Alec
Eu sabia algumas coisas sobre a dimensão dos deuses. O continente Esmeralda era divido em alguns territórios. Solaris, Terraria, Montear, Catedral, Prisão e Atlantis, onde eu sabia que os peregrinos viviam. Também sabia que esses territórios possuíam três grandes deuses. Mas pelo que parece, tudo mudou nos anos que fique preso no reino das estrelas.
Assim que cheguei, voei direto para Atlantis, tentando encontrar mais iguais a eu. Queria me sentir parte de algum lugar. Sabia que sempre teria uma casa em Del Mar, mas precisava seguir meu próprio caminho, depois de tanto tempo preso. Mas eu mal havia fugido de uma prisão, que já fui parar em outra.
Estava voando por Atlantis, observando as terras congeladas daquele lugar, além das montanhas, procurando por qualquer sinal de outros peregrinos, quando senti algo me atingir na perna. Despenquei, atingindo a copa das árvores, sentindo até meus ossos doerem a cada raspão das minhas asas nas árvores.
Quando atingi o chão, ainda sentia aquela coisa grudada na minha perna. Antes que eu conseguisse tirá-la, senti meu corpo ficar dormente e apaguei. Acordei horas depois, no meio da noite, sendo arrastado pela neve por dois homens com máscaras em formato de raposas. Meus braços estavam amarrados e algo me impedia de acessar meu poder. Mas nada cruel como os braceletes das bruxas.
Apaguei depois de alguns poucos segundos, sentindo minha cabeça pesada. Quando acordei de novo, estava amarrado contra uma árvore, sentindo os flocos de neve caírem sobre meus cabelos. Minhas asas estavam recolhidas, presas contra o tronco, me impedindo de me mover.
—De que vilarejo você é? —Uma voz masculina indagou, me fazendo comprimir os lábios quando a figura masculina com máscara de raposa apareceu. Não era humano, eu tenho certeza. Parecia com um, mas agia de forma diferente. —Não reconheço essas roupas de nenhum vilarejo peregrino daqui.
—Eu não sou daqui. Vim do Mundo Inferior. —Afirmei, tentando puxar o poder de dentro de mim, mas havia algo bloqueando-o. —O que fizeram comigo?
—Te demos uma poção que bloqueia seus poderes por algumas horas. —O homem respondeu, dando de ombros. Não havia nada atrás dele, além da floresta congelada. Mas eu podia ouvir o som de vozes atrás de mim, além da luz do que parecia ser uma fogueira. —É só por precaução. Peregrinos causam muitos problemas normalmente. Qual o seu nome?
—O que você quer? —Indaguei, trincando os dentes quando tentei me mover, mas aquilo fez minhas asas rasparem no tronco, me causando uma fisgada de dor na coluna. —Me solte e respondo suas perguntas.
—Não. Você pode muito bem matar todos nós e fugir. —Falou, me fazendo olhá-lo com as sobrancelhas erguidas. —Ele nos ensinou a não confiar em peregrinos, apesar de ser um.
—Ele quem? —Rosnei, perdendo a paciência. Estava cansado, com as asas doendo, com fome e frio, além do homem na minha frente que parecia não fazer ideia do que estava fazendo.
—O peregrino que se casou com uma de nossas líderes. —Respondeu, olhando pra trás de mim quando um galho estralou na floresta as minhas costas.
—Solte-o, Jurian. Ele não mentiu quando disse que não era daqui. —Uma voz masculina mandou, fazendo o homem na minha frente se apressar em soltar as cordas que me prendiam. —Traga-o até aqui.
Soltei um suspiro quando as cordas sumiram, podendo mexer os braços, ficar de pé, abrir e fechar minhas asas doloridas. Olhei para Jurian, vendo ele se encolher quando percebeu que eu era muito maior do que ele, ainda mais com as asas abertas. Lancei um olhar irritado a ele, antes de ir na direção da fogueira, onde podia ver alguns homens reunidos, comendo e bebendo.
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O Reino das Estrelas / Vol. 2
FantasíaLIVRO 2 - A DIMENSÃO DAS ESTRELAS Sophia e Harry tinham absoluta certeza de que todos os seus problemas tinham sido resolvidos. A tensão com as bruxas e a possível guerra foram esquecidas com o noivado dos dois. Sophia estava pronta para dizer "sim...