Capítulo 32

189 20 8
                                    

— Cheguei — aviso no pé da escada, mas não obtenho resposta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Cheguei — aviso no pé da escada, mas não obtenho resposta. — Sina?

Escuto o chuveiro no andar de cima e subo correndo os degraus, entrando no quarto com a sacola e as chaves nas mãos. Não preciso de mais que um relancear de olhos ao redor para saber que alguma coisa aconteceu. Chame de instinto ou do que quiser, mas eu sou bom no meu trabalho por um motivo: sei reconhecer um problema bem rápido quando encontro um. A primeira coisa errada que noto é o barulho da água correndo direto, anunciando que não tem ninguém embaixo do chuveiro. A porta do banheiro também está escancarada, e não encostada, como sempre fica quando ela toma banho comigo em casa, e as roupas espalhadas ao redor da mala aberta estão mais reviradas que a desordem de sempre.

Mas é o chão completamente molhado que chama minha atenção. Isso normalmente não me surpreenderia, porque ela tem o costume de só se lembrar de pegar uma toalha limpa depois que termina de tomar banho, e nessa brincadeira acaba alagando a casa inteira, mas a mochila aberta e vazia no meio de tudo surpreende.

Entro no banheiro, desligo a água e procuro pela casa, chamando-a de idiota, porque sei que ela saiu correndo. Bato os olhos no meu celular, jogado em cima na cama, e o pego já saindo de casa que nem um foguete atrás dela. Aonde ela foi desse jeito? Sem me esperar?

Respiro fundo enquanto tento me acalmar e pego seu caminho de sempre enquanto ligo para Heyoon.

— O que está acontecendo? — ela pergunta assim que atende. Já havia três chamadas perdidas dela.

— Ela encontrou os exames enquanto dei uma saída. Não tenho ideia se entendeu alguma coisa, mas ela não é burra... — Não consigo terminar de falar. Estou apavorado. Muito apavorado. Quais as chances de ela olhar para uma biopsia e não querer saber o que tem no resultado? Nenhuma.

— Ela me ligou desesperada perguntando onde eu estava, então presumo que ainda não saiba, ou talvez não tenha certeza. De qualquer jeito vai ser um desastre. Consegue chegar aqui antes dela?

— Ela ligou faz quanto tempo? — Dobro a esquina.

— Uns dez minutos.

— Pego ela no caminho. Prepara todo mundo? E, pelo amor de Deus, mente até onde der, Heyoon — imploro, desesperado.

Yoon me garante que está tudo sob controle e que vai seguir o combinado. Metade de mim não acredita que isso ainda vai dar certo quando eu escuto que Josh fez questão de ir atrás dela no nosso almocinho divertido. Krys e Lamar estão a caminho também. No fim vai ser um pouco diferente do que planejamos, mas, se ela ainda não sabe o que tem nos exames, posso ter uma chance. Basta que Josh fique quieto e que nem o pai nem Joalin descubram nada. Eles são os únicos que eu acho que contariam sem hesitar.

Eu a encontro correndo pelo meio da rua, a dez quadras de sua casa.

Pelo curto espaço de tempo e pela longa distância percorrida, imagino que não tenha parado desde que saiu da minha. Está descabelada, cansada e sem sapatos. O cabelo comprido e platinado voa para todos os lados, mas o que mais ferra comigo são aquelas porras de exames que ela aperta contra o peito com tanta gana que queria ser eu no lugar deles. Arquivo essa como uma das cenas mais tristes que essa garota já me obrigou a presenciar e diminuo a velocidade para acompanhar seu ritmo, com o coração disparado dentro do peito.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora