Capítulo 59

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Chegamos na maternidade e Juliette estava calma. Ela fazia sim algumas caretas, mas não havia nela nada de muito alarmante.

E era admirada por sempre ter um sorriso no rosto quando a médica a avaliava e dizia que estava mais perto.

- já está com 8 centímetros, a médica disse depois de três horas de trabalho de parto. Está excelente Ju, eu acredito que no ritmo que está não demora uma hora para nascer.

- depois que a bolsa rompeu está mais rápido. - Juliette disse entre um assopro e outro.

- ela tá sangrando... Isso é normal? - perguntei aflito.

- sim... Pode ficar tranquilo pai, é normal.

Eu estava controlando a vontade de chorar e de gritar. Por momentos eu puxava meu cabelo para tentar aliviar o nervosismo e o pânico.

- ela está ótima, não está? - a médica me perguntou sorrindo.

- ela é forte.

- fique tranquilo, Juliette vai ter um ótimo parto, tudo está indo bem. Daqui a pouco eu volto.

A médica se foi e ficamos novamente sozinhos.

- amor... Pode me ajudar aqui? Eu prefiro ficar em pé... Dói menos.

- é claro.

A ajudei a ficar de pé e assim que ela ficou, veio uma contração mais forte e ela se segurou em mim.

- ai essa tá muito forte. - ela disse me segurando com força.

- estou aqui amor. Não precisa se segurar por mim... Pode gritar, chorar o quê for... Eu vou ser forte, prometo.

Ficamos nessa posição um pouco mais até que ela se soltou do meu abraço e começou a apoiar na parede.

Juliette suspirava forte e eu fazia massagem nas suas costas. Era duro vê-la sofrer, mas eu tinha que entender que ela queria aquilo.

- acho que as pessoas querem ver as grávidas tristes e numa situação humilhante. Eu noto que todo mundo está me julgando por não está me reclamando das dores, ou por que não estou gritando ou chorando de dor.

- é por que a maioria das pessoas são assim.

- não teria como reclamar de um sonho realizado. Eu pedi a Deus essa benção. Eu clamei aos céus por isso, inicialmente para que o tratamento fosse eficaz, e depois para chegar até aqui, como posso estar triste num dia desses? Eu estou feliz por que o meu milagrinho vai chegar.

- não precisa se preocupar com isso agora meu amor... Não se aborreça por isso. Vamos apenas esperar nossa menina com paciência. - falei continuando a massagem, mas já sentindo ela se contorcer.

- eu acho que vai nascer... Rodolffo... Aperta a campainha. Chama a enfermeira. - ela disse ofegante e vi lágrimas molharem seu rosto.

Apertei a campainha e fui socorrê-la.

- ai amor... Tá demais agora. - ela disse segurando minhas mãos e trincando os dentes. - eu quero deitar.

A ajudei a deitar e nada da equipe vir. Toquei a campainha de novo.

Vi Juliette fazer força.

- amor... Eles estão chegando. - eu estava em pânico e senti minhas pernas bambearem.

A médica chegou e fez outro toque.

- sala de parto, agora!

Saímos com Juliette na cama para a sala de parto e lá a médica começou os procedimentos para a chegada da Maria.

- Juliette, agora é hora de fazer força, sei que está cansada, mas ela precisa de você.

Juliette acenou com a cabeça e segurou mais forte minha mão.

- amor... Eu estou aqui. Sei que você consegue.

Ela me deu um sorriso e lágrimas rolaram ainda mais forte no seu rosto.

Nunca duvide da força de uma mulher e eu nunca duvidei da força de Juliette, mas para parir a Maria Júlia ela foi ainda mais determinada.

Sua mão apertou a minha e ela fez um forte impulso, depois mais um...

- a cabeça apareceu. Mais um empurrão Juliette. - a médica pediu.

Ela empurrou ainda mais forte e dessa vez ficou vermelha, mas a bebê não nasceu.

- só um pouquinho mais. - a médica tornou a pedi.

Ela se permitiu chorar um pouco e era notável o esgotamento físico, mas ela colocou ainda mais força, tanto que fez uma veia da testa pular.

Vi a bebê ser tirada de dentro dela e fiquei atônito. A médica a ajeitou na mão e ela chorou. Um choro forte, que fez Juliette e eu chorar também.

Ela veio direto para o colo da mãe e a Juliette cansada deu lugar a uma mulher ativa que só queria ter a sua bebê junto ao corpo.

Depois tiraram ela para cortar o umbigo, enrolar num lençol e colocar a pulseira de identificação, mas ela chorava longe da mãe.

Eu chorava igual um bobo, mas não era por outro motivo, era de felicidade. Juliette alisava meu rosto e eu beijava sua testa.

- ela é perfeita amor... Nossa menininha.

- ela é muito perfeita

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- ela é muito perfeita. - dizia admirado com a minha filha. - obrigada Deus por tamanha benção.

...

Feliz e abençoado dia das mães a todas as leitoras mamães. Que Deus as abençoe e saibam que todas vocês tem minha admiração. Ser mãe é se doar sem medidas e amar muito além do que se pode imaginar.

*Espero um dia viver essa experiência.

Um xêro 😚❤️

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