Capítulo 34

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- Eu vos declaro, marido e mulher. Pode beijar a noiva. - o padre disse nos abençoando.

Rodolffo antes de me beijar me olhou e me disse.

- o nosso primeiro beijo, do resto da nossa vida.

Seu beijo não foi contido e eu não tinha o hábito de beijá-lo tão intensamente em público, mas envolvi os braços em seu pescoço e deixei fluir.

Jogaram sobre nós arroz e eu estava tão feliz que poderia dizer que estava muito perto do céu.

- eu te amo meu marido. - falei lhe dando mais um beijo na saída da igreja, enquanto o fotógrafo tirava fotos nossas.

- vocês parecem modelos. Sempre estão prontos para uma ótima foto. - o fotógrafo confessou.

Sorrimos e fomos para o nosso carro. Rodolffo e eu sentamos no banco traseiro e o motorista nos levou até sua casa.

- vamos em casa, buscamos as malas e depois da recepção vamos seguir viagem.

- estou com ansiedade de voar.

- não precisa ter... É tranquilo e você vai amar.

Chegamos na casa dele logo, aqui iríamos apenas trocar nossas roupas e seguir para a recepção.

- pé direito esposa.

Ri e fiz o quê ele pediu. Entramos juntos e nos beijamos na sala.

- aqui agora é a nossa casa. Tudo que tem aqui é seu, inclusive eu.

- mas é óbvio que é... Você é todinho meu. - disse divertida.

- sou sim... E amo isso.

- vamos? Se não o povo vai esperar muito.

- sim...

Subimos e ele começou logo a tirar o terno.

- eu vou para o outro quarto. - disse ao me ver o admirando.

- antes pode me ajudar com o vestido?  - pedi lhe indicando o zíper.

- sim... - ele disse já tocando o zíper e descendo com ele até a altura do meu quadril.

Senti sua respiração forte no meu pescoço e senti toda a antecipação por tudo que viveríamos hoje.

- não demora... Não podemos atrasar. - ele alertou antes de sair do quarto.

Me despi e me vesti com um outro vestido leve que comprei especialmente para a recepção e não sabia que roupa Rodolffo usaria, mas torci para não ser nada preto.

Quando eu estava pronta, ele chegou batendo na porta.

- pronta?

- sim.

Ele se revelou e estava lindo. Usava uma calça de alfaiataria bege e uma camisa branca de botões que estavam abertos até a altura do seu peito. 

- hoje você está mais lindo que nunca.

- eu estou livre... Meu coração está em paz e isso tudo é culpa sua.

Nos beijamos novamente e ele me observou.

- você está linda e estou ainda mais apaixonado por você.

- obrigada querido. Pegou o nosso filhote?

- ele está ali e vamos ter que deixar ele na gaiolinha se não ele vai destruir tudo.

- tá bom. Vamos.

...

Nossa recepção estava cheia de cor. Esse era o sonho de Juliette e tudo foi feito como ela queria. Da decoração as músicas, tudo foi escolha dela e ela tinha muito bom gosto.

O cardápio do almoço foi escolhido também por ela e todos elogiaram muito.

Ela estava radiante, tinha um sorriso inigualável e emanava luz naquele lugar.

- você é sortudo. Eu sempre disse que era... Lembra? - me falou Guilherme tocando meu ombro. - essa mulher te ama demais, quer sorte maior?

- quero não. Só quero ter ela por muito tempo comigo.

- faz ela feliz... E encomenda uns meninos para brincar com o meu. - ele revelou.

- é sério? - disse surpreso.

- a Jéssica tá grávida.

Dei um forte abraço no meu amigo de longas datas.

- felicidades papai. Cês merecem demais.

- vocês também merecem. E se fizerem um agora os moleques vão ser amigos.

- não vamos ter filhos Guilherme.

- por quê? Juliette não quer?

- nunca falamos abertamente disso, mas não tenho como engravidar ela. Quando perdi minha filha, eu operei ainda no México.

- mas esses trem é reversível.

- eu pedi ao médico que fizesse a definitiva, não tem reversão.

- entendo...E sinto muito... Só espero que isso nunca seja um problema entre vocês.

Guilherme disse e calou ao ver Juliette se aproximar.

- já estou pronta para que possamos ir. - ela disse assim que chegou perto de mim.

- irmão... Boa viagem para vocês. Felicidades Juliette. - desejou Guilherme.

- obrigada amigo. - ela disse sorridente. 

Nos despedimos de mais algumas pessoas e seguimos para o aeroporto.

- está ansiosa? - perguntei ao vê-la olhar pela janela do carro.

- agora não mais... Só quero chegar logo.

- só vamos chegar a noite.

- e será a noite mais linda da minha vida. - ela beijou o meu rosto.

- que assim seja amor.

Eu estava ansioso e não era pouco. Minhas mãos estavam suando e não era por medo de avião. Minha barriga estava embrulhando e eu nunca senti nada igual.

Quando Juliette tocou minha mão, antes do embarque, ela tirou onda.

- cê também tem medo né? Confesse.

- não é isso.

- Rodolffo... Não é errado ter medo de voar. É normal. Eu também tô com medo e é a minha primeira vez voando... Lembre-se você é o experiente, tem que se fazer de forte.

- não sou tão forte assim.

- estou brincando com você. Juntos daremos força um ao outro. Vamos voar em paz.

Ela não tinha ideia do que se passava na minha cabeça e eu não iria estragar a nossa alegria por isso, mas para ser 'o experiente', eu estava tremendo mais que vara verde, enquanto ela estava tranquila e leve.

...

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