No dia seguinte, era como se Rafe estivesse pisando em ovos, ele não sabia como Aster apareceria em sua frente a qualquer momento. No dia anterior o garoto quase não teve contato com Aster, ela optou por ficar escrevendo em seu quarto e internamente o Cameron agradecia por isso.
Quando desceu para a cozinha, encontrou uma cena que já fazia parte de seu cotidiano: Aster e Wheezie fazendo o café da manhã juntas.
— O que vocês estão fazendo? — Rafe questionou enquanto adentrava o cômodo e encontrava a cena das duas juntas.
Aster havia encantado todos os Cameron's, aquilo era um fato. Todos a amavam ali.
— Wheezie invadiu meu quarto hoje cedo pedindo mousse de morango. — Aster respondeu desviando brevemente o olhar para a caçula.
— Se Wheezie continuar invadindo seu quarto assim vai precisar de uma chave nova. — O Cameron se aproximou, queria saber se o que Aster havia dito na manhã anterior era realmente verdade, queria saber se Aster estava disposta a provoca-lo como havia citado.
— Não se ela for a única que entra no meu quarto. — Aster retrucou enquanto mordiscava seu lábio.
Cameron obteve sua resposta de imediato.
Porra. Porra. Porra. Porra.
Aquela mulher era o inferno, e Rafe iria repetir essa frase para o resto de sua vida. O diabo estava naqueles olhos azuis com tanta luxuria o hipnotizando e o fazendo deseja-la, tantos pecados que Rafe poderia cometer por aquela mulher, para aquela mulher.
— Agora prova. — A Mosier guiou uma colher com um pouco de mousse em direção aos lábios de Cameron, que abriu a boca para que a colher entrasse.
Ambos mantinham contato visual o tempo inteiro, que porra estava acontecendo?
— Ficou bom? — Wheezie questionou, fazendo o irmão mais velho desviar o olhar para ela.
— Está. — Ele afirmou. — Aster é boa em tudo que faz.
A loira levou seu dedo até o canto dos lábios de Rafe que estavam com um pequeno resquício do doce, limpando o local. O Cameron sentiu a unha da mulher roçar levemente em sua pele.
— Você não faz ideia. — Murmurou com a voz rouca apenas para que o garoto escutasse.
O Cameron era fraco quando se tratava de Aster, ele era apenas um tolo, ingênuo, fácil de se manipular e de ser comandado, ele assumiria isso em voz alta se Wheezie não estivesse presente naquela cozinha.
Mais tarde, Aster estava na varanda do segundo andar de Tannyhill quando uma vídeo chamada se iniciou com suas duas melhores amigas de infância.
— Olha quem resolveu aparecer! — A ruiva anunciou.
— Pensei que não tinha sinal nesse fim de mundo. — A morena brincou.
Aster riu.
— É como se fosse um retiro, ok?
— Faz dois meses que você está ai, acho que até mais! Quando você volta? — Suki perguntou.
Um suspiro saiu dos lábios da Mosier.
— Estava pensando em voltar essa semana, mas no próximo mês é o aniversário da enteada da minha irmã, e ela gosta muito de mim então...
— Ah não! — Anelise cortou antes que Aster conseguisse terminar a frase. — Você sabe que vai precisar voltar para casa em algum momento, não sabe?
— Você não pode ficar fugindo da sua realidade para sempre. — Suki completou.
— Eu juro, se vocês começarem a falar do Gavin de novo eu vou desligar, é sério! — Aster levantou a voz. — Eu estou aqui a trabalho, só para isso!
— Nos preocupamos com você, Ast. — Anelise falou.
— E sentimos saudades. Poderia viajar para Corpus Christi ao invés de ficar na casa da sua irmã.
— Concordo com a Suki, nós somos suas verdadeiras irmãs.
— Prometi a mim mesma no dia em que me casei com o Gav que jamais iria por meus pés em Corpus Christi de novo, vocês sabem disso. — E de fato, a Mosier não queria voltar a sua cidade natal novamente.
— Isso faz anos, por favor! — Implorou Anelise.
— Sua mãe não precisa saber que você está aqui, vai ser nosso segredinho. — Um bico se formou nos lábios da ruiva.
— Eu quebrei essa promessa a uns anos atrás e vocês sabem o que aconteceu. Eu amo vocês, mas se eu pisar ai, minha mãe vai sentir meu cheiro a quilômetros e vai aparecer para estragar a minha vida.
A última vez que Aster havia pisado em sua cidade natal foi um desastre, ou melhor - pior -, um enterro. Um novo trauma se gerou aquele dia, desde então a psicóloga sequer gosta de citar sua cidade de origem.
— Eu não me mudei para outro continente atoa. — Completou ela.
— Deveria ter avisado o Gavin que nós duas estávamos inclusas no pacote, sabia? — Suki brincou.
— Ele sempre soube que minhas esposas reais sempre foram vocês duas e ele apenas o cara que eu exibia em frente a mídia. — Aster entrou na brincadeira.
— Muito cedo para perguntar se você conheceu algum cara legal? Ou mulher... — Anelise apenas soltou, com medo da resposta.
— Eu estou a trabalho, parte do meu dia eu estou escrevendo e na outra parte sendo terapeuta dos meus quase-sobrinhos.
Suki e Anelise conheciam Aster melhor do que ninguém, ambas sabiam que o novo livro e ser terapeuta no tempo livre era apenas uma maneira de Aster escapar e fugir do luto, fugir dos seus problemas e enfrentar a realidade que estava batendo em sua porta.
Uma hora as batidas vão ser fortes demais, uma hora a porta vai ser quebrada e Aster vai precisar lidar com a perda de um jeito saudável, do jeito que deveria ter sido desde o início.
[N/A] mais um capítulo um tanto descontraído e com um pouco mais de aparição nas amigas de Aster que eu citei pouquíssimas vezes
e por falar em aparições, teremos MUITAS em breve rs
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𝐖𝐈𝐋𝐃𝐄𝐒𝐓 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒, rafe cameron ✓
FanficQuando Aster Mosier, uma renomada escritora e psicóloga decide visitar sua irmã mais velha, Rose, após o falecimento de seu marido, acaba se vendo na situação de ajudar o primogênito da família Cameron com seu problemas com drogas. "- Certo, Rafe...