Corte de Laços e Profecias (ACOTAR ELUCIEN)

Capítulo 44

Lucien entrou sozinho no escritório de Helion deixando Elain na cozinha. Sua parceira tinha especificado que faria o jantar nessa noite para todos. Ele podia sentir que era uma desculpa da fêmea para deixa-lo sozinho com sua mãe e Helion para o que quer que os dois tivessem que atualiza-lo. Algo estava muito estranho naquela situação toda.

Assim que colocou os pés naquele grande escritório iluminado, fazendo jus ao resto da mansão do Grão senhor, Lucien percebeu pela fisionomia de sua mãe que ela estava muito nervosa. E ele odiava vê-la daquela forma.

Lucien lembrou-se dos anos a parte. Dos anos que passou se preocupando com sua mãe sem saber como ela estava. Ás vezes, nos raros encontros com Eris seu irmão o reinterava das condições dela.

Agora, Amber estava sentada na poltrona de couro beige de Helion como se estivesse estranhamente confortável na mansão do Grão senhor, mas ela se recompôs, se sentando formalmente assim que Lucien chegou. Helion despojadamente sentado no braço do sofá.

- Filho. – Amber sorriu. – Que bom te ver inteiro. – Disse a fêmea se levantando para dar um abraço a Lucien.

Lucien engoliu em seco, tentando se esquecer da cena esquisita, da proximidade dela com Helion há poucos segundos atrás.

- Sim. Já estou ótimo e pronto para partir.

- Partir?! – Sua mãe se contraiu no abraço. – Mas... Para onde?

Helion continuou quieto do outro lado, apenas escutando os dois.

- Para a Noturna talvez. – Lucien olhou de canto de olho para Helion e de volta para sua mãe. – Preciso agradecê-los pelos esforços de me resgatarem. E provavelmente levar você e Elain de volta para casa.

Sua mãe ficou muda e mais pálida ainda com sua resposta.

- Te agradeço também Helion, - Lucien continuou. - Por auxiliar a Noturna em meu resgate. E também por ter dado asilo a minha mãe provisoriamente. Isso não será esquecido. Tenho certeza que Rhysand o recompensará com o que quer que fora acordado entre vocês por essa colaboração.

- Eu não fiz acordo nenhum com Rhysand. – Foi a primeira frase de Helion, ainda parado alguns passos atrás de sua mãe.

- O que você esperava em troca do meu resgate então? – Lucien perguntou. O emissário pronto a negociar. – Vamos resolver isso e eu partirei com as duas prontamente.

Helion estava para responder quando sua mãe disse em cima:

- Nós precisamos conversar. Sente-se, por favor.

- Você está pálida. – Lucien respondeu prontamente, enquanto Amber se sentava novamente na poltrona. Helion a poucos centímetros dela. - Posso escutar seu coração acelerado. O que está acontecendo? – Lucien olhou novamente para Helion. Será que aquele filho da mãe tinha feito algo para deixa-la assim?

- Não podemos ir embora filho. Pelo menos, ainda não. – Amber segurou as mãos grandes e calejadas nas dela. Seus tons de pele em contraste um com o outro. – Não antes que escute o que temos a contar...

Lucien começou a ficar nervoso. Bem lá dentro algo começava a surgir... Mas Amber parecia estar enrolando, como se não encontrasse as palavras para dizer o que pretendia.

Foi Helion quem a ajudou.

- Você é meu filho. – Ele disse mirando os olhos de Lucien, em sua voz de Grão senhor trovial.

Lucien nem piscou.

- Eu fui torturado por dias e tive uma lavagem cerebral severa, mas eu sei bem quem foi meu pai. – Lucien olhou de Helion para Amber. – Mãe, pegue suas coisas, vamos embora.