Depois de um dia de trabalho, hoje eu queria me fazer um pequeno mimo. E comer o quê se gosta é um grande mimo ou não é?
Fui num restaurante que sempre me trazia boas recordações e que a comida era boa.
- Juliette é um prazer te receber aqui. - me cumprimentou o seu Armando.
- eu adoro vir aqui, o senhor sabe.
- sua mesa está disponível.
Eu agora posso me dá o luxo de escolher uma ótima mesa nesse restaurante e comer um prato bem gostoso.
- sei que gosta dessa mesa.
- sim... Tenho recordações especiais com essa vista.
- imagino. E hoje o quê vai querer?
- o mesmo de sempre... Aqui vocês fazem o melhor risoto da vida.
- fique a vontade.
Armando saiu e eu fiquei a me embalar com as canções que tocavam ali. Sempre achei a melhor parte desse restaurante e não contive as lágrimas quando tocaram músicas que minha mãe gostava.
Percebo que no auge dos meus 23 quase 24 anos, eu só queria ter um tempinho a mais com minha mãe. Ela faz muita falta aqui.
Meu risoto chegou e o comi sem pressa. O sabor da comida, com a taça de vinho português era tudo que eu precisava hoje. É aquele prazer que me causava satisfação sem igual.
Estava distraída quando vi um homem alto e esquio entrando no restaurante. Ele buscou instantaneamente o Armando e o cumprimentou.
...
Do outro lado do restaurante.
- Não acredito no que meus olhos vêem... Pensei que não ia te ver mais. - disse Armando me dando um forte abraço.
- voltei Armando e hoje estou faminto.
- como foi no México?
- voltei sozinho e isso ainda é muito ruim de falar, mas eu estou tentando me manter firme.
- não há mal que não traga o bem. Pense nisso. E escolha sua mesa.
- ué... Quero a mesma de sempre.
- a mesma de sempre tá ocupada.
- por quem? Ninguém gostava daquele lugar.
- as coisas mudaram muito em um ano Rodolffo.
Senti um toque no ombro e me virei para olhar de quem se tratava.
- Rodolffo... - me disse de forma agradável Juliette. - tudo bem?
A olhei e como ela estava diferente. Era ela, mas ao mesmo tempo parecia outra mulher e dessa vez ainda mais bonita.
- oi Juliette. Tudo dentro da normalidade e você como vai?
- gostaria de estar melhor, mas vou levando.
- sinto muito por sua mãe, o Jorge me contou.
- obrigada. Também sinto muito por sua esposa e sua criança. Que Deus conforte o seu coração. - ela disse isso segurando o meu ombro e depois recolheu a própria mão.
- obrigado. - disse ainda de olhos vidrados nela.
- Gostaria de tomar uma taça de vinho comigo? Estou sentada ali na mesa que você mais gostava no restaurante.
- ah então é você que está lá?
- sim... Eu mesma.
- aceito. Armando uma garrafa de vinho na nossa mesa, por favor. - pedi e depois a segui indo até a mesa que agora era dela.
Ao vê-la andar, vi o quanto seus cabelos estão enormes, ao mesmo tempo que a cor está diferente. Suas roupas atuais são mais bonitas e desenham bem suas formas tão femininas. O Jorge realmente tinha tirado a sorte grande dessa vez.
- então, vamos brindar? - ela me perguntou animada.
- a quê?
- a nossa vida, que mesmo cheia de altos e baixos ainda é cheia de surpresas e reencontros.
- então vamos.
As taças se chocaram uma na outra, igual seu olhar no meu.
...
ESTÁS LEYENDO
O solitário
FanfictionUm homem solitário, conformado e acomodado com sua condição. Ele leva a vida no automático e é extremamente metódico, tudo gira em torno de si e assim ele acha que está feliz. Mas até quando?