Capítulo 36

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Aproveito que ele saiu de casa para fazer algumas pesquisas, pois quero entender melhor o que Noah vai passar amanhã

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Aproveito que ele saiu de casa para fazer algumas pesquisas, pois quero entender melhor o que Noah vai passar amanhã. Não me surpreendo quando ligo seu notebook e encontro uma página aberta com o que estou procurando. Era isso que ele estava lendo quando se sentou, ontem, no mesmo lugar em que estou agora e mentiu para mim na cara dura. Estava passando por isso sozinho. Agora não está mais.

Levo o notebook para a sala e me sento à mesa de jantar. Leio tudo que encontro sobre a quimioterapia no site que ele achou e em mais alguns. Quando termino, tem lágrimas nos meus olhos. São de tristeza pelo que vai acontecer a partir de amanhã e de felicidade porque, independentemente do que for, vamos estar juntos nessa. Não consigo resistir a me sentir feliz e mais apaixonada depois do que houve hoje, a maneira como ele me tratou, me tocou e falou comigo, como me fez bem.

Também tem um buraco enorme no meu estômago, mas é só fome.

Noah me encheu de fome.

Tudo o que eu mais queria neste momento é um Big Mac para chamar de meu.

— O que eu devo fazer, Cupido? Ele vai chegar com fome também — falo para o gato, que me olha de cima da mesa de jantar, e suspiro.

Ele foi meu presente pelo fim do namoro com o vegetariano, para me animar. Escolhi seu nome para me dar sorte na próxima vez. Como eu era estúpida! Dois dias depois do término, Noah apareceu na minha casa com essa bolinha de pelo nojenta e rancorosa, porque eu não queria sair de debaixo das cobertas. Com certeza Cupido foi a melhor coisa que já ganhei na vida, mesmo que não me ame mais.

— Eu sei que você ainda não me perdoou, mas pelo menos está contente por ver os seus pais felizes? — Ele me dá as costas para se lamber, e, como nenhuma ideia surge na minha mente por mágica, por exemplo lembrar de repente que não sou uma completa inútil de merda que não tem ideia de como transformar uma pilha de legumes em sopa, engulo a vergonha e ligo para casa.

Ela atende no terceiro toque.

— Oi, sou eu — cumprimento, animada. Nem preciso fingir, porque a parte egoísta de mim está mesmo feliz. Como não ficar?

— Oi, minha querida. Está tudo bem por aí? — Clara pergunta. O tom preocupado e ao mesmo tempo animado me faz sorrir.

— Tudo ótimo. Nas nuvens, vendo estrelinhas... — Pela minha voz, dá para sacar que “ótimo” não é suficiente para definir, e minha madrasta gargalha. Eu já disse que o som é gostosinho? Caramba, o que está acontecendo comigo? — Meu pai chegou?

— Ainda não — ela responde, batendo uma porta.

— Merda — resmungo. Lá se foi minha ideia pelo ralo.

— Você está precisando de alguma coisa? — Ela sempre foi tão boazinha assim?

Olha, gostar dela na fossa eu até entendo, sou meio carente mesmo, mas não tenho nenhum — nenhum — motivo para estar sorrindo para o telefone sem fio. Eu nem gosto dessa mulher.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora