Capítulo 28

578 56 12
                                    

- Eu irei com você. – Disse Tamlin com o rosto rígido, em pé diante da porta de entrada da mansão Primaveril.

- Melhor não. – Lucien disse ainda muito atordoado. Era como se o brilho da cor da pele dele tivesse apagado. – Eles esperarão por isso. Que me acompanhe, e deixe a Primaveril desabrigada.

Tamlin sacudiu a cabeça em negativa. O sangue fervilhando. - Aqueles imbecis invadiram as minhas terras.

- Fiquem calmos. – Sirena interviu ao lado de Tamlin, colocando a mão com dedos longos no ombro dele. – Tem certeza de que foi seu pai Lucien?

- Eu tenho mais algum pai por acaso? – Lucien bufou. Só de imaginar Beron já ficava irritado e com nojo. – O bilhete foi claro. – Lucien continuou: - Esses canalhas são espertos. Esperaram pelo melhor momento. A raptaram aqui porque sabiam que o caminho estaria livre, sem sentinelas, sem serviçais para testemunharem ou delatarem qualquer movimento estranho. E sabiam que você como Grão senhor desejaria me acompanhar e se vingar da invasão. Adentraram suas terras sem permissão e roubaram minha parceira. Sem exército você deixa a Primaveril fraca. Há anos meu pai cerca essas terras, você sabe disso. Desde a época que me refugiei aqui. No momento que deixar a Primaveril eles desejarão atacar.

- Se Tamlin for com você eu também vou. – Sirena anunciou.

- Não. – Tamlin pediu. – Não estou te obrigando a ficar, mas nas suas condições, não indico ficar tanto tempo longe da água. Estaríamos arriscando demais.

- Sei lutar na terra também.

- Eu sei que sabe. – Tamlin puxou a mão de Sirena que estava em seu ombro e a puxou para um beijo. – Mas Lucien está certo. – Ele olhou dessa vez para o ruivo. – Por mais que queiramos ajudar aconteceria exatamente como Lucien narrou.

Ok. Tamlin estava bastante mudado, Lucien percebeu.

- O que você pretende fazer? – O Grão senhor perguntou.

- Tenho que comunicar Feyre.

O anúncio daquele nome atingira Tamlin em cheio, mas ele tentou esconder.

- Boa sorte, Lucien. – Tamlin disse.

--.--

Lucien estava parado na frente da casa do Rio de Rhysand e Feyre. Bastou alguns segundos desde que atravessara da Primaveril até a casa dos Grão senhores da Noturna para que alguém do Círculo Íntimo notasse sua presença na solera.

- Lucien. – Mor caminhou pela entrada. – Que surpresa.

A loira reparou que Lucien estava com uma cara sem nenhuma emoção e sem Elain ao seu lado.

- Feyre e Rhysand estão?

- Sim. Estão brincando com Nyx na sala. – Ela continuou o analisando desconfiada. – Venha, eu te levo até lá.

Lucien caminhou a passos firmes para dentro. Graças a Mãe o resto do Círculo não estava lá para testemunhar o que tinha a dizer. Não tinha tempo para um barraco quando sua parceira estava nas garras do inimigo. Cada segundo longe dela era uma agonia. Ele não deixou sua imaginação ir mais à fundo em sua mente.

- Lucien! – Feyre permaneceu sentada no sofá, entregando Nyx sonolento para Nuala que o levou para tirar uma soneca.

- Oi Feyre. Rhysand – Lucien fez um movimento com a cabeça.

Lucien estava decepcionado consigo mesmo. Estava tentando se manter cordial e calmo mas a verdade é que estava em conflito interno. Estava se odiando por dentro pelo que havia ocorrido. Se sentindo culpado, assim como se sentira em relação ao assassinato de Jesminda. Era como se sentisse aquilo tudo outra vez. De volta ao pesadelo. E dessa vez, em maior intensidade.

Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora