Elain estava ficando maluca ao contornar seu quarto pela milionésima vez naquela manhã. Havia passado a manhã toda trancada em seu quarto. Chovia lá fora e ela sabia que assim que abrisse a porta daria de cara com uma sentinela, ou até mesmo com aquela serviçal que poderia muito bem ter sido encarregada de espiar todos os movimentos de Elain.
Nem precisava se lembrar do conselho de Eris em permanecer ali, porém era muito mais difícil segui-lo quando estava ficando impaciente e seus pensamentos de preocupação com Lucien dominavam a sua mente. Quando a fêmea estava prestes a se levantar e abrir a porta do quarto para enfrentar qualquer tipo de consequências uma batida na porta a parou.
Elain não tinha a menor ideia de quem pudesse ser, entretanto, se ajeitou ao pé de sua cama para receber quem quer que fosse.
Ela se surpreendeu ao perceber que não era nenhum macho da Corte Outonal e sim uma bela fêmea que Elain nunca havia visto antes. Demorou alguns segundos para que Elain ligasse os pontos.
A fêmea era alta e magra. Tão linda que só poderia ser grã feérica. Sua fisionomia e movimentos entregavam sua realeza. Por mais que fosse feérica e, portanto, demorasse muito mais tempo que um humano qualquer a envelhecer, ela era divina. Seus cabelos longos e ruivos de um tom vermelho fogo eram do mesmo tom dos de Lucien. Ela era bastante pálida, porém seus olhos cor de âmbar também a lembravam de Eris.
Só podia ser a mãe dos dois.
- Bom dia Elain. – A fêmea cumprimentou com um sorriso simples.
- Bo-bom dia. – Elain se levantou, ficando frente a frente com a grã feérica que era uns bons dez centímetros mais alta que Elain.
- Espero que não esteja intediada em permanecer no quarto. – Ela deu dois passos para junto do sofá e a lareira acesa, gesticulando. – Posso me sentar?
Elain ficou chocada com a humildade da fêmea em perguntar se poderia sentar-se num quarto em seu próprio castelo.
- Claro senhora. – Elain assentiu se sentando na poltrona ao lado.
- Ah, perdão. Não me apresentei, você deve estar se perguntando quem sou. Não pude comparecer no jantar de dias atrás. Peço desculpas. Sou Amber, a mãe de Lucien.
Amber não se apresentou como senhora da Outonal. Sem a necessidade de títulos, Elain a admirou ainda mais. Elain percebeu um leve hematoma aparecendo pelas mangas cumpridas do vestido de sua sogra e isso causou tristeza em Elain em imaginar quem tinha feito isso com uma fêmea tão doce quanto Amber. Elain tentou disfarçar olhando novamente nos olhos dela. Não que ela precisasse dizer que era mãe de Lucien. Mesmo não a conhecendo antes, era fácil ver os traços idênticos que aquela fêmea compartilhava com seu parceiro. A lembrança fez o coração de Elain apertar de saudades de Lucien.
- Prazer em conhecer a senhora. Lucien fala muito de você. – Elain sorriu.
Os olhos da esposa de Beron encheram de lágrimas ao saber que Lucien falava dela.
- Por favor, não me chame de senhora. A parceira de meu filho dispensa cordialidades.
- Certo. Amber. – Elain pronunciou e as duas sorriram.
- Fale um pouco do meu filho. Como ele está? Sinto tantas saudades dele.
Elain também, mas ela podia imaginar que Amber deveria estar sentindo bem mais. Quando fora a última vez que eles haviam se visto? Sobre a Montanha?
- Ele está bem...
Ela não sabia muito que responder. Não tinha como saber de verdade se Lucien estava bem, mas estava treinando desde de manhã a puxar o laço para formar uma conexão com ele e ela apenas sabia que ele estava do outro lado, mesmo com tanta distância física os separando.
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Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)
FanfictionApós a guerra contra Hybern e a queda do muro separando humanos de feéricos, a vida de Elain uma vez transformada estará prestes a virar de ponta cabeça novamente. Ainda tentando se acostumar a sua nova vida, lutando contra os traumas do passado, el...