Capítulo 60

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Quarto de motel em um local afastado do centro de Belo Horizonte.

- ai Jorge... Assim não é legal...

- calada.

Thaís e eu mantemos um caso a algum tempo, além disso, ela me ajuda em outras questões de meu interesse.

- não quero que puxe mais meu cabelo desse jeito... Eu não gosto. - disse ela saindo da cama.

- cê é cheia de frescura Thaís... Nunca vi.

- eu só queria que cê fosse um pouco mais carinhoso comigo.

- eu não posso te dá isso... Se quer assim acho que devemos não nos ver mais.

- já está me excluindo da sua vida não é Jorge?

- isso é tudo jogo de interesse e eu nunca te enganei... Essas transas nem estavam nos planos, mas cê é gostosa.  São coisas que acontecem. - disse buscando minha cueca.

Vi Thaís vidrada no celular e fiquei curioso.

- a bebê nasceu... A herdeira Rios.

- não creio?

- foi a umas horas atrás, mas o Guilherme só foi avisado agora e postou no grupo da empresa.

- fantástico. É a sua oportunidade de ouro Thaís. Agora cê tem que levar o papai de resguardo para sua cama.

- Jorge... Eu acho isso impossível. Ele não vai arredar pé de perto da mulher e da filha, muito menos buscar em mim um sexo casual.

- mulheres nesse período não podem servir aos maridos e ela não deve ter transado com ele a dias, já que a barriga estava enorme. Então é a sua chance de matar a fome do homem. Reaja.

- você não gosta de mim, não é?

- eu amava a Camila e nunca tive ciúmes dela transar com ele... Acha que vou ter de você? Me poupe. E faça o quê te pedi e terá sua recompensa.

...

Na maternidade...

Olhava admirado para as duas princesas da minha vida. Juliette estava tentando mais uma vez dá de mamar a pequena e tinha o auxílio da enfermeira.

- amor... Ela tá conseguindo... - ela disse me olhando e eu sorri.

- ela só não conseguiu pegar de primeira... Pronto mamãe, no outro seio é a mesma coisa. - a enfermeira disse simpática.

- eu espero conseguir amamentar minha neném... - Juliette disse enquanto a pequena mamava de olhinhos fechados.

- depois que ela mamar, o papai pode pegar ela um pouquinho e colocar pra arrotar. - confirmei com a cabeça para a enfermeira e ela nos deixou sozinhos.

- serão muitos desafios, mas sei que vamos conseguir.

- claro que vamos amor. E a babá disse que já pode vir pra cá.

- não... Só em casa quero alguém comigo, aqui seremos só eu e você. Ela tem que acostumar com a gente e com o colinho da mamãe.

Estávamos encantados e eu me sentia tão feliz, leve e em paz.

- a gente fez mesmo essa boneca? - ela disse enquanto passava a bebê para os meus braços.

- fizemos e ela é linda demais. - falei dando um cheirinho no topo da sua cabeça. - ela tem cheiro de amor.

Juliette sorriu e fiquei com a bebê no braço até ela dormir. Depois a coloquei no berço.

- será que dessa vez ela fica quantos minutos? - ela sorriu e eu suspirei.

- espero que te dê uma folguinha. Ela não pode ficar o tempo todo grudada nocê. Se ela acordar, eu fico com ela no colo, tenta descansar um pouquinho.

- queria tomar um banho e comer alguma coisa... Tô com fome.

- quer fazer o quê primeiro?

- banho.

Com cuidado a ajudei a descer da cama, peguei todos os itens de limpeza que ela ia precisar e fui ajudar no banho.

Vi Juliette suspirar de dor quando a água a molhou.

- que foi?

- os pontos... Ardeu quando a água bateu. É ruim demais.

- isso é normal?

- Eu acho que sim...

- Cê não acha que tá sangrando muito? - falei sentindo um medo tomar meu ser.

- a médica me disse que é normal nas primeiras horas do pós parto.

Tentei controlar meus pensamentos e foquei em ajudar no máximo possível.

Depois do banho fui buscar um lanche para que ela comesse e por fim, assim como Maria ela dormiu.

Olhava para as duas adormecidas e saudáveis e só tinha gratidão por tamanha benção. Era um sonho realizado sobre o agir de Deus.

...

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