Capítulo 08

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Flores rosas, amarelas e brancas, todas me lembram a minha mãe e sinto sua presença mais forte junto a mim

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Flores rosas, amarelas e brancas, todas me lembram a minha mãe e sinto sua presença mais forte junto a mim. O verde me lembra o meu pai que amava a natureza e os animais pequenos e fofinhos lembram a minha doce Bella que tanto os amava.

Tem um mês que estou no México, num vilarejo próximo ao litoral. Aqui meu pai adquiriu uma propriedade a alguns anos e agora estou cuidando dela e a tornando um lar de novo.

Incrivelmente aqui não me sinto tão sozinho quanto no Brasil, parece que estar sempre ocupado me deixa mais alegre. Aqui eu mesmo faço tudo, da comida a lavagem das roupas e me sinto fantástico por fazer coisas tão básicas.

Estou centrado, não ando bebendo, fumando e nem transando com mulheres a toa... Quero tirar de mim tudo que de alguma forma me intoxicava e me deixava ainda pior.

Tenho pescado bastante e olha que trem mais bom, tem um sabor diferente comer o seu próprio peixe. Aqui posso refletir sobre muitas coisas e dormir um pouco melhor. Quantas noites não durmo numa rede, ao balanço do vento e olha, se tem vida melhor que essa, eu não quero não.

Ultimamente tenho sonhado com uma criança. É a mesma criança todas as noites e não sei por que mas sonhar com essa bebê me faz bem.

Aqui não tem rede de internet ou de telefonia e quando quero saber notícias do Brasil vou até a cidade mais próxima.

Se tem uma coisa que amo contemplar aqui é o o por do sol.

As noites aqui também são mais bonitas e mais frescas

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As noites aqui também são mais bonitas e mais frescas. Mas tem também aquelas que um caboclo como eu sente falta de um carinho feminino e de alguém para aquecer a cama.

...

Enquanto isso no Brasil.

- nem acredito mãe. Essa é a nossa nova casa agora. - disse girando dentro da sala da nova casa que alugamos em um bairro bem melhor que o anterior.

- Juliette, essa casa é muito boa mesmo. Mas seu salário consegue pagar esse aluguel tão caro?

- claro que sim... Ganho muito bem agora mãe. Isso é tão maravilhoso. Nem acredito que recebi meu primeiro salário da J&M.

- isso é muita benção de Deus Juliette... Muita benção de Deus filha.

Nos abraçamos juntas e pulamos no meio da casa, tamanha era a nossa alegria.

...

De volta ao México.

Peguei meu jipe e fui até o vilarejo vizinho atrás de sinal de internet. Precisava fazer alguns pagamentos e algumas coisas a mais pelo telefone.

Assim que chego na pequena mercearia e me conecto recebo uma ligação de Guilherme.

📱E aí Guilherme... O quê manda?

📱 Quero saber quando cê vai voltar?

📱De verdade?

📱 Claro.

📱 Não tenho previsão de voltar Guilherme. Aqui está muito bom e acho que cê poderia vir me visitar qualquer dia desses.

📱 Cê tá brincando né?

📱 Tô nada. "Ahora me convierto en mexicano".

📱Era só o quê faltava. Bem arrumou um rabo de saia aí... Só pode.

Ri do Guilherme.

📱Nada disso. Só ando me sentindo bem aqui meu caro, é só isso.

📱 Então até breve amigo.

📱 Inté "chico".

Desliguei a chamada e entrei no estabelecimento, também precisava comprar algumas coisas para levar para casa.

- buenas noches. - me cumprimentou uma moça que se encostou no balcão.

- Buenas. - retribui.

- Eres nuevo por aquí?

- ah sí. - respondi escolhendo algumas coisas que levaria.

- extranjero?

- sí, yo soy brasileño, de Minas Gerais.

- Encantado de conocerte... mi nombre es Guadalupe. - ela disse me estendendo a mão.

Guadalupe era uma mulher lindíssima. Morena dos cabelos cacheados e negros, porém com uns expressivos olhos verdes esmeralda. Seu corpo era de uma beleza feminina a parte e não existiria um homem que não achasse o mesmo que eu.

Beijei sua mão e me apresentei.

- Mi nombre es Rodolffo y el placer es todo mio. - ela me retribuiu com um generoso sorriso.

Bebi algumas doses de vinho com Guadalupe e ela, além de bonita, era engraçada.

- me gustaria saber tu casa. - ela me disse quando disse que já estava na minha hora.

Poderia ter dito que não e não levá-la comigo, mas ela era uma mulher irresistível.

Comprei o quê precisava e levei Guadalupe do meu lado no jipe. Ela não teve cerimônia nenhuma quando ficou sozinha comigo e fizemos sexo inicialmente na sala da casa. Ainda bem que fui prevenido o suficiente para trazer camisinhas na minha mala, por que elas me foram bem úteis naquela noite.

Guadalupe dormiu na minha cama e eu dormi na varanda e de rede. Não sentia que estava preparado para dormir com alguém, então seria melhor assim.

No dia seguinte acordo com a bonita mulher sobre mim na minha rede.

- buenos días bombón... - sorri ao ouvir ela me chamar assim.

- buenos días.

- Por qué me dejaste solo?

- aquí es muy bueno. Me gusta dormir aquí.

- Tengo hambre...

Me levantei da rede e ela ficou lá deitada. Fui até a cozinha e preparei um café para nós dois.

Guadalupe realmente tinha fome e depois que comeu foi até o quarto se arrumar.

- Adónde vamos ahora? - ela disse supondo que iríamos a algum passeio.

- te llevaré de vuelta. - disse com a voz séria.

Guadalupe não gostou do que ouviu e fechou o rosto.

- fue solo una noche. - conclui.

Peguei as chaves do carro e ela entrou a contra gosto.

- adiós Guadalupe.

Ela não me disse uma única palavra e vi seus punhos cerrados em sinal de que estava com raiva de mim. Eu não a prometi nada, se ela se chateou foi por que quis. Voltei para minha casa e para mais um dia normal.

...

O solitário Donde viven las historias. Descúbrelo ahora