Capítulo 31

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Quanto eu bebi? Uma fábrica de tequila, incluindo o dono, de sapato e tudo? Não responda, prefiro nem saber

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Quanto eu bebi? Uma fábrica de tequila, incluindo o dono, de sapato e tudo? Não responda, prefiro nem saber. Tomar um porre é que nem dar uns pegas no ex: o que acontece durante as duas coisas é o tipo de merda que é melhor esquecer. Foi isso que eu fiz ontem? Entrei no carro de um e, pelo que lembro, fui embebedada, então ainda não descarto a possibilidade.

A luz passando através das cortinas me cega. Enfio a cara embaixo das cobertas e me enrolo em uma bolinha assim que acordo para mais um dia de merda, com uma ressaca dos infernos e uma cólica horrível.

Me recrimino por mais uma vez confundir álcool com suquinho, desejando ardentemente uma bolsa de água quente e uma mãe pra passar a mão na minha cabeça e dizer que o Noah é um idiota, que eu mereço coisa melhor, embora melhor que ele não exista, essas mentirinhas bobas que só as mães sabem contar bem. Fico nessa fossa por cinco minutos até que me sento de supetão, empurrando as cobertas, porque notei que a cama estava confortável demais para ser a minha. Pisco algumas vezes olhando ao redor. Tô no Noah. Ufa! Não sei com que cara ia ficar se tivesse acordado no hotel com Lamar.

— Bom dia, tormento pessoal. — Falando no diabo, ele entra no quarto.

Seu tom é tão indiferente que me irrita. Cadê meu beijo? Não vai pular em cima de mim? Ah, é. Noah não é mais assim. Agora ele é um cretino.

Por Deus, acordei mais amarga que o céu da minha boca hoje.

— Bom dia, melhor amigo que expulsa e magoa as pessoas. — Suas mãos param no ar, a meio caminho de uma camiseta no guarda-roupa. Ele se vira para me olhar e eu rosno: — Acordei de TPM. Baixa a bola que hoje eu não tô pra brincadeira.

— Perfeito. — Tenho a impressão de que ele completou com um “Só para tornar a minha vida mais fácil, ela acorda virada no demônio” depois que terminou de pegar as roupas que queria. Só não tenho certeza de por que resmungou batendo as portas do armário como quem não tem geladeira, mas na TPM esse ainda é um apelidinho carinhoso para mim, admito.

— O que está acontecendo? Você é mal-humorado desde filhote, mas não tanto assim. Que bicho te mordeu?

— Te mandei embora e você está na minha cama, isso não responde? — pergunta virando de frente para mim, e a primeira coisa que noto é o bilhete grudado na sua camiseta.

— “Ainda bem que eu não deixei o salva-vidas ontem, senão seria obrigado a atirar em você.” O que é isso? — aponto. Ele olha para baixo, franze o cenho e arranca o papel.

— O Krys passou por aqui enquanto eu dormia. Esqueci de avisar que não precis... Quer saber? Não é nada — corta enquanto entra no banheiro.

— O que aconteceu ontem? — pergunto quando ele fecha a porta, mas só obtenho resposta quando ele sai, de banho tomado, com uma bermuda azul-marinho e uma camiseta branca justinha. A correntinha com o pingente de Nossa Senhora que era da mãe está por cima da camiseta, e o perfume é tão bom que me faz querer mordê-lo. Ele é tão bonito que me irrita. E me deixa triste.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora