Capítulo 39

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Abandono o carro na rua e uso minha chave para entrar

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Abandono o carro na rua e uso minha chave para entrar. Nem me preocupo em trancar o portão, porque passei rapidinho só para tomar um banho e ver Sina. Caminho distraidamente, trocando mensagens com o delegado do 2º DP com uma mão e equilibrando uma mentira com a outra. Nós vamos cumprir dezessete mandados de prisão, e a equipe dele mais dezessete. Nada pode dar errado hoje. Entro pela porta da sala e sinto alguém agarrar minha calça. Desvio o olhar da tela e encontro meu sogro — sogro! — escondido, agachado atrás de um vaso de plantas. Isso deveria me fazer sair correndo, não? Mas só me diverte. Não tenho tempo de perguntar o que ele está fazendo antes que me puxe e eu termine sentado ao seu lado. Apoio as costas na parede e meus olhos encontram meu cunhado — cunhado! — na outra extremidade do vaso. Pelas roupas, os dois acabaram de chegar do posto. Mas que diabo?

— O que está acontecendo? — cochicho. Sebastian tapa minha boca e faz um sinal para que eu escute.

— Você acha que tem tempo para umas aulinhas a mais? Não tenho ideia de como se lava um banheiro — eu a escuto falar.

Ok, isso é interessante.

— Eu te transformo em uma garota prendada em uma semana. Você aprende rápido — Clara exclama, tocando o ombro de Sina enquanto ela... pica legumes?

— Ela está cozinhando? — cochicho.

— E já suspirou para minha mulher três vezes — seu pai comenta, fascinado.

— Quer ir à praia amanhã? — escuto Yoon perguntar. Sina responde que sim e emenda outro assunto com bom humor e... Uau.

— Esqueci de dizer: ela perdoou a sua cúmplice também — continua o pai, como se fosse uma coisa normal e não um sinal de que o apocalipse está próximo. Clara nos vê e dá uma disfarçada antes de disparar ao nosso encontro, se sentando à minha frente, toda empolgada.

Ela ganha pontos por estar de salto e roupa social e nem sequer pensar antes de se sentar no chão. Minha mãe era igual. Tão humana que doía.

Ela é muito, muito parecida com a minha mãe.

— O que vocês estão fazendo?

— Testemunhando um milagre — Sebastian responde. Os olhos dela passam por mim, reparam no que tenho em mãos e se estreitam, confusos.

— Passei rapidinho em casa e aproveitei para trazer e devolver.
Obrigada pela sopa, Clara — agradeço, entregando a panela nas suas mãos. — Estava ótima. — Sorrio, mentindo na cara dura. Não quero que a mágica entre as duas acabe, ainda mais por causa de algo tão bobo.

— Desde quando você faz isso, Noah? — ela pergunta, séria, erguendo a panela na altura dos meus olhos.

— O quê? Buscar panelas em casa? — pergunto, me fingindo de idiota, porque está na cara que ela sabe a verdade.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora