Capítulo 46

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Nós viramos para a saída e eu a tiro da igreja a passos rápidos, porque preciso muito de um analgésico e de um copo d'água

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Nós viramos para a saída e eu a tiro da igreja a passos rápidos, porque preciso muito de um analgésico e de um copo d'água. Uma almofada para deitar também seria ótimo, e é isso que pretendo fazer com seus peitos assim que passarmos pela chuva de pétalas de rosas e entrarmos na limusine - o que não acontece, porque, no instante em que pisamos na rua, damos de cara com um dos fotógrafos nos olhando de maneira ansiosa e eu gemo internamente. Sina tenta recusar, porque sabe que não estou legal, mas eu jamais permitiria. As fotos são importantes, são recordações especiais. Sendo assim, aperto mais a mão dela e a arrasto até a praia, do outro lado da rua. Pela hora seguinte, tiramos muitas fotos apaixonadas e legais. Quando finalmente entramos na limusine, eu me jogo em cima daqueles peitos fofinhos, como se fossem o sofá de casa.

E pela primeira vez ela não estraga o momento.

- Tenho uma surpresa para você, Noah. - Ainda.

- Uma surpresa? - Outra? Não bastava meu progenitor penetra e fujão? Decido contar isso amanhã, porque acho que vai lhe dar uma ideia errada de felicidade, uma que Sina não deve ter. Ele acabou de me mostrar que ainda é um covarde.

Não importa quanto eu pense e pense e repense, quando coloco a mão na barriga de Sina, falo com o Sesê e o garoto responde se contorcendo e fodendo as costelinhas dela por mim, me dou conta de que nunca vou entender esse cara, porque se eu tivesse... se eu tivesse essa chance, jamais abandonaria meu filho, jamais abandonaria a mulher que eu amo.

Porra, como eu nasci desse merda?

Depois de dar uma boa olhada para o próprio filho e descobrir que seu destino se repete... Mais alguém que precisa dele está morrendo. De novo, ele escolheu fugir.

- Na verdade é um presente de casamento - Sina comenta, animada, me fazendo olhar para cima. - Você vai amar, garanto. - Ai, que medo. - Você foi ótimo hoje. Quer ficar aqui mais alguns minutos, Noah? - pergunta quando o motorista estaciona em frente ao bufê.

Vemos pelos vidros as pessoas chegando da igreja e entrando. Demoro um segundo a mais para responder. Estou criando coragem.

- Vamos entrar, receber os cumprimentos, deixar o fotógrafo me esfolar um pouco mais e dançar uma música primeiro. Aí eu acho um lugar para sentar. Estou vendo daqui o jardim com um sofá convidativo.

- Você não pode ficar fazendo isso, se esforçando assim - ela se irrita. - Se não está bem, nós podemos ficar aqui mais um pouco ou até mesmo dispensar a festa e ir para casa. Você sabe que eu não me importo...

- Eu sei que podemos, mas é a nossa festa de casamento, então vamos aproveitar.

- Tem certeza? - insiste.

- Você está cansada, e os seus pés... - Gordinhos. Ela olha feio e eu engulo essa. - ... bem... machucados do sapato. Você não está se sentindo nem um pouco linda, embora esteja - afirmo, roubando um beijinho dela. - Não está feliz com o vestido apertado ou com o cabelo que não pode mais platinar. Se fosse antes você se recusaria até a tirar as fotos, porque nem está se sentindo você mesma, mas até agora só sorriu. - Sina me olha, mordendo a unha, incerta, e eu me reclino para abrir a porta do carro. - Vamos lá. Aproveita e come até a cozinha, porque essa porra de festa foi bem cara. Seu pai que o diga. Ele me infernizou tanto para ajudar e já está se lamentando. - Rio.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora