Capítulo 20

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Elain estava completamente perdida naquela floresta. Ou era um campo?

Várias fogueiras estavam acesas, iluminando o espaço escuro enquanto feéricos e semifeéricos dançavam em volta delas num ritmo descompassado. Alguns outros cantavam em uma língua que Elain não entendia.

Parecia que estava numa celebração em uma Corte diferente, cercada de verde e flores campestres. Ela podia ver ao fundo uma mansão distante e apagada, mas os feéricos se concentravam no que estava acontecendo do lado de fora.

Elain sentiu que estava vendo a cena de plano de fundo, como se não estivesse ali ou que alguém pudesse vê-la. E se sentiu grata.

Aquele definitivamente não era o ambiente que gostava de festejar. Os convidados pareciam há muito já estarem fora de si. Elain virou o rosto para não presenciar a orgia quase ao seu lado.

Ela caminhou mais alguns passos, tentando se afastar do tumulto e se sentiu aliviada quando finalmente encontrou uma figura conhecida.

- Lucien! – Elain o chamou, percebendo que seria inútil.

"Devo estar em mais uma de suas memórias". – Concluiu ela.

Lucien não olhou para trás, seu rosto estava frio e pálido de uma forma que Elain nunca tinha visto. Ele caminhou para o meio do mato e Elain o seguiu.

Ele diminuiu os passos ao se deparar com uma caverna iluminada por dentro. Ele suspirou pesadamente antes de entrar e Elain percebeu que ele estava bastante nervoso. Ela queria que ele pudesse escutá-la, pegar sua mão grande na sua e perguntar o que o aflingia. Juntos poderiam superar tudo.

Lucien entrou na caverna e Elain mais uma vez o seguiu percebendo que o lugar não estava vazio.

Havia uma mulher de vestes azuis e cabelo loiro o aguardando. Ela sorriu para ele tomada de desejo e Lucien contraiu o maxilar sem sair de perto da entrada.

Isso não pareceu parar a loira, que deu passos decididos até Lucien, circulando seus dedos pelos ombros de Lucien.

Elain queria sair dali imediatamente, mas seus pés não saíram de lá. Como se não fosse um sonho em que pudesse ser controlado, mas um arrastar da memória pessoal de Lucien. Ela sentiu raiva ao vê-la chegando perto de seu parceiro. Ele claramente parecia não querer estar ali. Mas então por que foi até lá? Elain estava muito confusa.

- Quanta demora Lucien. – A mulher mais uma vez o tocou, desta vez desabotoando os primeiros botões da camisa do macho. – Mais um pouco e ia pensar que tinha voltado atrás.

Elain não sabia se suportaria continuar assistindo áquela cena, mesmo com tantas perguntas brotando em sua mente.

Até que foi puxada dali e a visão se apagou.

--.—

(Lucien)

- Elain! – Lucien apertou os ombros da fêmea, tentando trazê-la a realidade inutilmente.

- Elain, acorde! – Lucien a chacoalhou mais forte, desta vez fazendo com que seus olhos de corça finalmente se abrissem.

Ela suspirou pesadamente, como se tivesse prendido a respiração por muito tempo.

- Lucien. – Elain olhou ao seu redor, se dando conta de onde estava realmente. Que tudo não tinha passado de um sonho.

- Você está bem? – Lucien engoliu em seco. – Achei que tivesse tendo um pesadelo.

Parecia muito pior do que um pesadelo. Lucien estava quase pegando no sono, apenas de calças de linho em seu quarto na casa de Feyre quando sentiu uma puxada exigente no laço. Seu corpo começou a suar e seu coração a disparar sem motivo algum. Ficando preocupado decidiu ir até o quarto de Elain só para ter certeza que era bobagem da sua cabeça. Ao vê-la no mesmo estado que ele, porém desacordada, não pensou duas vezes em ajuda-la.

Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora