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| Aos Olhos de Lavínia|

E

stávamos no carro em direção ao Hospital e Murilo estava bastante agitado, inclusive estava pedindo pro motorista correr a cada dois minutos.

Respirei fundo. Não sabia o que fazer, eu queria ignorar esse babaca mas como ignorar vendo ele assim ? Eu sei que ele também estava me ignorando, mas não podia ficar sem falar nada, não nesse momento.

___ Se acalma __ Falei minha mão na perna dele que estava em um ritmo rápido do nervoso que ele estava ___ Vai dá tudo certo!

Eu tentei passar toda a segurança pra ele, mas ele não respondeu nada.

Também não falei mais nada, seguir calada até chegar lá.

O motorista estacionou e Murilo saiu praticamente correndo para dentro do hospital.

___ Qualquer coisa eu aviso ___ Falei com o motorista e o segurança que estava no carro.

Hugo queria eu fosse pro hotel descansar, mas como eu vou e deixar Murilo sozinho? Não tenho coragem.

Hugo foi resolver umas coisas, até mesmo o hotel já que vamos ter que ficar mais tempo na cidade. Não tinha onde deixar as coisas...

__ E aí ? __ Perguntei me aproximando.

___ Não deixaram eu entrar, pediu pra aguardar. __ Ele falou cabisbaixo.

___ Vem, senta aqui __ peguei na mão dele o direcionando até a a cadeira da recepção.

Sentei ao seu lado.

Passou alguns minutos em completo Silêncio entre nós dois e até agora ninguém tinha vindo falar nada, era preocupante a demora.

___ Liga pro Hugo. Se quiser ir embora, pode ir. ___ Murilo quebrou nosso silêncio.

___ Eu não quero! __ Estava muito cansada e com muito sono, mas não ia deixar ele ali.

___ Você tá quase dormindo aí Lavínia, larga de ser teimosa.

___ Não se preocupa comigo. Eu estou com você e vou sair com você.

Ele me lançou um olhar surpreso por minha resposta mas se calou.

Era impossível ver ele assim aflito e não sentir junto. Murilo sempre foi bem forte e nunca vi ele tão vulnerável como estava agora, ele nunca mostrou esse lado.

Juntei nossas mãos para tentar acalmar ele até que a enfermeira entrou chamando o responsável de José Nilson e Murilo prontamente se levantou.

Ela falou algumas palavras técnicas que eu não entendi muito bem, apenas entendi a parte que ele tinha sofrido um acidente e precisaria passar por uma cirurgia, porém antes ele ia precisar fazer uma transfusão de sangue.

___ Não temos o tipo de sangue que ele precisa no momento, teríamos que pegar de outro hospital e isso pode demorar mais que o planejado. ___ A enfermeira explicava tudo direitinho ___ Se tiver algum familiar que possar doar, podemos adiantar todo processo e ser melhor pro Senhor José Nilson.

___ Eu sou filho, eu posso doar! __ Murilo falou em meio ao desespero.

A moça limpou a garganta e logo continuou.

___ Me desculpa a indelicadeza senhor, mas é possível sentir que o senhor consumiu bebidas alcoólicas, correto ? __ Ela perguntou sem jeito.

__ Sim.

Murilo tinha bebido whisky no camarim quando terminou o show, o que impossibilitava ele de doar o sangue pro pai.

___ Infelizmente o senhor não pode. Seria necessário não ter consumido bebidas alcoólicas no mínino a doze horas atrás.

O meu Cantor Onde histórias criam vida. Descubra agora