Capítulo 17

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Era um dia de sol em Belo Horizonte e hoje eu me arrumei para retornar definitivamente ao meu posto na minha empresa.

- bom dia Maria. Hoje eu venho almoçar em casa. - comuniquei me sentando na bancada.

- bom dia. Tá bom. Vou fazer o quê o senhor gosta.

- eu gosto de tudo... Cê sabe que não tenho seletividade.

Tomei meu café da manhã e antes de sair de casa coloquei no aparador a minha foto com a Das Dores, ela era o quê faltava ali.

- hoje é um grande dia. - disse ao passar pela porta.

...

Cheguei na empresa e fui logo recepcionado por Guilherme.

- e aí, está mesmo decidido a fazer isso?

- sim... Mas não vou vender a qualquer pessoa. Tem que ser a pessoa certa e que fique com todos vocês.

- para onde pretende ir depois disso?

- para algum lugar no campo. Preciso estar em um lugar que me traga paz. Talvez eu vire criador de gado.

- não sei por que vive a fugir meu amigo. Também poderia ser feliz aqui.

- não posso ser feliz Guilherme. Mas não sofro por isso, acho que fui feliz por algum tempo na vida e isso é importante. Das Dores me fez ver que na vida nem tudo é dor e ela estava certa.

- ela te fez bem. Mas não pode estagnar sua vida por ela.

- mas minha vida não está estagnada. Eu continuo firme na caminhada.

- ainda pode conhecer outra mulher e ser feliz com essa. Ter um filho quem sabe...

- não Guilherme. Não posso. E isso não se trata de que eu esteja fechado ou deva fidelidade eterna a Das Dores.

- e por que não?

- por que tudo que eu gosto ou me apego morre. E eu não posso matar mais ninguém, entendeu?

- isso não é verdade. Você colocou isso na cabeça. Sou seu amigo a anos e continuo aqui bem vivo.

- você é diferente...

- diferente nada... A Camila também não morreu. Inclusive, ela casou e tem um bebê.

- a Camila deu sorte. Isso é um milagre e sobre a nova vida dela, eu fico feliz, ela é merecedora.

- só acho que você vai mudar de ideia e torço para que Deus mova alguma coisa para te ajudar a enxergar com clareza.

- o primeiro pretendente a comprar a empresa está aí? Quero começar agora por que quero sair antes que os pets shoppings fechem.

- e o quê vai fazer em um?

- comprar um cachorrinho.

- sério? Vai criar um cachorro... Olhai... - ele disse animado.

- eu não Guilherme. É para outra pessoa.

- huuuum... Isso é bom. Muito bom hein? - disse apontando pra mim.

- não comece não... - o repreendi.

Acabei minha manhã fazendo três reuniões e sinceramente não gostei de nenhuma proposta. Todos querem modificar tudo e demitir as pessoas, coisa que eu não concordo.

Sai da empresa e fui em busca do cachorro que eu achava que daria certo para Juliette.

- e aquele ali moça. - perguntei ao ver uma bolinha de pelo saltitante.

- aquele ali é um Spitz-alemão-anão. É um cachorrinho muito brincalhão, extrovertido, inteligente, sociável, amigável e ativo.

- ele cresce muito?

- não muito. Pode chegar até 20 cm de altura e pesar no máximo até 3,5 kg. É para uma criança? Se for é um animal ideal.

- não é para uma criança, mas ela é uma pessoa de espírito leve e brincalhão, então acho que esse é o cachorro ideal pra ela.

- então é. - a moça disse sorridente.

- quero o espertinho.

- tenho certeza que ele a fará bem feliz.

- assim espero.

- quer que eu coloque alguma fitinha nele?

- pode deixar ele bonitinho. Ela vai gostar dele enfeitado.

- tá bom.

Depois de prontinho a moça me entregou o pequeno.

- mas cê é fofinho demais

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- mas cê é fofinho demais. - disse fazendo carinho nele. - Juliette será uma boa amiga procê. Mais tarde vou te deixar com ela, agora cê vai pra minha casa.

Botei ele na gaiolinha no banco de trás e dei um jeito de prendê-lo para que a viagem fosse tranquila até minha casa.

Quando cheguei para almoçar, acabei o libertando da gaiola.

- ah meu Deus do céu Rodolffo... - Maria veio da cozinha admirada com o cachorro. - Vai criar?

- não Maria. Não é para mim. Ele só vai ficar aqui um tempinho.

- ah como é lindo. E como se movimenta também.

- é que ele tava preso, então está curtindo a liberdade. Ei rapazinho, vem cá. - coloquei ele no colo e subi para o meu quarto. - vou tomar um banho e já desço Maria.

Coloquei ele no chão quando cheguei no quarto e o danadinho ficava me seguindo.

- ei... Trate de não dá trabalho a Juliette, se não vou te devolver por mal comportamento. Entendeu?

Ele nem ligou e continuou explorando tudo.

...

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