – Jurian o cumprimentou com um semi abraço, ainda segurando uma calha na mão.

- O de sempre. – Lucien respondeu sem rodeios, procurando pelas calhas danificadas. – E por aqui?

- O de sempre. – Jurian retrucou, rindo. – Com a primavera batendo na porta, os humanos tem se reerguido. Não posso dizer o mesmo do inverno, pois foi catastrófico.

Lucien fez uma nota mental da forma como Jurian chamava o povo de humanos. Talvez ele se esquecesse de que ele mesmo era um também. Lucien guardou isso para si. Mas sim, ele podia imaginar que o inverno não tinha sido fácil para eles. Especialmente os pobres, que não tinham abrigo nem mantimentos depois da guerra.

Mas Jurian tinha razão, o inverno já tinha ficado para trás nessa região das terras humanas. O clima estava ameno, mas bem mais quente que antes. O único problema era a chuva, parecia que eles não eram os únicos a enfrenta-la.

- Como você e Vassa estão?

- Bem. – Lucien riu com a resposta do amigo. Ele sabia que os dois podiam muito bem serem dois opostos e discordarem de tudo. – Estamos progredindo.

Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora