E no outro dia, foi quando as coisas começaram a piorar para Rafe.
Seu pai na noite anterior havia anunciado que faria um jantar de negócios e obrigatoriamente, queria a família inteira nele.
E isso obviamente incluía Aster já que ela estava na casa e era irmã caçula de sua esposa.
Os filhos de Ward odiavam esses eventos, essas festas e jantares idiotas, era tudo encenação. Novamente a família inteira iria vestir suas máscaras e fingirem ser a família perfeita, era horrível.
Naquela tarde Aster acabou por incorporar a psicóloga e conversar com os três sobre aqueles eventos, perguntar como eles se sentiam na presença de tantas mentiras.
Para Wheezie, não fazia importância. Ela apenas queria ajudar seu pai.
Para Sarah, ela achava estúpido. No final do jantar ela sabia que seu pai iria arrumar um motivo para implicar com Rafe, era sempre assim.
E quando Aster resolveu conversar com o primogênito da família, foi como estar em uma sala presa a uma bomba relógio.
— Você quer mesmo saber como eu me sinto em relação a isso? Você sabe como eu me sinto. — Ele bufou.
— Estou apenas fazendo meu papel, se você quiser conversar eu estou aqui.
— Não quero conversar. — Rafe não queria ser grosso com ela, ele apenas odiava esses eventos.
— Não vou forçar você a nada.
O Cameron passou a mão em seus cabelos enquanto fechava seus olhos em uma tentativa de tranquilizar seus pensamentos.
— Quando eu tinha dezesseis anos, eu perdi minha virgindade. Não vou porquê eu quis, meus amigos e meu pai me pressionaram. — Rafe simplesmente começou a falar. — Foi a pior experiência da minha vida, eu nem conhecia aquela garota, mas eu era o único dos meus amigos que ainda não tinha fodido nenhuma garota, então meu amado pai pagou uma prostituta pra transar comigo no meu aniversário de dezesseis anos, o presente incrível de Ward Cameron! — Ele zombou ao falar o nome do seu pai.
— Por qual motivo você nunca me contou essa história antes? — Aster questionou um pouco assustada porém não surpresa.
O Cameron levantou o olhar para a mulher a sua frente.
— Vergonha, eu acho. Não me orgulho disso, foi nojento. Acho que na época eu não entendia direito o quanto aquilo era errado, eu também entrei na onda dos meus amigos pelo fato de ser uma mulher mais velha e meus amigos acharam incrível que meu pai pagou uma prostituta só pra mim.
Rafe estava relatando um abuso para Aster, e novamente, ela se via na pele dele.
— Foi também a primeiro vez que eu usei droga em toda a minha vida. — Confessou ele.
E novamente, sua repulsa por Ward aumentava.
Aster estendeu sua mão até a mão do garoto, segurando-a em uma maneira de reconforta-lo enquanto procurava palavras para uma resposta a ele, porém, antes que ela pudesse responder, Sarah bateu na porta da varanda - que estava aberta - antes de entrar.
— A Rose quer falar com você. — A loira disse enquanto olhava Aster.
Rapidamente a mulher soltou a mão do garoto.
— Eu estou um pouco ocupada agora... — Aster pressionou seus lábios. Não queria deixar Rafe após tal confissão.
— Tudo bem, pode ir. — Rafe falou. — Eu odeio sessões de terapia mesmo.
Aster riu tentando amenizar o clima, mas não deixou de acariciar os cabelos de Rafe antes de sair. O garoto sorriu a assistindo sair do cômodo.
Assim que a Mosier saiu, um olhar travesso surgiu entre os olhos de Sarah, que não teve vergonha alguma de perguntar.
— Você ainda tem aquela quedinha estúpida que você tinha por ela quando era criança? — Sarah simplesmente soltou em um tom brincalhão.
Rafe se engasgou com a próprio saliva ao ouvir a frase sair dos lábios de sua irmã caçula.
— O que? — Questionou ele enquanto tossia e limpava a garganta. — Não sou mais criança, Sarah.
— Ah, qual é! — Sarah acertou um tapinha no ombro dele. — Vocês passam muito tempo juntos, não é como se você tivesse esquecido dela em algum momento da sua vida.
— Eu passo muito tempo com ela pois nosso adorável e amado pai conseguiu estragar todo e qualquer mísero resquício da minha saúde mental. — De certo moto, o garoto não estava mentindo.
Sarah levantou as mãos em forma de rendimento.
— Certo, ta bom. Se você diz, quem sou eu para dizer ao contrário.
Enquanto Sarah simplesmente implicava com seu irmão mais velho, Aster estava a um passo de brigar novamente com sua irmã mais velha.
— Sarah disse que você quer falar comigo. — Aster soltou assim que encontrou a irmã na cozinha.
Rose estava no telefone conversando com alguém.
— Certo, ela desceu. Já vou passar para ela.
A Mosier franziu a sobrancelha pegando o celular.
— Quem é? — Sussurrou.
— Nossa mãe. — Rose sussurrou em resposta.
Naquele mesmo instante, Aster desligou a chamada sem pensar duas vezes.
— O que você fez? — Rose levantou a voz.
— Não quero falar com ela. — Aster respondeu como se fosse óbvio.
— É a nossa mãe! — A mais velha retrucou.
— Não preciso falar com ela, Rose. — A Mosier falou calmamente.
— Eu não entendo vocês duas, de verdade. Não tem como entender.
— Você não precisa entender. — Havia mágoa no tom da voz de Aster.
— Vocês não podem passar o resto da vida dela brigadas. Quando a mamãe morrer, você vai se arrepender de tratar ela assim.
Aster engoliu a seco e respirou fundo.
— Eu consigo lidar com o arrependimento, já consegui lidar com dores piores vindas da nossa mãe.
[N/A] Hoje o aniversário é meu, mas quem ganha presente são vcs! Um especial de SETE capítulos apenas para vcs, espero que gostem <3
já estamos no capítulo trinta, meu deus???!!!! eu queria concluir essa história com uns quarenta capítulos, mas acho que isso não vai rolar não viu, tem muita coisa pra acontecer ainda rs
pensei MUITO em relação a essa confissão do Rafe, o que acharam? não sei se encaixa bem com o contexto da história atualmente, mas eu senti que deveria por
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𝐖𝐈𝐋𝐃𝐄𝐒𝐓 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒, rafe cameron ✓
FanficQuando Aster Mosier, uma renomada escritora e psicóloga decide visitar sua irmã mais velha, Rose, após o falecimento de seu marido, acaba se vendo na situação de ajudar o primogênito da família Cameron com seu problemas com drogas. "- Certo, Rafe...