Capítulo 25

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Sexta-feira de manhã! É um lindo dia para fazer o quê? Passear no shopping com alguém que me ligou prometendo um hambúrguer quentinho a custo zero se eu calçasse meus chinelinhos e a acompanhasse sem reclamar em um passeio

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Sexta-feira de manhã! É um lindo dia para fazer o quê? Passear no shopping com alguém que me ligou prometendo um hambúrguer quentinho a custo zero se eu calçasse meus chinelinhos e a acompanhasse sem reclamar em um passeio. Mesmo mal-humorada por ter sido acordada, não sou o tipo de garota que recusa suborno em comida, então pensei comigo: O que de pior pode acontecer?

— Preciso comprar uma rasteirinha, Sina — Joalin diz, cheia de intimidade, entrando na primeira loja de sapatos do shopping, mas eu agarro sua camiseta e a puxo para fora antes que uma vendedora ponha as mãos nela.

— Os acordos comigo funcionam da seguinte forma, criança — falo, arrastando-a pelos corredores, enquanto a safada ri. Ela parecer ter o mesmo problema neurológico que Noah: me acha divertida e me leva na brincadeira, mas estou falando supersério aqui. — Cumpra a sua parte primeiro e me alimente, ou eu não respondo por mim. Eu posso te afogar na fonte lá fora e dizer para os nossos pais que foi um acidente — ameaço.

— Como eu me afogaria em uma fonte por acidente? — pergunta, petulante.

— Você é adolescente, eu sou sua irmã mais velha. A sua mãe vai comprar o que eu disser. — Dou de ombros e abro um sorriso conspiratório.

— E o seu pai?

— Vai saber na hora que teve dedo meu, mas ele me ama demais para me entregar para o Noah.

— Você é um monstro. — Ela sorri largamente, até que o sorriso murcha.

— O que foi? — pergunto, séria, vendo-a entrar em pânico. Ela agarra minha mão com força e dispara em uma corrida até a saída mais próxima. Não tenho alternativa a não ser segui-la. — Para, menina! — imploro quando pisamos na rua. — O que foi? E o meu hambúrguer? — pergunto quando quatro meninas apontam nas portas do shopping e param de correr, olhando para nós de um jeito bem estranho.

— Sabe o que foi? — ela sussurra, se inclinando para falar no meu ouvido. Seu cabelo preto faz cócegas nas minhas bochechas. — Eu fiquei com um menino que faz direito na Unisantos em uma festa, não sabia que o cara tinha namorada, e agora parece que esbarrei com a menina sem querer. Ela disse que, se isso acontecesse um dia...

— Entendi. Fica quietinha agora — ordeno, apontando um dedo para a sua cara. Dezesseis anos e já me dando esse trabalho todo. Como pode? Com dezesseis... Bom, com dezesseis eu quase destruí um mercadinho por causa de uma birita. Já estava dando trabalho para o Noah também.

— Por quê? Você vai conversar com elas? — Joalin pergunta, nervosa. Olho adiante, para as garotas já erguendo as mangas da blusa, e suspiro. O que de pior pode acontecer?, penso mais uma vez, com ironia.

— Elas não parecem interessadas em conversar. Quero que você fique quietinha, porque estou pensando em um jeito de sairmos dessa. Não tem para onde correr e eu não aguento bater em quatro...

No fim, não tive opção a não ser bater nas quatro.

Jesus, que carma! Olha o que meu pai me arruma.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora