Quarto de motel em um local afastado do centro de Belo Horizonte.
- ai Jorge... Assim não é legal...
- calada.
Thaís e eu mantemos um caso a algum tempo, além disso, ela me ajuda em outras questões de meu interesse.
- não quero que puxe mais meu cabelo desse jeito... Eu não gosto. - disse ela saindo da cama.
- cê é cheia de frescura Thaís... Nunca vi.
- eu só queria que cê fosse um pouco mais carinhoso comigo.
- eu não posso te dá isso... Se quer assim acho que devemos não nos ver mais.
- já está me excluindo da sua vida não é Jorge?
- isso é tudo jogo de interesse e eu nunca te enganei... Essas transas nem estavam nos planos, mas cê é gostosa. São coisas que acontecem. - disse buscando minha cueca.
Vi Thaís vidrada no celular e fiquei curioso.
- a bebê nasceu... A herdeira Rios.
- não creio?
- foi a umas horas atrás, mas o Guilherme só foi avisado agora e postou no grupo da empresa.
- fantástico. É a sua oportunidade de ouro Thaís. Agora cê tem que levar o papai de resguardo para sua cama.
- Jorge... Eu acho isso impossível. Ele não vai arredar pé de perto da mulher e da filha, muito menos buscar em mim um sexo casual.
- mulheres nesse período não podem servir aos maridos e ela não deve ter transado com ele a dias, já que a barriga estava enorme. Então é a sua chance de matar a fome do homem. Reaja.
- você não gosta de mim, não é?
- eu amava a Camila e nunca tive ciúmes dela transar com ele... Acha que vou ter de você? Me poupe. E faça o quê te pedi e terá sua recompensa.
...
Na maternidade...
Olhava admirado para as duas princesas da minha vida. Juliette estava tentando mais uma vez dá de mamar a pequena e tinha o auxílio da enfermeira.
- amor... Ela tá conseguindo... - ela disse me olhando e eu sorri.
- ela só não conseguiu pegar de primeira... Pronto mamãe, no outro seio é a mesma coisa. - a enfermeira disse simpática.
- eu espero conseguir amamentar minha neném... - Juliette disse enquanto a pequena mamava de olhinhos fechados.
- depois que ela mamar, o papai pode pegar ela um pouquinho e colocar pra arrotar. - confirmei com a cabeça para a enfermeira e ela nos deixou sozinhos.
- serão muitos desafios, mas sei que vamos conseguir.
- claro que vamos amor. E a babá disse que já pode vir pra cá.
- não... Só em casa quero alguém comigo, aqui seremos só eu e você. Ela tem que acostumar com a gente e com o colinho da mamãe.
Estávamos encantados e eu me sentia tão feliz, leve e em paz.
- a gente fez mesmo essa boneca? - ela disse enquanto passava a bebê para os meus braços.
- fizemos e ela é linda demais. - falei dando um cheirinho no topo da sua cabeça. - ela tem cheiro de amor.
Juliette sorriu e fiquei com a bebê no braço até ela dormir. Depois a coloquei no berço.
- será que dessa vez ela fica quantos minutos? - ela sorriu e eu suspirei.
- espero que te dê uma folguinha. Ela não pode ficar o tempo todo grudada nocê. Se ela acordar, eu fico com ela no colo, tenta descansar um pouquinho.
- queria tomar um banho e comer alguma coisa... Tô com fome.
- quer fazer o quê primeiro?
- banho.
Com cuidado a ajudei a descer da cama, peguei todos os itens de limpeza que ela ia precisar e fui ajudar no banho.
Vi Juliette suspirar de dor quando a água a molhou.
- que foi?
- os pontos... Ardeu quando a água bateu. É ruim demais.
- isso é normal?
- Eu acho que sim...
- Cê não acha que tá sangrando muito? - falei sentindo um medo tomar meu ser.
- a médica me disse que é normal nas primeiras horas do pós parto.
Tentei controlar meus pensamentos e foquei em ajudar no máximo possível.
Depois do banho fui buscar um lanche para que ela comesse e por fim, assim como Maria ela dormiu.
Olhava para as duas adormecidas e saudáveis e só tinha gratidão por tamanha benção. Era um sonho realizado sobre o agir de Deus.
...
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O solitário
FanficUm homem solitário, conformado e acomodado com sua condição. Ele leva a vida no automático e é extremamente metódico, tudo gira em torno de si e assim ele acha que está feliz. Mas até quando?